O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) pode desaparecer completamente?

2 respostas
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) pode desaparecer completamente?
 Cirano Araújo
Psicólogo, Psicanalista
Belo Horizonte
Olá, como tem passado?
O que sabemos é que o TOC não costuma sumir de forma espontânea, porque não é apenas um hábito ou uma mania: trata-se de um modo específico do sujeito lidar com suas angústias, marcado por pensamentos obsessivos e rituais compulsivos.
Do ponto de vista psicanalítico, o TOC está enraizado na forma como o inconsciente organiza desejos, culpas e medos. As obsessões e compulsões aparecem como tentativas de lidar com algo que, no fundo, é incontrolável: a dimensão do desejo e da incerteza da vida. Por isso, dizer que o TOC “desaparece” pode ser uma simplificação; o que pode acontecer é uma transformação na forma como a pessoa lida com esses conteúdos, reduzindo a intensidade do sofrimento e do impacto no dia a dia.
Com acompanhamento adequado, seja por análise, psicoterapia ou, em alguns casos, em associação com medicação, é possível atenuar muito os sintomas, a ponto de a pessoa viver com bem menos interferência dos rituais e pensamentos intrusivos. O TOC pode deixar de ocupar o centro da vida psíquica e abrir espaço para novas formas de estar no mundo, mais livres e menos aprisionadas ao ciclo obsessivo-compulsivo.
Por isso, em vez de esperar que o TOC “desapareça”, vale pensar que o processo de tratamento abre a chance de transformá-lo em algo mais suportável e menos controlador. Procurar um espaço de fala, como a análise, pode ser fundamental para dar novos sentidos ao que antes só se repetia em forma de angústia.
Espero ter ajudado e sigo à disposição.

Tire todas as dúvidas durante a consulta online

Se precisar de aconselhamento de um especialista, marque uma consulta online. Você terá todas as respostas sem sair de casa.

Mostrar especialistas Como funciona?
 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Oi, tudo bem? Essa é uma pergunta muito sincera e que carrega, ao mesmo tempo, esperança e cansaço — porque conviver com o TOC pode ser exaustivo, e é natural desejar que ele simplesmente desapareça. A resposta, porém, precisa ser honesta e cuidadosa: o TOC não costuma “sumir” como se nunca tivesse existido, mas ele pode perder tanta força que deixa de determinar a vida da pessoa. Muitas pessoas alcançam um nível de controle e compreensão tão grande que os sintomas ficam leves, espaçados e totalmente gerenciáveis.

O que acontece é que o TOC funciona como um circuito aprendido no cérebro, um sistema de alarme que dispara com sensibilidade maior do que deveria. Com tratamento adequado — especialmente com EPR e TCC — esse alarme aprende novas rotas. A urgência diminui, o medo perde o impacto e a compulsão deixa de parecer a única saída. Com o tempo, o cérebro realmente muda a forma como interpreta a ameaça. Isso pode fazer com que os sintomas fiquem tão pequenos que quase não atrapalhem mais, mesmo que, em algum nível, a tendência ao TOC ainda exista.

Talvez valha você refletir um pouco sobre o que espera quando imagina “o TOC desaparecendo”. O que mudaria no seu dia a dia? Como seria viver sem sentir que precisa responder imediatamente aos pensamentos intrusivos? E que parte da sua história você acredita que o TOC tenta “proteger”, mesmo atrapalhando tanto? Essas perguntas ajudam a entender o que exatamente você deseja transformar — e esse é um passo essencial no processo.

Se quiser explorar como é possível reduzir drasticamente a força do TOC e construir uma vida com muito mais liberdade interna, posso caminhar ao seu lado nesse processo. Caso precise, estou à disposição.

Especialistas

Michelle Esmeraldo

Michelle Esmeraldo

Psicanalista, Psicólogo

Rio de Janeiro

Alexandre Zatera

Alexandre Zatera

Médico do trabalho, Psiquiatra, Médico perito

Canoinhas

Juan Pablo Roig Albuquerque

Juan Pablo Roig Albuquerque

Psiquiatra

São Paulo

Liézer Cardozo

Liézer Cardozo

Psicólogo

Curitiba

Rene Jesus Acosta

Rene Jesus Acosta

Generalista

Petrolina

Renata Camargo

Renata Camargo

Psicólogo

Camaquã

Perguntas relacionadas

Você quer enviar sua pergunta?

Nossos especialistas responderam a 1172 perguntas sobre Transtorno Obsesivo Compulsivo (TOC)
  • A sua pergunta será publicada de forma anônima.
  • Faça uma pergunta de saúde clara, objetiva seja breve.
  • A pergunta será enviada para todos os especialistas que utilizam este site e não para um profissional de saúde específico.
  • Este serviço não substitui uma consulta com um profissional de saúde. Se tiver algum problema ou urgência, dirija-se ao seu médico/especialista ou provedor de saúde da sua região.
  • Não são permitidas perguntas sobre casos específicos, nem pedidos de segunda opinião.
  • Por uma questão de saúde, quantidades e doses de medicamentos não serão publicadas.

Este valor é muito curto. Deveria ter __LIMIT__ caracteres ou mais.


Escolha a especialidade dos profissionais que podem responder sua dúvida
Iremos utilizá-lo para o notificar sobre a resposta, que não será publicada online.
Todos os conteúdos publicados no doctoralia.com.br, principalmente perguntas e respostas na área da medicina, têm caráter meramente informativo e não devem ser, em nenhuma circunstância, considerados como substitutos de aconselhamento médico.