Moro só há mais de 25 anos e não me vejo nem me relacionando nem dividindo espaço com ninguém. Detes

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Moro só há mais de 25 anos e não me vejo nem me relacionando nem dividindo espaço com ninguém. Detesto receber pessoas em casa , adoro me divertir só - saio muito , vou para restaurantes , museus , trilhas. Isso tudo começo quando percebi que gostava de minha companhia e que levei muito tempo para ter meu espaço e viver a vida que queria . Ultimamente olhei para trás e percebi que meu último relacionamento foi em 2013, que não sinto falta e que estou bem . Que tipo de pessoa meu comportamento me faz em termos de sociabilidade ? Sou um heremita?
Olá, como você mesmo disse "estou bem", essa enunciação é importante para que você viva sua vida de modo singular e do jeito que convém para você. Caso um dia isso se torne um problema, aí seria o momento de fazer diferente.

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 Viviane Custodio
Terapeuta complementar, Psicanalista
Belo Horizonte
Olha, pelo que você conta, não parece que seja um eremita. Você encontrou algo que muita gente passa a vida buscando: estar em paz com a própria companhia. Isso é força, não fraqueza.

Você descobriu que pode se divertir, se cuidar e se sentir completa mesmo sem depender de um relacionamento. Isso é algo poderoso. Claro, cada escolha traz caminhos diferentes. Viver só dá liberdade, viver a dois traz outros aprendizados. Nenhum é melhor ou pior, depende do que faz sentido para você hoje.

O importante é perceber que você não está fora da norma, você só construiu uma forma de viver que combina com quem você é neste momento. Se um dia quiser entender mais a fundo de onde vem esse padrão, ou se quiser abrir espaço para novas possibilidades, a terapia pode ajudar a clarear esse caminho. Mas do jeito que você descreveu, você está vivendo com consciência. E isso já é muito valioso. Te felicito.

Existe algum lugar dentro de você que ainda deseja partilhar a vida com alguém, mesmo que de uma forma diferente do passado?
Quando você escolhe estar só, sente liberdade ou sente ausência de algo?

Um forte abraço, Viviane Custodio Terapeuta e Psicóloga.

Sua experiência de viver só por décadas e o prazer genuíno em desfrutar da própria companhia, sem sentir falta de relacionamentos ou compartilhar seu espaço, revela um perfil de alta autonomia, autoconhecimento e valorização profunda da individualidade. Esse comportamento não é, necessariamente, o de um “eremita” no sentido clássico, mas sim de alguém que se sente pleno na solitude escolhida, que é diferente do isolamento social compulsório ou da solidão geradora de sofrimento.

O que diz a psicanálise sobre seu perfil
Pessoas que optam por viver só e buscam prazer nas próprias atividades cultivam relações de respeito à própria individualidade e costumam ser autoconscientes — sabem quem são, suas necessidades e limites.

O psicanalista entende que o desejo de estar só não implica falta de sociabilidade ou dificuldades interpessoais, mas sim preferência por espaços onde sua essência se expressa com liberdade e autenticidade.

Atitudes como sair sozinho a lugares públicos, frequentar restaurantes e trilhas são indicativos de boa saúde relacional e emocional, pois envolvem contato social em dosagem satisfatória para seus valores e desejos.

“Eremita” é o termo correto?
O termo “eremita” costuma designar alguém que escolheu o isolamento extremo por motivos religiosos, espiritualidade ou para fugir da convivência humana, muitas vezes em locais despovoados e sem contato social.

Seu comportamento não corresponde ao de um eremita pleno, já que se mantém ativo socialmente — embora sem abrir mão da privacidade e do conforto de seu espaço individual.

O melhor termo seria “solitário funcional” ou pessoa com valorização da solitude — alguém que encontra plenitude em estar só, cultiva a própria companhia e não sofre com isso.

Sociabilidade no seu contexto
Não sentir falta de relacionamentos nem ter desejo de dividir seu lar não denota incapacidade de sociabilidade, apenas preferência por contato social menos intenso ou mediado por seus próprios termos.

Existem muitos modelos de vida saudável que envolvem moradia individual e redes de contato pontuais, sem prejuízo da saúde mental. O importante é observar se há sofrimento, vazio ou sensação de falta — o que claramente não acontece em seu caso.

Seu relato é típico de uma pessoa madura, autêntica e realizada em sua própria trajetória relacional e existencial, sem imposição de padrões externos.

Em termos psicanalíticos, sua experiência revela uma relação saudável com a própria individualidade, marcada por autoconhecimento, autonomia e prazer na solitude. Não há indicação de eremitismo clássico; há sim plena vivência de uma existência autossuficiente e socialmente funcional nos próprios termos.

 Paulo Bonzanini
Psicanalista
Santo André
Sua descrição não aponta para um isolamento patológico, mas para uma forma legítima de sociabilidade. A casa, para você, tornou-se um espaço de preservação do eu; já os vínculos se dão em outros cenários, escolhidos e prazerosos. Isso é diferente de ser um “ermitão”: não há fuga do mundo, há um modo singular de estar nele. Na psicanálise, valorizamos justamente isso — a possibilidade de cada sujeito construir o espaço onde pode habitar consigo mesmo e, ao mesmo tempo, circular no laço social de maneira autônoma.
Dra. Paula Marinho
Psicanalista
Niterói
Que bom que gosta da sua companhia. Alguém na sua vida virá para te acompanhar e somar e talvez ainda não tenho esbarrado com essa pessoa. Te convido a falar mais sobre isso se achar que é o momento. Beijo
Com estas informações é possível dizer que você é uma pessoa independente. Sem mais informações seria leviano dizer qualquer coisa. Fico à disposição. Abraço.
Pelo que você descreve, na visão da psicanálise, o seu jeito de viver mostra que você tem uma relação muito forte e saudável consigo mesmo. Você aprendeu a valorizar o próprio espaço, a própria companhia, e a escolher quando e com quem se relaciona. Isso não é ser eremita; é ser seletivo, introvertido, e proteger seu ego e sua autonomia.

O fato de não sentir falta de um relacionamento antigo mostra que você conseguiu elaborar o que passou, lidar com perdas e frustrações, e transformar isso em liberdade para viver a vida que quer. Você se diverte, sai, faz coisas que gosta, e mantém contato com o mundo – só no seu ritmo.

Na psicanálise, a gente vê isso como o equilíbrio entre o eu social e o eu ideal: o eu social é como você se relaciona com o mundo, e o eu ideal é como você gostaria de ser, o padrão interno que guia suas escolhas. No seu caso, o eu ideal parece ser alguém independente, autônomo e protegido, e isso influencia a forma como você organiza suas relações e seu tempo.

Se esse jeito de viver começar a te fazer sofrer – sentir solidão, dificuldade de se abrir ou isolamento que pesa emocionalmente – a psicanálise pode te ajudar a entender de onde vem isso, quais desejos ou medos estão por trás, e encontrar formas de equilibrar sua liberdade com a vida social, sem perder sua autonomia. Se você ainda tiver alguma dúvida ou quiser explorar mais profundamente esses pontos, a análise é o espaço seguro para isso.

Fico á disposição
Na psicanálise, podemos dizer que você construiu um espaço interno sólido, valorizando sua singularidade. O importante é reconhecer que sua forma de viver é legítima e não necessariamente um sinal de isolamento patológico. Seu comportamento não o torna um eremita no sentido literal. Em termos de sociabilidade, você não está isolado, já que frequenta espaços públicos e se diverte fora de casa; apenas escolheu não compartilhar a intimidade do lar. Isso indica um estilo de vida mais individualista, mas saudável, desde que não haja sofrimento.
Interessante na sua questão, talvez nem seja responder se você é eremita ou não, o mais importante é como você se sente em relação a esse comportamento, pela sua descrição você se sente bem, então talvez seja somente um traço de sua personalidade, considere a possibilidade de fazer a terapia, para ter um entendimento melhor desta sua característica.
Mas ser uma pessoa mais ou menos social pode ser somente uma maneira de se relacionar com a vida. Não existe certo ou errado neste caso, mas sim como você gosta de viver e se sente melhor.
 Elaine Soria Da Silva Lima
Psicanalista, Terapeuta complementar
Hortolândia
Olá boa tarde. Na verdade todos temos nossas características e nossas individualidades.
Sentir-se bem sozinho é algo bom e natural desde que não esteja te afetando negativamente sua vida.
 Rosane Rodrigues Fraga
Psicanalista
Belo Horizonte
A melhor pessoa pra dizer quem é, é você mesma. Mais ninguém. Entretanto, se vc está se sentindo eremita, não quer dizer ser, mas estar. O fato de sair de casa, mostra que procura se socializar, estar com o outro. Talvez seja bom pensar, se está construindo pontes ou muros. Onde está o seu desejo, o que esse diz? Se tem dúvidas, talvez seja bom contar com a ajuda de uma psicanalista para que juntos, possa haver a escuta da sua inquietação.
 Lucas Jerzy Portela
Psicanalista
Salvador
Boa pergunta pra você se fazer em sua psicanálise, com um psicanalista...
Dr. Jaime Kuhn
Psicanalista, Terapeuta complementar
São Leopoldo
O que você descreve não significa, necessariamente, ser um “hermitão” ou ter um problema de sociabilidade. Na verdade, mostra que você construiu uma forma de viver que valoriza sua autonomia, liberdade e o prazer de estar consigo mesmo. Muitas pessoas encontram bem-estar justamente ao respeitar seus limites e preferências.

Gostar da própria companhia não é sinal de isolamento patológico. O ponto central é: você sente-se bem assim? Você consegue se divertir, sair, participar de atividades que gosta? Se a resposta é sim, isso revela uma sociabilidade diferente da tradicional (baseada em convívio constante), mas ainda saudável.

É claro que algumas pessoas podem estranhar ou julgar, porque estamos acostumados a associar felicidade a relacionamentos amorosos ou convivência intensa. Porém, existem diferentes formas de viver bem.

A psicoterapia pode ajudar, se for de seu interesse, a refletir sobre esse estilo de vida: entender se é apenas uma escolha consciente e satisfatória ou se existe algum traço de evitação ou defesa emocional envolvido. Mas, pelo que você relata, parece muito mais um caminho de autenticidade e autorrespeito do que isolamento prejudicial.
Na psicanálise, não buscamos rotular ou encaixar alguém em uma definição fixa. O fato de você valorizar sua própria companhia e ter construído uma vida que lhe dá prazer não significa necessariamente ser “um eremita”. Pode ser, antes, a expressão de um jeito próprio de estar no mundo, em que a autonomia e a liberdade ganharam lugar central.

Sociabilidade não se mede apenas por dividir a casa ou viver relacionamentos amorosos: ela também acontece quando você se abre para o mundo nas trilhas, nos museus, nos encontros que escolhe. O mais importante é se perguntar se esse modo de viver lhe traz sentido.
O fato de você gostar da própria companhia e ter construído um modo de vida que te faz bem não é, por si só, um sinal de isolamento patológico. Há pessoas cuja forma de estar no mundo não passa necessariamente por viver em casal ou por compartilhar o espaço o tempo todo — e isso pode ser algo muito legítimo, especialmente quando vem de uma escolha consciente e não de uma fuga.

O que vale observar é o sentido que essa escolha tem para você. Há uma grande diferença entre estar só e sentir-se só. Estar só pode ser um modo de se preservar, de cuidar do próprio espaço e até de manter uma relação mais livre com os outros. Já sentir-se só é o que acontece quando o isolamento vira defesa contra algo que dói — o medo de se envolver, de perder o controle ou de se deixar afetar.

Pelo que você descreve, parece haver prazer, movimento e curiosidade na sua vida — você sai, explora, se diverte. Isso mostra que o laço com o mundo ainda existe, apenas se dá de outro modo. Talvez não como antes, mas de um jeito que faz sentido para quem você se tornou.

Na análise, o mais interessante seria investigar o que há de desejo e de proteção nessa escolha: o que te levou a gostar tanto da própria companhia, o que você encontrou nela e o que — consciente ou não — ainda prefere manter à distância. Porque viver bem consigo mesmo é uma conquista, mas compreender o que está em jogo nessa forma de viver pode abrir espaço para uma liberdade ainda maior.
Olá, talvez sua pergunta sobre ser ou não um eremita já esteja colocando em suspensão a afirmação de autossuficiência. Na psicanálise, não se toma o que o sujeito diz como uma verdade absoluta, mas como um discurso a ser analisado. Embora estar só possa ser um desejo genuíno, também pode esconder defesas, mecanismos de proteção contra frustrações, traumas ou vínculos que falharam no passado.
O que você descreve não caracteriza, por si só, o comportamento de um eremita (alguém que se isola completamente do convívio humano), mas sim o de uma pessoa autossuficiente emocionalmente, com perfil mais introspectivo e sociabilidade seletiva. Em outras palavras, você não evita o mundo — apenas escolhe como e quando se conectar com ele.

Há pessoas cuja realização vem do contato social frequente, e outras — como você — que encontram prazer e equilíbrio no silêncio, na autonomia e na própria companhia. Isso não é sinal de problema, especialmente porque você demonstra curiosidade, se diverte sozinha, explora o mundo e mantém uma vida ativa fora de casa.

A diferença entre solidão e solitude está justamente aí:

Solidão é sentir falta de algo ou alguém.

Solitude é gostar de estar consigo mesma.

Então, o seu comportamento reflete mais a solitude saudável do que o isolamento. O que seria preocupante é se houvesse sofrimento, evitação por medo ou dificuldade de contato emocional — mas o que você descreve é conforto e liberdade, o que indica equilíbrio e autoconhecimento, não retraimento patológico.

Se quiser, posso te explicar como a psicanálise e a neurociência interpretam esse tipo de perfil de maneira mais profunda — seria interessante pra você?
 Fernando Cravos
Psicanalista
Rio de Janeiro
Se sua declaração é genuína e reflete exatamente o que você sente, você está apenas exercendo o seu direito de viver da forma que mais recompensa emocional lhe proporciona. A solidão e o isolamento merecem uma atenção especial quando não são opcionais; quando ocorrem porque o indivíduo não se sente aceito socialmente e, por experiências traumáticas, prefere não se arriscar em novos relacionamentos afetivos ou de amizade. Quando se sente inseguro ou incapaz de atrair pessoas para o seu convívio, ele se recolhe e evita aproximações, e isso lhe causa fortes sentimentos de frustração, solidão e rejeição, que o fazem sentir-se infeliz. Ainda que, aparentemente, não seja esse o seu caso, vale um convite para que você faça reflexões constantes sobre como realmente se sente. Às vezes demonstrações frequentes de valorização da “independência”, do “eu me amo” e do “eu não preciso de ninguém”, escondem uma certa fraqueza ou vergonha de se admitir só, sem alguém para amar e compartilhar a vida. As redes sociais têm contribuído para essa excessiva valorização da autoestima como mecanismo de defesa contra a frustração que uma vida de solidão não escolhida pode causar. Portanto, se você busca esse isolamento por preferência e opção, não considero que haja qualquer problema ou condição de sociabilidade que precise ser definida e atribuída a você, entretanto, se você não fez essa opção por motivos religiosos ou filosóficos, você pode sim, referir-se a si próprio como um eremita, num sentido contemporâneo, figurativo e até meio que, carinhosamente, irônico, com você mesmo.
Dra. Patrícia Cozendei
Psicanalista
Duque de Caxias
Não, mas precisa fazer uma análise
 Andriele Barbosa
Psicanalista, Psicólogo
Florianópolis
Oi, parece que você encontrou um modo de viver que respeita seu ritmo e sua individualidade, e isso não faz de você um eremita — só alguém que descobriu prazer na própria companhia; gostar de estar só não é um problema em si, desde que não seja fuga ou sofrimento, e pelo que você descreve, você vive bem assim, com vínculos selecionados e autenticidade.

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