Como o hiperfoco e a socialização podem ser trabalhados no Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
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Como o hiperfoco e a socialização podem ser trabalhados no Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
Oi, tudo bem?
Essa é uma ótima questão — e uma das mais importantes para entender a vivência do autismo de forma mais humana e menos limitante. O hiperfoco e a socialização não são polos opostos, como muitas vezes se imagina. Eles se entrelaçam justamente na forma como o cérebro autista busca segurança, previsibilidade e sentido. Enquanto o hiperfoco organiza o mundo interno e reduz a ansiedade, a socialização expande o contato com o mundo externo. O desafio está em encontrar o ponto de equilíbrio entre ambos.
Quando a terapia integra essas duas dimensões, o foco deixa de ser um obstáculo e passa a ser uma ponte. É possível, por exemplo, utilizar o tema de hiperfoco como porta de entrada para interações significativas — em grupos, espaços ou atividades onde outras pessoas compartilham o mesmo interesse. O cérebro autista tende a se abrir mais quando sente que está em território conhecido, e a comunicação se torna mais autêntica. É como se o vínculo começasse não pela forma “social esperada”, mas pela curiosidade e o prazer de compartilhar algo que faz sentido.
Mas há também o outro lado: às vezes o hiperfoco é usado como uma forma de se proteger do excesso de estímulos ou da imprevisibilidade social. Quando isso acontece, é essencial que o processo terapêutico ajude a pessoa a reconhecer seus sinais de sobrecarga e a desenvolver estratégias de regulação emocional. Práticas de mindfulness e técnicas de flexibilidade cognitiva podem auxiliar o cérebro a alternar entre momentos de imersão e de conexão, sem que isso seja vivido como uma ameaça.
Talvez seja interessante refletir: como essa pessoa se sente quando compartilha seu hiperfoco com alguém que escuta de verdade? Quais situações fazem com que ela se feche ou se sinta exausta depois de interagir? E o que parece ajudá-la a se recuperar e voltar a se conectar com o mundo? Essas respostas costumam revelar o caminho mais autêntico para equilibrar o prazer de mergulhar em algo com a beleza de se conectar com alguém.
A terapia, nesse sentido, não busca apagar o hiperfoco nem forçar a socialização — mas ajudar o cérebro a se sentir seguro o bastante para existir nos dois espaços com liberdade e pertencimento.
Caso precise, estou à disposição.
Essa é uma ótima questão — e uma das mais importantes para entender a vivência do autismo de forma mais humana e menos limitante. O hiperfoco e a socialização não são polos opostos, como muitas vezes se imagina. Eles se entrelaçam justamente na forma como o cérebro autista busca segurança, previsibilidade e sentido. Enquanto o hiperfoco organiza o mundo interno e reduz a ansiedade, a socialização expande o contato com o mundo externo. O desafio está em encontrar o ponto de equilíbrio entre ambos.
Quando a terapia integra essas duas dimensões, o foco deixa de ser um obstáculo e passa a ser uma ponte. É possível, por exemplo, utilizar o tema de hiperfoco como porta de entrada para interações significativas — em grupos, espaços ou atividades onde outras pessoas compartilham o mesmo interesse. O cérebro autista tende a se abrir mais quando sente que está em território conhecido, e a comunicação se torna mais autêntica. É como se o vínculo começasse não pela forma “social esperada”, mas pela curiosidade e o prazer de compartilhar algo que faz sentido.
Mas há também o outro lado: às vezes o hiperfoco é usado como uma forma de se proteger do excesso de estímulos ou da imprevisibilidade social. Quando isso acontece, é essencial que o processo terapêutico ajude a pessoa a reconhecer seus sinais de sobrecarga e a desenvolver estratégias de regulação emocional. Práticas de mindfulness e técnicas de flexibilidade cognitiva podem auxiliar o cérebro a alternar entre momentos de imersão e de conexão, sem que isso seja vivido como uma ameaça.
Talvez seja interessante refletir: como essa pessoa se sente quando compartilha seu hiperfoco com alguém que escuta de verdade? Quais situações fazem com que ela se feche ou se sinta exausta depois de interagir? E o que parece ajudá-la a se recuperar e voltar a se conectar com o mundo? Essas respostas costumam revelar o caminho mais autêntico para equilibrar o prazer de mergulhar em algo com a beleza de se conectar com alguém.
A terapia, nesse sentido, não busca apagar o hiperfoco nem forçar a socialização — mas ajudar o cérebro a se sentir seguro o bastante para existir nos dois espaços com liberdade e pertencimento.
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Mostrar especialistas Como funciona?
No Transtorno do Espectro Autista, o hiperfoco e a socialização podem ser trabalhados integrando o interesse intenso da pessoa em contextos sociais estruturados. Isso pode ser feito propondo atividades, jogos ou projetos ligados ao tema de interesse, incentivando o compartilhamento de conhecimento e a colaboração com outras pessoas. É importante oferecer suporte explícito para compreensão de regras sociais, turnos de fala e sinais não verbais, ao mesmo tempo em que se usam estratégias de reforço positivo e transições graduais entre tarefas. Dessa forma, o hiperfoco deixa de ser um obstáculo isolado e passa a funcionar como um recurso motivador para engajamento, aprendizado social e construção de vínculos significativos.
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