De que forma a multitarefa pode interferir na cognição social durante uma conversa?
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De que forma a multitarefa pode interferir na cognição social durante uma conversa?
Conversar exige atenção dividida entre fala, emoção e contexto. A multitarefa social envolve coordenar tudo isso ao mesmo tempo. No autismo, essa integração pode ser mais complexa, o que explica certa dificuldade em manter trocas simultâneas e dinâmicas.
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Oi, tudo bem? Essa é uma pergunta excelente — e revela um olhar muito atento sobre como o cérebro e as relações humanas se entrelaçam.
Durante uma conversa, o cérebro precisa coordenar várias funções ao mesmo tempo: processar as palavras do outro, interpretar expressões faciais, ajustar o tom da própria voz, lembrar o que já foi dito e planejar o que vai dizer a seguir. Tudo isso depende de um conjunto de habilidades que chamamos de cognição social, que envolve empatia, leitura emocional e Teoria da Mente. Quando tentamos fazer multitarefa nesse contexto — como checar o celular enquanto ouvimos alguém, por exemplo — o cérebro precisa dividir a atenção entre o social e o não social, e é aí que a sutileza se perde.
Do ponto de vista da neurociência, as redes cerebrais responsáveis pela empatia e pela compreensão social — especialmente as que envolvem o córtex pré-frontal medial e o sulco temporal superior — competem por recursos com as redes de atenção executiva. Em outras palavras: quando o foco sai do rosto da pessoa e vai para outra tarefa, o cérebro “desliga” parcialmente as áreas ligadas à leitura emocional. É por isso que, em conversas multitarefa, a conexão tende a ficar mais superficial, e nuances como ironia, desconforto ou vulnerabilidade podem passar despercebidas.
Você já percebeu como é diferente conversar com alguém que está realmente presente — que escuta com o corpo todo — em comparação a quem parece meio “dividido”? E quando é você quem tenta prestar atenção em duas coisas, consegue sentir essa queda de presença? Essas pequenas observações dizem muito sobre o quanto a mente humana precisa de foco para criar vínculo genuíno.
Na terapia, explorar o impacto da distração nas relações pode ajudar a compreender por que alguns laços parecem perder profundidade com o tempo. Estar presente, cognitivamente e emocionalmente, é talvez o antídoto mais potente contra a desconexão. Caso queira se aprofundar nesse tema, estou à disposição.
Durante uma conversa, o cérebro precisa coordenar várias funções ao mesmo tempo: processar as palavras do outro, interpretar expressões faciais, ajustar o tom da própria voz, lembrar o que já foi dito e planejar o que vai dizer a seguir. Tudo isso depende de um conjunto de habilidades que chamamos de cognição social, que envolve empatia, leitura emocional e Teoria da Mente. Quando tentamos fazer multitarefa nesse contexto — como checar o celular enquanto ouvimos alguém, por exemplo — o cérebro precisa dividir a atenção entre o social e o não social, e é aí que a sutileza se perde.
Do ponto de vista da neurociência, as redes cerebrais responsáveis pela empatia e pela compreensão social — especialmente as que envolvem o córtex pré-frontal medial e o sulco temporal superior — competem por recursos com as redes de atenção executiva. Em outras palavras: quando o foco sai do rosto da pessoa e vai para outra tarefa, o cérebro “desliga” parcialmente as áreas ligadas à leitura emocional. É por isso que, em conversas multitarefa, a conexão tende a ficar mais superficial, e nuances como ironia, desconforto ou vulnerabilidade podem passar despercebidas.
Você já percebeu como é diferente conversar com alguém que está realmente presente — que escuta com o corpo todo — em comparação a quem parece meio “dividido”? E quando é você quem tenta prestar atenção em duas coisas, consegue sentir essa queda de presença? Essas pequenas observações dizem muito sobre o quanto a mente humana precisa de foco para criar vínculo genuíno.
Na terapia, explorar o impacto da distração nas relações pode ajudar a compreender por que alguns laços parecem perder profundidade com o tempo. Estar presente, cognitivamente e emocionalmente, é talvez o antídoto mais potente contra a desconexão. Caso queira se aprofundar nesse tema, estou à disposição.
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