Oi, tudo bem? Amo meu psicólogo, mais isso sentia muito antes da terapia e antes trocávamos muitos o

21 respostas
Oi, tudo bem? Amo meu psicólogo, mais isso sentia muito antes da terapia e antes trocávamos muitos olhares mais somos tímidos e nenhum chegou no outro e até que pedi pra ele ser meu terapeuta, ao mesmo tempo quero saber lidar com meus problemas e ele me conhecer, e quando ele me der alta, posso depois de uns 4 meses chamar ele e ver no que dá? Não vou criar expectativas, vou respeitar a decisão dele, mais quero tentar e nao quero levar isso ora terapia mesmo ele tendo essa noção dos meus sentimentos por ele. Observando esse contexto de eu me apaixonar bem antes da terapia começar, não é fantasia é real, e estou melhorando fazendo terapia eu estou separando as coisas e ele é bem ético mais sinto um carinho bem grande dele por mim também. Posso depois da alta chamar ele pra ter uma amizade e quem sabe algo a mais se ele desejar é claro?
Algumas considerações são que, é comum, num primeiro momento, um sentimento de paixão pelo psicólogo, por ele estar sendo cuidadoso, atencioso, respeitoso, empático, etc., que são características desejáveis em um psicólogo que está exercendo sua função, porem isso pode ser muito diferente num relacionamento amoroso, onde as necessidades emocionais de ambos estarão presentes, com a expectativa de serem atendidas. Num relacionamento de intimidade, passamos a ter contato com a outra pessoa e muitas fantasias, de algo "perfeito", vindas da paixão, podem se desfazerem ou se adequarem a realidade, onde as virtudes e os "defeitos" são considerados.

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Oi, que bom que você trouxe isso com tanta sinceridade e cuidado.
É realmente comum que sentimentos muito fortes surjam dentro da relação com o terapeuta — inclusive o que parece ser uma paixão. E isso não quer dizer que você está errada ou confusa. Na verdade, esse tipo de vínculo é algo que acontece com muitas pessoas na terapia, e tem muito a ver com o espaço seguro, atencioso e respeitoso que o terapeuta oferece.

Quando alguém nos escuta de verdade, nos acolhe sem julgamento, nos ajuda a lidar com nossas dores… é natural que surjam sentimentos profundos. Mas, dentro da terapia, esses sentimentos fazem parte do processo e têm um significado especial. Muitas vezes, o que aparece como uma paixão pode também ser uma forma de buscar cuidado, de reparar antigas feridas, de se sentir vista e importante de um jeito que talvez tenha faltado antes.

Por isso, essa experiência não é “só” uma paixão — ela pode ser uma porta de entrada para se conhecer mais, para entender como você se relaciona, o que espera do outro, o que precisa. E isso tem muito valor dentro do processo terapêutico.

Quanto a falar com ele depois da alta… entendo que o sentimento é real pra você. Mas a relação terapêutica tem um lugar muito específico e delicado, com limites importantes para proteger você e também o próprio trabalho da terapia. Mesmo após a alta, o código de ética da psicologia segue orientando que terapeutas não devem estabelecer outros tipos de vínculos afetivos com ex-pacientes, justamente por tudo que aquela relação construiu.

Seus sentimentos merecem ser levados a sério, e é importante poder vivê-los com calma, sem se apressar pra dar um destino a eles. Talvez a maior prova de carinho por si mesma agora seja permitir que essa história te ajude a crescer, sem tentar fazer dela algo que não cabe nesse momento.
 Germaniely Lima
Psicólogo, Psicanalista
Florianópolis
Olá, se sente dúvida quanto ao que deve fazer em relação a ele , porque não buscou um outro terapeuta pra poder tratar dessa questão ?!A resposta não é tão simples . Tão se trata só de questão etica. O ideal seria levar isso para uma terapia .
Oi, querida, obrigada pela sua confiança ao compartilhar algo tão íntimo. Vou responder com todo o cuidado e respeito que esse tema merece.

O que você está sentindo não é incomum — o ambiente terapêutico é íntimo, seguro, e naturalmente favorece vínculos emocionais profundos. O carinho que você sente é legítimo, e o mais importante é que você tem buscado compreender e lidar com isso com responsabilidade e autoconsciência.

É essencial destacar que, como psicólogos, seguimos um código de ética muito claro: não é permitido envolver-se afetiva ou romanticamente com pacientes, mesmo após o término da terapia, pois isso fere os princípios de neutralidade, cuidado e proteção da pessoa atendida. A ética profissional entende que esse tipo de vínculo, mesmo após alguns meses, ainda pode ser influenciado pela relação terapêutica anterior.

Então, mesmo que sua intenção seja cuidadosa e respeitosa, e que os sentimentos tenham surgido antes da terapia, um envolvimento pessoal ou amoroso com ele, ainda assim, configura um rompimento ético da parte dele, e poderia colocar sua saúde emocional em risco.

O mais bonito aqui é que você está se tratando, crescendo e amadurecendo emocionalmente. Que tal pensar que esse sentimento pode estar mostrando o quanto você deseja ser acolhida, vista e valorizada? Esses desejos são legítimos e podem te guiar na construção de relações saudáveis fora da terapia, com pessoas livres e disponíveis emocionalmente para isso.

Se, com o tempo, ainda quiser conversar mais a fundo sobre esse tema (sem se expor em sua terapia atual), me coloco totalmente à disposição para uma escuta acolhedora, ética e respeitosa.

Você merece viver vínculos saudáveis, genuínos e possíveis. Conte comigo nessa jornada.
 Dan Katz Vieira
Psicólogo
Rio de Janeiro
Olá! No meu ponto de vista, se disponibilizar para ser terapeuta de alguém que anteriormente já havia flertado ou algo do tipo, já parte de uma premissa problemática. Não é ideal que a relação terapêutica seja atravessada por afetos dessa ordem já de início, ainda mais partindo do profissional. É importante que ele possa agir de maneira ética, priorizando os objetivos da terapia e o seu bem-estar.
Apesar disso, não acho que você deva reprimir seu desejo de se comunicar com ele após uma possível alta. Mas faça isso sabendo que, caso ele carregue consigo certos princípios éticos, a probabilidade de receber uma negativa é bem grande. Espero ter ajudado!
 Nilzelly Martins
Psicólogo
Rio de Janeiro
Olá,

Você traz um relato muito delicado, que merece ser acolhido com cuidado. O que você sente, esse amor que parece ter surgido antes mesmo da terapia começar, carrega um sentido que talvez ainda esteja se desenhando para você. É importante dizer que esse tipo de afeto não é incomum em um processo terapêutico. Às vezes, quando somos profundamente escutados, quando alguém nos olha com atenção verdadeira, algo muito precioso se mobiliza em nós. E é aí que, na psicanálise, falamos da transferência.

Transferência não é um erro nem um exagero: é o modo como sentimentos profundos e inconscientes se atualizam na relação com o analista. Não quer dizer que o amor que você sente não seja “real”. Quer dizer que esse amor pode estar encenando algo que foi vivido ou desejado, antes mesmo de você encontrar esse terapeuta. O que está em jogo não é só o outro, mas o que ele desperta em você: talvez uma esperança, uma memória, uma espera longa por um encontro assim. A análise pode te ajudar justamente a escutar esse amor, com suas camadas e sua história, em vez de tentar decidir agora se ele deve ou não ser vivido fora da clínica.

Você diz que está melhorando, que tem conseguido separar as coisas, e que deseja lidar com seus conflitos pessoais, isso mostra que há algo em você que aposta no processo e que respeita o lugar da análise. O cuidado que você demonstra, ao não querer transformar a análise num lugar de expectativa amorosa, já diz muito sobre a sua ética subjetiva, sobre a sua busca de elaboração.

É compreensível que a pergunta sobre “o que fazer depois da alta” surja. Mas talvez ela ainda não precise de uma resposta. A psicanálise nos ajuda a sustentar certas perguntas sem apressar conclusões. Por que esse desejo surgiu? O que ele está te dizendo agora, nesta fase da sua vida? O que você busca nele? Às vezes, a ideia de um amor possível com o analista encarna muito mais do que um romance: encarna um desejo de ser compreendida, de ser escolhida, de finalmente se sentir inteira na presença de alguém.

E sobre a ética do analista: o afeto que ele oferece é real, mas ele aparece de outra forma. Ele se expressa no silêncio que escuta, no tempo que sustenta, no modo como ele não cede ao impulso de responder ao seu desejo como um parceiro, porque ele ocupa ali um lugar diferente, um lugar que pode fazer surgir algo novo em você.

Você pode falar disso na análise. É ali, inclusive, que essa pergunta poderá encontrar espaço para se desdobrar com profundidade, sem medo, sem julgamento. Se esse sentimento é importante para você, ele também pode ser importante no seu processo. E é no atravessamento disso, e não na negação ou no adiamento, que algo do seu desejo pode se transformar.

Se, ao ler essa mensagem, algo em você se movimentou, uma lembrança, uma pergunta, uma vontade de entender mais sobre si, saiba que meu consultório está disponível para esse encontro. Talvez seja o tempo de escutar o que até agora tem sido silenciado.
Boa tarde, "amor de transferência" é o que Freud definiu como sentimento de afeição, atração amorosa, desejos e crenças do paciente pelo terapeuta. A transferência tem relação com os primeiros objetos amorosos da vida de um ser humano. Geralmente os pais ou figuras representativas importantes na vida da pessoa. Na verdade, não é um amor genuíno pelo psicólogo mas é uma expressão de sentimentos inconscientes que você tem por figuras significativas em sua vida, e transferiu para o psicólogo. Será no espaço terapêutico que você deverá trabalhar estas questões, onde o psicólogo vai te ajudar a trabalhar estes sentimentos e promover o teu desenvolvimento pessoal. É esperado que aconteça este comportamento na terapia, devido a relação de intimidade, durante o processo psicoterápico. Relacionamento amoroso entre paciente e psicólogo, não deve existir nem antes, nem durante e nem depois do processo psicoterápico.
 Maisa Guimarães Andrade
Psicanalista, Psicólogo
Rio de Janeiro
Olá, tudo bem? Obrigada por confiar esse sentimento tão delicado e íntimo — é muito bonito que você esteja buscando entender e cuidar disso com tanto respeito e responsabilidade, inclusive pelo lugar que o seu terapeuta ocupa e pelo processo que vocês estão construindo.

Quando estamos em análise, é muito comum surgirem sentimentos intensos em relação ao analista ou terapeuta. Na psicanálise, inclusive, isso tem um nome: transferência. A transferência é um fenômeno natural e esperado dentro do processo terapêutico. Ela pode envolver amor, raiva, admiração, desejo, frustração — sentimentos profundos que, muitas vezes, têm raízes em experiências passadas, relações marcantes ou necessidades emocionais inconscientes. Esses sentimentos não são "falsos", eles são reais dentro da experiência psíquica, mas têm um sentido que vai além do aqui e agora.

O que você sente pelo seu psicólogo é legítimo. E mesmo que esses sentimentos já existissem antes da terapia, o espaço terapêutico pode intensificá-los, porque ali você está sendo escutada de forma profunda, compreendida, acolhida — e isso toca lugares muito sensíveis e importantes dentro de nós.

Por isso, é tão importante — e seguro — poder falar sobre isso na terapia. Eu entendo o receio, o medo de “estragar” algo, de se expor demais ou de perder o vínculo. Mas, na psicanálise, tudo pode ser trazido. O analista está ali exatamente para escutar também esses afetos, com ética, sem julgamento, ajudando você a compreender o que essa paixão pode estar querendo comunicar sobre você, sua história, suas carências, seus desejos, sua forma de se vincular. Isso não significa que seu sentimento será descartado — muito pelo contrário, ele será levado a sério.

Sobre o que pode acontecer após a alta, essa é uma questão que depende de muitos fatores — éticos, profissionais e afetivos. Alguns códigos de ética (como o da Psicologia no Brasil) orientam que os vínculos afetivos ou amorosos entre paciente e terapeuta não devem se estabelecer, mesmo após o fim da terapia, por reconhecer que houve um laço assimétrico e que a relação terapêutica deixa marcas que não se desfazem com o encerramento formal. Outros autores e abordagens discutem isso com nuances diferentes, mas sempre com muita cautela.

A sua vontade de esperar, respeitar, não criar expectativas e cuidar de si antes de tudo já mostra maturidade emocional. O mais importante agora é que você continue investindo em si mesma, no seu autoconhecimento, e que esse sentimento possa ser compreendido e atravessado com a ajuda da análise.

A psicanálise pode te ajudar justamente a colocar luz sobre esses desejos, sem pressa de julgá-los ou decidir por eles. Pode te ajudar a compreender o que você busca em um vínculo amoroso, o que te atrai nesse olhar, nesse cuidado, e o que esse sentimento revela sobre as suas histórias mais profundas — de amor, de falta, de reconhecimento, de desejo.

Você merece ser escutada com toda a delicadeza e profundidade que essa experiência pede. E lembre-se: falar sobre isso no processo analítico não quebra o vínculo — pode, ao contrário, fortalecê-lo, trazendo ainda mais consciência e crescimento.

Se quiser seguir nesse caminho, saiba que há um lugar seguro para você ser ouvida — com todos os sentimentos que vierem. Isso é, inclusive, parte do que torna o processo terapêutico tão transformador.








Ei...
- Oi, não há problema nenhum nisso, ao contrário eu torço para que tudo dê certo e que tua alta venha logo, para assim você ter a chance de tentar dar início a esse romance.
- Parabéns pela atitude e por vim aqui expor seus sentimentos, continue firme e faça sempre o seu melhor.
- Caso queira nos mandar mais detalhes, ficarei feliz em responder.
Abraços
Olá,
Pelo seu relato entendi que você está apaixonado(a) por seu psicólogo, desde antes de ele ser seu terapeuta.
Fazer psicoterapia com um psicólogo por quem se está apaixonado(a) não é recomendável, porque durante o processo terapêutico, para que seja efetivo, você precisará compartilhar informações sobre relacionamentos anteriores, sexualidade, interesses, relacionamentos familiares, e talvez você não se sinta confortável para fazê-lo, por haver o interesse em um relacionamento afetivo pelo psicólogo.
Não estando em processo de psicoterapia com o psicólogo por quem você está apaixonado(a), seria uma questão simples, de alguma das partes tomar a iniciativa se quiser algo mais.
Fico à disposição. Obrigada, Ivete Rizzato
 Paulo Cesar Francetto
Psicólogo, Psicanalista
Santo André
Veja bem ( ja viu que não começa bem rs). Há uma relação terapêutica entre você e ele, onde existe um envolvimento além do emocional. É normal, comum e esperado que exista esta relação e este sentimento. Mas boa parte dele é ocasionado pela troca analítica. Existem diversos tratados sobre este tema, você pode encontrar aos borbotões. Para mim particularmente, não existe ex paciente. Uma vez paciente será sempre paciente. Explicarei. Existe aí uma relação que chega a ser desigual, onde o analista teve contato com conteúdos muito íntimos e profundos do analisante e isso pode colocar o ex paciente, por assim dizer , numa situação delicada.É muito dificil separar o sentimento de amor do profissional como voce cita no texto. Espero que estes elementos sirvam para você ponderar um pouco mais.
Mesmo após o fim do vínculo formal da psicoterapia, o Código de Ética Profissional do Psicólogo estabelece que a relação entre psicólogo e paciente deve manter os limites profissionais, incluindo o respeito à assimetria dessa relação e à confiança construída durante o processo terapêutico. Envolver-se afetivamente com um ex-paciente, mesmo após a alta, pode representar risco ético e afetivo para ambas as partes, sobretudo porque sentimentos podem ser confundidos com dinâmicas da própria terapia. Se esses sentimentos persistirem, conversar com outro psicólogo pode ser uma forma de acolher e elaborar o que está acontecendo, com cuidado, respeito e segurança emocional para você. A Psicologia está aqui para isso também.
 Léa Michaan
Psicólogo, Psicanalista
São Paulo
Sim minha linda, você pode!
É comum a paciente se apaixonar pelo terapeuta, no seu caso, você já era apaixonada antes. Se a terapia está te ajudando, tudo bem. A vida é muito maior do que regras, normas e leis. Só tome cuidado para não se machucar nesse amor pelo terapeuta e também na vida!
Um abraço,
Lea
 Gabriel Augusto Alves Ventura
Psicólogo
Ribeirão Preto
No sentido burocrático, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) não proíbe explicitamente relacionamentos afetivos de qualquer natureza entre psicólogos e ex-pacientes após o término da terapia.

Porém, o envolvimento afetivo posterior pode afetar os resultados positivos que foram obtidos durante o processo terapêutico, principalmente se for marcado futuramente por desentendimentos e rompimento da comunicação que possuem.

Por isso, não existe certo ou errado para essa questão, porém a decisão de se envolver com um profissional de saúde que a atendeu no passado pode ter impactos importantes em você a depender do que acontecer, sendo aconselhado pensar com cautela sobre o assunto.
Olá! Não tem nenhum problema na sua iniciativa de chamá-lo para o seu convívio após ter alta. Afinal, ele vai decidir e, provavelmente, vai falar o que pensa sobre isso.
No entanto, você está deixando para o futuro algo que hoje já é muito importante para você. Esse tipo de situação, que não se mostra de maneira explícita, limita o avanço da psicoterapia. Desse modo, se você tiver alta, não terá avançado tanto quanto poderia, o que torna mais provável a necessidade de continuidade do processo psicoterapêutico.
É importante compreender que segredos, mesmo quando eles parecem estar "no ar" ou implícitos, sempre vão prejudicar sua evolução na psicoterapia.
 Gisele Rodrigues
Psicólogo
Florianópolis
Olá. Não existe uma proibição legal, porém existem recomendações éticas da profissão, porque pode haver interferência negativa, para ambos. Você não precisa fazer terapia com alguém para poder começar uma amizade. Ele é mais do que psicólogo, minha recomendação é se aproximar dele como pessoa. Abraço.
 Marina Ursini e Moreira
Psicólogo
Contagem
Entendo que seus sentimentos são sinceros e que esse vínculo já existia antes mesmo do início da terapia. No entanto, buscar a terapia com a intenção de, futuramente, transformar essa relação em algo amoroso pode não ser o melhor caminho para o seu processo de desenvolvimento pessoal e emocional.

O ideal seria considerar a possibilidade de iniciar um acompanhamento com outro terapeuta, alguém que esteja fora desse contexto afetivo. Isso permitirá um espaço mais seguro e neutro para que você possa trabalhar questões como a timidez, a forma como se conecta emocionalmente com os outros e como expressar seus sentimentos de maneira saudável.

Na terapia, o vínculo com o profissional é essencial, mas ele precisa estar baseado em limites claros, para garantir que o foco permaneça no seu crescimento e bem-estar. Buscar compreender e elaborar esses sentimentos, sem alimentá-los como um objetivo futuro, pode te ajudar a lidar melhor com a situação e fortalecer sua autonomia emocional.

Sei que não é fácil, mas dar esse passo pode ser um grande gesto de cuidado consigo mesma. Estou à disposição caso queira conversar mais sobre isso.
Bom dia, é bem delicado essa situação, o mais adequado seria você encerrar com ele e começar a terapia com outra pessoa, e depois tentar essa aproximação. Vamos pensar , seus sentimentos são reais e voce precisa conversar sobre eles na terapia e a relação de paciente /profissional te impede, então isso atrapalha o seu processo.
 Rozana do Vale
Psicólogo
Rio de Janeiro
Olá,
Não é indicado continuar com a atendimento uma vez que você apresenta esses sentimentos.
É natural que, durante o processo terapêutico, possam surgir sentimentos afetivos ou românticos em relação ao psicólogo ou psicóloga, o que chamamos de transferência. Essa é uma parte importante e compreensível da terapia.
Entretanto, a Psicologia no Brasil orienta que relações afetivo-sexuais entre psicólogos e pacientes, ou mesmo ex-pacientes, não são éticas. Isso acontece porque a relação terapêutica envolve uma assimetria de poder e confiança que pode continuar mesmo após o término do atendimento, o que pode causar confusão, prejuízo emocional e prejudicar a integridade do processo.
Por isso, o psicólogo tem o compromisso ético de manter limites claros, garantindo a segurança emocional do paciente e a seriedade do trabalho profissional.
Se você sente esses sentimentos, o ideal é falar abertamente sobre eles com seu terapeuta, pois isso pode ser uma oportunidade importante para seu autoconhecimento e crescimento.
 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Olá, tudo bem?

Que bom que você encontrou um espaço de acolhimento e cuidado na terapia — isso, por si só, já diz muito sobre sua sensibilidade e sua busca por se conhecer melhor. É natural que sentimentos intensos apareçam dentro do vínculo terapêutico, especialmente quando esse vínculo toca partes da gente que há muito tempo esperavam ser vistas, escutadas, compreendidas com profundidade. A relação terapêutica pode ser, sim, um lugar onde nascem emoções poderosas, mas nem sempre elas seguem a lógica das relações fora desse espaço.

Você mencionou algo muito importante: os sentimentos que nutre por ele surgiram antes da terapia começar. Isso, de fato, diferencia a situação de muitos casos em que a idealização nasce dentro do processo terapêutico. Mas mesmo assim, o papel que ele ocupa agora — como seu psicólogo — exige uma postura ética e um compromisso com o seu bem-estar que vai além das intenções pessoais. Ele está ali para ajudar você a entender suas dores, não para ocupar um lugar afetivo ou amoroso na sua vida. E essa distinção, embora difícil de aceitar, é essencial para que a terapia funcione como precisa.

Do ponto de vista da neurociência e das abordagens que usamos em terapia, o vínculo terapêutico pode ativar regiões do cérebro relacionadas à confiança, ao apego e à sensação de segurança emocional. Isso pode fazer com que o terapeuta se torne, simbolicamente, uma figura de referência, quase como se fosse alguém que finalmente "vê" a sua essência. Mas essa ativação não significa, necessariamente, que há reciprocidade no desejo romântico — significa que algo em você está se sentindo acolhido de um jeito profundo. E isso é precioso demais para ser confundido com sedução ou romance.

Agora, sobre o futuro... É compreensível querer manter um laço com alguém que despertou tanto carinho. Mas a ética que sustenta a psicologia existe justamente para proteger você — inclusive de se machucar por algo que, por mais bonito que pareça, pode não ser viável fora do setting terapêutico. Então, talvez a pergunta mais importante aqui não seja “Será que posso chamá-lo depois da alta?”, mas sim: “O que exatamente estou esperando que aconteça se eu fizer isso?”. E mais: “Estou preparada para lidar com uma resposta que talvez não seja a que eu gostaria de ouvir?”

Você tem todo o direito de sentir o que sente, mas talvez seja importante refletir se esconder isso na terapia é a melhor escolha. Por mais que ele já tenha alguma noção dos seus sentimentos, não trazer isso para o processo pode se transformar em uma barreira invisível — que trava, confunde e impede que você vá mais fundo no seu próprio caminho de cura. Às vezes, o verdadeiro sinal de maturidade emocional não está em tentar evitar o tema, mas em encontrar coragem para falar sobre ele com respeito, vulnerabilidade e honestidade.

Caso precise, estou à disposição.

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