Como as alterações neurocognitivas que podem afetar as pessoas com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (

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Como as alterações neurocognitivas que podem afetar as pessoas com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) ?
 Angélica  Reis
Psicólogo
Florianópolis
Olá! Quando falamos em alterações neurocognitivas no TOC, estamos nos referindo a algumas diferenças na forma como o cérebro processa pensamentos, emoções e comportamentos.
Essas diferenças não significam que há algo “errado” com você, mas sim que o seu cérebro tende a funcionar de um modo mais atento aos detalhes, à segurança e à certeza.
Por conta disso, muitas pessoas com TOC acabam sentindo dificuldade em concentrar-se, porque os pensamentos intrusivos ocupam muito espaço mental. É como se a mente estivesse sempre tentando garantir que nada foi esquecido ou feito “da forma errada”. Também é comum sentir uma necessidade constante de revisar, confirmar ou repetir certas ações, o que pode gerar cansaço e ansiedade. Essas experiências têm relação com algumas áreas do cérebro envolvidas no controle de impulsos, na tomada de decisões e na sensação de “tudo está certo agora”. Quando essas regiões estão mais ativadas, pode ficar difícil interromper um pensamento obsessivo ou resistir a uma compulsão. Na terapia, trabalhamos justamente para ajudar você a reconhecer esses padrões e construir novas formas de lidar com eles. Através de abordagens como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), é possível treinar o cérebro a responder de maneira mais equilibrada, reduzindo o peso desses pensamentos e o sofrimento que eles causam.
O processo não é rápido mas, com o tempo, o cérebro vai aprendendo que não precisa reagir a cada pensamento com tanta intensidade.
O objetivo é que você se sinta mais leve, no controle e com mais liberdade para viver a vida sem que o TOC dite o ritmo.

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 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Oi, tudo bem? A forma como você trouxe essa pergunta é muito cuidadosa, porque entender as alterações neurocognitivas no TOC ajuda a tirar aquele peso de “por que eu não consigo simplesmente parar?”. O TOC não é uma questão de força de vontade; ele mexe com circuitos do cérebro que regulam atenção, avaliação de risco, tomada de decisão e controle inibitório. Essas alterações não definem quem você é, mas explicam por que o ciclo obsessão–ansiedade–compulsão pode se tornar tão automático.

Em muitas pessoas com TOC, o sistema de detecção de ameaça fica mais sensível do que deveria, como se o cérebro estivesse constantemente em estado de alerta. Isso afeta a atenção — que se fixa no pensamento intrusivo — e dificulta flexibilizar a mente para seguir o dia normalmente. A capacidade de inibir uma resposta automática também pode ficar sobrecarregada; é por isso que, mesmo sabendo racionalmente que o ritual não faz sentido, o corpo reage como se fosse indispensável. É um descompasso entre o que você sabe e o que você sente. E quando esse circuito entra no modo “verificação constante”, a memória também sofre, porque o cérebro não confia no que acabou de registrar.

Talvez seja interessante observar o que acontece com você nesses momentos. Quando uma obsessão aparece, você sente mais dificuldade de mudar o foco? Percebe que a cabeça insiste em “voltar” para o mesmo pensamento? E quando tenta não fazer o ritual, o que pesa mais — a ansiedade, a dúvida ou a sensação de que algo está incompleto? Essas respostas mostram como essas funções neurocognitivas entram no jogo do TOC e reforçam o ciclo.

Em alguns casos, quando há dúvida se existe algo além do TOC influenciando essas funções — como TDAH, dificuldades executivas ou alterações de memória — uma avaliação neuropsicológica pode ser útil para entender o quadro com mais precisão e ajustar a terapia. Isso não substitui o tratamento, mas ajuda a personalizá-lo, deixando cada passo mais possível.

Se quiser olhar para como esses processos aparecem na sua vida e entender o que é efeito do TOC e o que pode ser ajustado com terapia, posso te ajudar a clarear tudo isso com calma. Caso precise, estou à disposição.

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