Existem diferenças nas comorbidades de homens e mulheres com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
2
respostas
Existem diferenças nas comorbidades de homens e mulheres com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
Sim, existem diferenças nas comorbidades entre homens e mulheres com Transtorno do Espectro Autista. Pesquisas mostram que mulheres com TEA frequentemente apresentam maior ocorrência de ansiedade, depressão e transtornos alimentares, enquanto homens tendem a ter maior prevalência de déficits de atenção, hiperatividade e comportamentos disruptivos. Essas diferenças podem estar relacionadas tanto a fatores biológicos quanto a questões socioculturais, como a maior habilidade de mulheres em mascarar sintomas sociais, o que pode atrasar o diagnóstico e favorecer o surgimento de comorbidades internas, como sofrimento emocional e transtornos afetivos.
Tire todas as dúvidas durante a consulta online
Se precisar de aconselhamento de um especialista, marque uma consulta online. Você terá todas as respostas sem sair de casa.
Mostrar especialistas Como funciona?
Oi, tudo bem? A forma como você trouxe essa pergunta é muito cuidadosa, porque falar de diferenças entre homens e mulheres no TEA exige sensibilidade para não transformar isso em regras duras. O que a gente observa na prática clínica e na literatura é que, embora o diagnóstico seja o mesmo, a maneira como ele aparece pode ser bastante distinta entre gêneros, especialmente nas comorbidades.
Muitas mulheres no espectro tendem a apresentar quadros de ansiedade, depressão e exaustão emocional com maior frequência, muito em função do que chamamos de camuflagem social. É como se o cérebro trabalhasse dobrado para acompanhar o que o ambiente espera, tentando “performar” socialmente, e esse esforço prolongado pode acabar abrindo espaço para sofrimento psíquico. Já em meninos e homens, é comum observar comorbidades mais ligadas ao comportamento, como TDAH ou dificuldades de autorregulação impulsiva, mas isso não é regra. Talvez valha notar como a pessoa que você está observando se organiza emocionalmente no dia a dia. Em que momentos ela parece esgotada? Há situações em que ela tenta se adaptar tanto ao ambiente que o corpo parece cobrar depois?
Outra diferença importante é que muitas mulheres autistas passam anos sem diagnóstico justamente porque suas estratégias de adaptação mascaram parte do sofrimento. Isso faz com que comorbidades emocionais sejam identificadas antes do próprio TEA, o que atrasa intervenções adequadas. Você percebe que há sinais que só aparecem quando a pessoa está em ambientes mais íntimos ou seguros? Como ela reage quando não precisa “manter o desempenho social”?
Essas nuances não tornam o diagnóstico mais ou menos válido, apenas mostram que o TEA não tem um único rosto e que compreender essas diferenças ajuda a oferecer um cuidado mais preciso e menos estigmatizado. Se quiser explorar esses sinais com mais profundidade e entender como tudo isso se manifesta na prática, podemos conversar com calma sobre o caso que você tem em mente. Caso precise, estou à disposição.
Muitas mulheres no espectro tendem a apresentar quadros de ansiedade, depressão e exaustão emocional com maior frequência, muito em função do que chamamos de camuflagem social. É como se o cérebro trabalhasse dobrado para acompanhar o que o ambiente espera, tentando “performar” socialmente, e esse esforço prolongado pode acabar abrindo espaço para sofrimento psíquico. Já em meninos e homens, é comum observar comorbidades mais ligadas ao comportamento, como TDAH ou dificuldades de autorregulação impulsiva, mas isso não é regra. Talvez valha notar como a pessoa que você está observando se organiza emocionalmente no dia a dia. Em que momentos ela parece esgotada? Há situações em que ela tenta se adaptar tanto ao ambiente que o corpo parece cobrar depois?
Outra diferença importante é que muitas mulheres autistas passam anos sem diagnóstico justamente porque suas estratégias de adaptação mascaram parte do sofrimento. Isso faz com que comorbidades emocionais sejam identificadas antes do próprio TEA, o que atrasa intervenções adequadas. Você percebe que há sinais que só aparecem quando a pessoa está em ambientes mais íntimos ou seguros? Como ela reage quando não precisa “manter o desempenho social”?
Essas nuances não tornam o diagnóstico mais ou menos válido, apenas mostram que o TEA não tem um único rosto e que compreender essas diferenças ajuda a oferecer um cuidado mais preciso e menos estigmatizado. Se quiser explorar esses sinais com mais profundidade e entender como tudo isso se manifesta na prática, podemos conversar com calma sobre o caso que você tem em mente. Caso precise, estou à disposição.
Especialistas
Perguntas relacionadas
- É mais difícil para um autista realizar várias tarefas ao mesmo tempo?
- Quais são as estratégias eficazes para pessoas autistas que precisam fazer multitarefas?
- A dificuldade na multitarefa e memória de trabalho é a mesma em crianças e adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
- O que é a disfunção executiva e como ela afeta a memória de trabalho e a multitarefa?
- O mutismo seletivo em autistas pode ser uma forma de defesa?
- Qual o papel da memória de trabalho na multitarefa no autismo?
- Como a visão de túnel se manifesta no dia a dia? .
- Como indivíduos com autismo entendem suas emoções? O processo deles é semelhante ao de indivíduos neurotípicos?
- A "confusão mental" é um sintoma da desregulação emocional?
- Os psiquiatras/neuro pedem avaliação neuropsicológica no caso de TEA? Eu aprendi que o laudo só pode ser validado por um psiquiatra ou neurologista... então não compensa mais passar somente com um psiquiatra/neuro do que fazer a avaliação neuropsi? Ou esses profissionais pedem o laudo da avaliação neuropsi…
Você quer enviar sua pergunta?
Nossos especialistas responderam a 1071 perguntas sobre Transtorno do Espectro Autista
Todos os conteúdos publicados no doctoralia.com.br, principalmente perguntas e respostas na área da medicina, têm caráter meramente informativo e não devem ser, em nenhuma circunstância, considerados como substitutos de aconselhamento médico.