Como a identificação introjetiva pode ser observada em dinâmicas psicológicas ?

2 respostas
Como a identificação introjetiva pode ser observada em dinâmicas psicológicas ?
Dr. José Augusto Avelar
Psicólogo, Terapeuta complementar
Sarandi
A identificação introjetiva pode ser observada em várias dinâmicas psicológicas, porque ela é um processo pelo qual a pessoa “carrega para dentro de si” aspectos, vozes ou características de figuras importantes de sua vida.

Exemplos de como isso aparece nas dinâmicas psicológicas:

Na autoestima e no diálogo interno:

Uma pessoa que cresceu ouvindo críticas constantes pode introjetar essa voz e, na vida adulta, se autocriticar sem perceber, como se a voz dos pais ainda estivesse dentro dela.

Do lado positivo, alguém que recebeu apoio e carinho pode carregar essa voz de encorajamento e se sentir fortalecido em momentos de dificuldade.

Na escolha de relacionamentos:

Muitas vezes, a pessoa busca parceiros que lembram (conscientemente ou não) figuras parentais ou cuidadoras, repetindo dinâmicas de afeto, cuidado ou até de conflito.

Na regulação emocional:

Durante situações de estresse, a lembrança introjetada de alguém que transmitia calma pode ajudar a controlar a ansiedade.

Já quando a introjeção é de medo ou crítica, ela pode gerar insegurança e até sintomas depressivos.

Nos sintomas clínicos e defesas psíquicas:

Em quadros como o Transtorno de Personalidade Borderline, por exemplo, a identificação introjetiva pode ser marcada por sentimentos ambíguos de amor e ódio em relação a figuras internalizadas.

Em lutos mal elaborados, a pessoa pode “carregar o outro dentro de si” de forma tão intensa que dificulta seguir adiante.

Metáfora educativa:
Podemos imaginar a identificação introjetiva como uma mochila invisível: nela guardamos as vozes, conselhos, críticas e afetos de quem foi importante em nossa vida. Algumas coisas dessa mochila nos dão força (apoio, carinho, exemplos positivos), mas outras podem pesar (críticas, rejeições, cobranças). O trabalho psicológico ajuda a organizar essa mochila, mantendo o que fortalece e aliviando o que adoece.

Em resumo:
A identificação introjetiva pode ser vista nas formas de pensar sobre si mesmo, nos vínculos afetivos, nas escolhas de vida e nos mecanismos de defesa. Dependendo do conteúdo introjetado, pode ser um recurso de crescimento ou uma fonte de sofrimento.

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 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Oi, tudo bem? Que bom que você trouxe essa pergunta, porque a identificação introjetiva é um daqueles fenômenos que atua nos bastidores da vida emocional e, quando conseguimos nomeá-lo, muita coisa começa a fazer sentido.

A identificação introjetiva aparece nas dinâmicas psicológicas quando a pessoa internaliza aspectos de alguém importante — emoções, atitudes, modos de reagir — como uma forma de lidar com algo que ainda não consegue processar diretamente. Isso pode acontecer como proteção, como busca de pertencimento ou até como tentativa de manter um vínculo afetivo que, de alguma forma, é vivido como ameaçador perder. Na prática, ela surge quando a mente “pega emprestado” um jeito de sentir ou agir para suportar inseguranças internas. Às vezes é leve e adaptativo, como quando alguém usa internamente a calma de uma figura significativa para se regular. Outras vezes, aparece de forma mais dolorosa, como quando a pessoa repete críticas, exigências ou estados emocionais que originalmente pertenciam a outra pessoa, mas que passam a funcionar como se fossem seus.

Talvez valha observar como isso se manifesta no seu mundo interno. Em momentos de tensão, você percebe que reage como alguém que marcou sua história? Notou que certas emoções surgem com uma força que parece não ser totalmente sua? Ou já se pegou repetindo internamente frases ou atitudes que, racionalmente, você nem concorda, mas que aparecem no calor do momento? Essas pistas mostram exatamente onde a identificação introjetiva atua, muitas vezes de forma silenciosa.

Na terapia, exploramos esse movimento com cuidado para entender se ele está funcionando como um recurso de estabilização ou como uma repetição que machuca. Técnicas do Esquema, TCC, ACT e terapias focadas no apego ajudam a diferenciar o que é seu do que foi incorporado, permitindo que você se aproxime de um funcionamento mais autêntico e menos determinado por experiências antigas. É um processo bonito: quando a pessoa começa a perceber “de onde vem” cada reação, sua organização emocional muda de um jeito bastante libertador.

Se quiser, posso te ajudar a identificar esses padrões no seu caso e entender como eles se formaram ao longo da sua história. Caso precise, estou à disposição.

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