O que é a camuflagem social e como ela contribui para a dismorfia corporal?

10 respostas
O que é a camuflagem social e como ela contribui para a dismorfia corporal?
A camuflagem social é como denominamos quando a pessoa se esforça para esconder aspectos de si mesma que ela considara inadequados, vergonhosos ou socialmente inadequados. Pode contribuir para a dismorfia corporal quando a pessoa passa a tentar corrigir coisas no seu corpo que considera inadequadas, aumentando a autocrítica, vergonha e comparação frequente, fazendo surgir a dismorfia.

Tire todas as dúvidas durante a consulta online

Se precisar de aconselhamento de um especialista, marque uma consulta online. Você terá todas as respostas sem sair de casa.

Mostrar especialistas Como funciona?
Dr. Josimar Marques
Psicanalista
Campina Grande
A camuflagem social pode contribuir para a disfonia corporal ao levar as pessoas autista a esconder em seus traços autistas, o que pode resultar em uma perda de identidade pessoal e uma sensação persistente de não pertencimento, esta pratica pode causar esgotamento emocional crescente, ansiedade, baixa estima e ate mesmo uma perda de identidade pessoal
A camuflagem social é um comportamento inconsciente ou deliberado em que a pessoa tenta esconder ou modificar aspectos de si para se encaixar em padrões sociais de aceitação — seja na aparência, forma de falar, vestir, ou até no modo de se expressar emocionalmente.

No contexto da dismorfia corporal, essa camuflagem surge como uma tentativa de controlar a forma como os outros a percebem. A pessoa sente que precisa "corrigir" ou disfarçar partes do corpo que considera defeituosas (mesmo que não sejam percebidas pelos outros), o que aumenta a autocrítica e reforça a insatisfação com a própria imagem.

Com o tempo, esse comportamento pode gerar um ciclo de ansiedade e sofrimento psíquico: quanto mais a pessoa se camufla, mais se distancia da própria identidade, e mais intensa se torna a distorção da autoimagem.

Em outras palavras, a camuflagem social é como uma máscara que protege da rejeição, mas ao mesmo tempo aprofunda o desconforto interno com o próprio corpo. O tratamento, nesses casos, envolve compreender a raiz dessa necessidade de se esconder — geralmente ligada à autoestima, à comparação social e às experiências emocionais precoces.
 Rosane Rodrigues Fraga
Psicanalista
Belo Horizonte
Camuflagem social é querer usar uma máscara, chamado mascaramento para parecer igual às pessoas neurotipicas. É como atuar numa peça de teatro. Embora as pessoas no espectro autista sempre comentem sobre o quanto é exaustivo esse mascaramento, todas as pessoas o fazem para viver em sociedade. A questão aqui é o se sentir exausto. Há formas de se trabalhar para que essa ansiedade diminua ou não aconteça. Fazer teatro é uma excelente ideia nesse sentido. O mascaramento pode intensificar a inadequacao e a insatisfação com o próprio corpo. K esforço constante de auto monitorar pode levar a sua super vigilância em relação ao corpo.
A dismorfia corporal, em psicanálise, pode ser associada à neurose obsessiva, caracterizada por pensamentos repetitivos e comportamentos compulsivos. Neste caso, se referem à preocupação excessiva com um defeito imaginado ou um forte incômodo com traços da aparência ou alguma parte do corpo, mais especificamente, mesmo não havendo qualquer suposto "defeito". As situações sociais geram angústia para quem apresenta dismorfia corporal, por isso, a tendência é desenvolverem atos ou mecanismos defensivos, que são conhecidos sob o nome de camuflagem social. O uso de maquiagem e roupas para "esconder" certas partes do corpo, a comparação excessiva e o investimento em si, por meio do excesso de procedimentos estéticos e até cirurgias, ou simplesmente uma relação de tensão frente ao espelho (olhar sempre e fixamente ou, ao contrário, não suportar se olhar) são atos que falam de uma tentativa de camuflagem social. A dismorfia corporal é um transtorno que carece de atenção médica, pois pode vir a se tornar crônico. O acompanhamento psicoterapêutico também é essencial e, neste sentido, a psicanálise se apresenta como alternativa.
A camuflagem social é o esforço inconsciente em esconder traços, emoções ou inseguranças para se encaixar em padrões externos. Na psicanálise, isso revela um conflito entre o “eu real” e o “eu ideal”, alimentando a sensação de inadequação e, em muitos casos, a dismorfia corporal. O sujeito passa a se olhar a partir do olhar do outro, perdendo o contato com sua própria imagem. No meu trabalho, buscamos resgatar essa autenticidade, ajudando a pessoa a reconhecer quem é além das máscaras sociais e a reconstruir uma relação mais saudável com o próprio corpo e com o olhar do outro.
A camuflagem social, nesse caso, é o movimento de moldar o próprio comportamento para se adequar ao olhar do outro: gestos calculados, falas contidas, escolhas estéticas feitas não por desejo, mas por defesa. É o corpo convertido em armadura.

Quando isso se torna rotina, a imagem interna começa a rachar. O paciente passa a ler o próprio corpo não pelo que ele é, mas pelo que teme que os outros vejam. A percepção fica filtrada pela ansiedade de aceitação, e qualquer detalhe vira defeito ampliado. É assim que a camuflagem social abre caminho para a dismorfia corporal: o sujeito se separa de si mesmo e passa a se enxergar através de lentes alheias.

E, na psicanálise, esse fio pode ser desfeito aos poucos: o paciente começa a reconhecer o que pertence a si e o que foi imposto pelo olhar do outro, permitindo que a imagem corporal volte a respirar sem máscaras.
Fico à disposição
 Andriele Barbosa
Psicanalista, Psicólogo
Florianópolis
Olá, a camuflagem social é o esforço de esconder características autistas para se adaptar, e esse desgaste contínuo pode gerar forte sensação de inadequação, o que, ao longo do tempo, afeta a imagem corporal e contribui para distorções e sofrimento.
 Liliane Dardin
Psicanalista
São Paulo
Olá, seja bem-vindo(a)!

Obrigada por compartilhar sua dúvida!

A camuflagem social é um conjunto de estratégias usadas — muitas vezes de forma inconsciente — para esconder, disfarçar ou compensar traços do corpo, comportamentos ou características pessoais que a pessoa acredita serem inadequadas, diferentes ou “erradas”. Ela aparece com frequência em pessoas que vivem insegurança corporal, ansiedade social ou quadros como dismorfia corporal que é um transtorno em que a pessoa desenvolve uma preocupação exagerada com supostas falhas na aparência — que, muitas vezes, os outros nem percebem.

A camuflagem social contribui de várias formas:
1) Reforça a crença de que existe algo errado no corpo. Quando a pessoa se esconde, ela alimenta a ideia: “Se eu não camuflar, todos vão notar meu defeito.” Isso intensifica a fixação na suposta falha.

2) Mantém a ansiedade alta. O cérebro aprende que só está “seguro” se camuflar. Isso cria um ciclo de dependência:
Ansiedade → Camuflagem → Alívio temporário → Mais ansiedade depois

3) Impede a exposição realista à própria imagem. Sem ver o corpo de forma natural, a percepção fica distorcida. A pessoa passa a acreditar mais no medo que na realidade.

4) Aumenta a autocrítica e a comparação social. A camuflagem força a pessoa a observar os outros e a si mesma o tempo todo, gerando: hiperatenção a detalhes mínimos, comparação constante, busca de “defeitos” próprios. Isso intensifica o quadro de TDC.

5) Leva ao isolamento e impacto no funcionamento diário. Com o tempo, pode gerar: Evitamento de eventos sociais, Baixa autoestima, Sentimento de inadequação, Depressão e vergonha corporal. Tudo isso alimenta a dismorfia corporal.

Em resumo:
A camuflagem social é um mecanismo de sobrevivência emocional que tenta proteger a pessoa do julgamento externo, mas acaba reforçando a distorção da imagem corporal, mantendo e até agravando o quadro de dismorfia corporal, onde a pessoa necessita de ajuda psicológica para atenuar esses sintomas.
Dr. Sanderos Roberto
Terapeuta complementar, Psicanalista
Belo Horizonte
A camuflagem social no contexto do Transtorno do Espectro Autista é o esforço consciente ou inconsciente de esconder traços autistas para "encaixar-se" socialmente, o que pode causar grande desgaste emocional e sensação de não autenticidade. Esse esforço pode aumentar a ansiedade corporal e a percepção negativa da própria imagem, contribuindo para a dismorfia corporal, pois a pessoa passa a se enxergar distorcida, focando em imperfeições reais ou imaginadas. Terapêuticamente, é fundamental criar espaços de aceitação e auto compaixão, ajudando a pessoa a reconhecer seu valor autêntico e a reduzir a necessidade de camuflagem, promovendo o bem-estar emocional e uma imagem corporal mais positiva.

Especialistas

Priscila Garcia Freitas

Priscila Garcia Freitas

Psicólogo

Rio de Janeiro

Daliany Priscilla Soriano

Daliany Priscilla Soriano

Psicólogo

Sertãozinho

Júlia Carvalho dos Santos

Júlia Carvalho dos Santos

Psicólogo

Cariacica

Antonia Kaliny Oliveira de Araújo

Antonia Kaliny Oliveira de Araújo

Psicólogo

Fortaleza

Adriano Gonçalves Silva

Adriano Gonçalves Silva

Psiquiatra

São Joaquim Da Barra

Lucas Bianchi

Lucas Bianchi

Psicólogo

Sorocaba

Perguntas relacionadas

Você quer enviar sua pergunta?

Nossos especialistas responderam a 1070 perguntas sobre Transtorno do Espectro Autista
  • A sua pergunta será publicada de forma anônima.
  • Faça uma pergunta de saúde clara, objetiva seja breve.
  • A pergunta será enviada para todos os especialistas que utilizam este site e não para um profissional de saúde específico.
  • Este serviço não substitui uma consulta com um profissional de saúde. Se tiver algum problema ou urgência, dirija-se ao seu médico/especialista ou provedor de saúde da sua região.
  • Não são permitidas perguntas sobre casos específicos, nem pedidos de segunda opinião.
  • Por uma questão de saúde, quantidades e doses de medicamentos não serão publicadas.

Este valor é muito curto. Deveria ter __LIMIT__ caracteres ou mais.


Escolha a especialidade dos profissionais que podem responder sua dúvida
Iremos utilizá-lo para o notificar sobre a resposta, que não será publicada online.
Todos os conteúdos publicados no doctoralia.com.br, principalmente perguntas e respostas na área da medicina, têm caráter meramente informativo e não devem ser, em nenhuma circunstância, considerados como substitutos de aconselhamento médico.