Por que a multitarefa social é particularmente difícil no autismo ?
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Por que a multitarefa social é particularmente difícil no autismo ?
Para a psicanálise, a singularidade do sujeito está sempre para além de qualquer rótulo. O autismo, enquanto nome no campo médico, ajuda na organização de políticas públicas, direitos e acompanhamento — mas, clinicamente, ele não define a relação daquele sujeito com a linguagem, com o outro, com o desejo.
compreendem o autismo como:
-Uma forma distinta de laço social
-Não uma “falha” do desejo ou da linguagem, mas um modo próprio de funcionamento
-Uma proteção necessária frente à invasão do Outro e do significante
Não se trata de incluir o autista no laço “padrão”, mas de criar pontes respeitando o seu modo singular.
Na visão psicanalítica, o sujeito vive tentando responder ao Ideal que o Outro (a sociedade, o trabalho, as expectativas externas) coloca como modelo: ser eficiente, rápido, impecável, sempre pronto e produtivo. Quando você não dá conta de tudo ao mesmo tempo, a fantasia de ser “completo” desaba — e o que aparece é a falta, parte estrutural de todo ser humano.
compreendem o autismo como:
-Uma forma distinta de laço social
-Não uma “falha” do desejo ou da linguagem, mas um modo próprio de funcionamento
-Uma proteção necessária frente à invasão do Outro e do significante
Não se trata de incluir o autista no laço “padrão”, mas de criar pontes respeitando o seu modo singular.
Na visão psicanalítica, o sujeito vive tentando responder ao Ideal que o Outro (a sociedade, o trabalho, as expectativas externas) coloca como modelo: ser eficiente, rápido, impecável, sempre pronto e produtivo. Quando você não dá conta de tudo ao mesmo tempo, a fantasia de ser “completo” desaba — e o que aparece é a falta, parte estrutural de todo ser humano.
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Oi, tudo bem? Essa é uma pergunta muito sensível e profunda — porque a chamada multitarefa social toca diretamente na forma como o cérebro autista percebe, processa e responde ao mundo ao redor. Diferente da multitarefa comum (como cozinhar ouvindo música), a multitarefa social envolve lidar simultaneamente com múltiplas camadas de estímulos: palavras, expressões faciais, tons de voz, gestos, intenções implícitas e emoções alheias — tudo isso em tempo real.
No cérebro autista, há um funcionamento diferente nas redes que integram informação sensorial, emocional e social. Isso significa que cada pista social — um olhar, uma mudança de entonação, um sorriso — é processada de forma mais analítica, menos automática. Então, enquanto o cérebro neurotípico “decodifica” essas informações quase sem esforço, o cérebro autista precisa analisar conscientemente cada detalhe. O resultado é um gasto energético muito maior e uma sensação de cansaço ou confusão após interações prolongadas. Você já sentiu que, em conversas com várias pessoas ao mesmo tempo, é como se seu cérebro precisasse escolher qual estímulo acompanhar?
A multitarefa social também envolve alternar rapidamente o foco entre o que o outro diz, o que se sente internamente e o que se deve responder — uma alternância constante entre o “mundo externo” e o “mundo interno”. Em pessoas autistas, essa transição pode ser mais lenta, porque as conexões entre áreas ligadas à emoção (como a amígdala) e à cognição social (como o córtex pré-frontal medial) funcionam de modo diferente. Isso não é deficiência — é diferença de arquitetura neural.
A falta de previsibilidade das interações humanas intensifica o desafio. Cada conversa pode carregar nuances e ironias sutis, o que exige uma leitura emocional que, para o cérebro autista, pode não ser intuitiva. É como tentar traduzir vários idiomas ao mesmo tempo, sem saber qual deles vai aparecer em seguida.
Por isso, muitos autistas descrevem a interação social não como algo “difícil emocionalmente”, mas como algo mentalmente exaustivo. E quando há sobrecarga, o cérebro pode entrar em “modo de proteção”, reduzindo expressões, respostas ou até se retirando do ambiente. Esse é um mecanismo de autorregulação, não de indiferença.
A neurociência ajuda a entender, mas a empatia é o que faz diferença no cotidiano. A multitarefa social pode ser desafiadora, mas com previsibilidade, pausas e ambientes seguros, o cérebro encontra seu ritmo. E talvez a beleza disso tudo esteja no fato de que, mesmo percebendo o mundo de outro jeito, ainda é possível se conectar — só muda o tempo e a forma dessa dança. Caso precise, estou à disposição.
No cérebro autista, há um funcionamento diferente nas redes que integram informação sensorial, emocional e social. Isso significa que cada pista social — um olhar, uma mudança de entonação, um sorriso — é processada de forma mais analítica, menos automática. Então, enquanto o cérebro neurotípico “decodifica” essas informações quase sem esforço, o cérebro autista precisa analisar conscientemente cada detalhe. O resultado é um gasto energético muito maior e uma sensação de cansaço ou confusão após interações prolongadas. Você já sentiu que, em conversas com várias pessoas ao mesmo tempo, é como se seu cérebro precisasse escolher qual estímulo acompanhar?
A multitarefa social também envolve alternar rapidamente o foco entre o que o outro diz, o que se sente internamente e o que se deve responder — uma alternância constante entre o “mundo externo” e o “mundo interno”. Em pessoas autistas, essa transição pode ser mais lenta, porque as conexões entre áreas ligadas à emoção (como a amígdala) e à cognição social (como o córtex pré-frontal medial) funcionam de modo diferente. Isso não é deficiência — é diferença de arquitetura neural.
A falta de previsibilidade das interações humanas intensifica o desafio. Cada conversa pode carregar nuances e ironias sutis, o que exige uma leitura emocional que, para o cérebro autista, pode não ser intuitiva. É como tentar traduzir vários idiomas ao mesmo tempo, sem saber qual deles vai aparecer em seguida.
Por isso, muitos autistas descrevem a interação social não como algo “difícil emocionalmente”, mas como algo mentalmente exaustivo. E quando há sobrecarga, o cérebro pode entrar em “modo de proteção”, reduzindo expressões, respostas ou até se retirando do ambiente. Esse é um mecanismo de autorregulação, não de indiferença.
A neurociência ajuda a entender, mas a empatia é o que faz diferença no cotidiano. A multitarefa social pode ser desafiadora, mas com previsibilidade, pausas e ambientes seguros, o cérebro encontra seu ritmo. E talvez a beleza disso tudo esteja no fato de que, mesmo percebendo o mundo de outro jeito, ainda é possível se conectar — só muda o tempo e a forma dessa dança. Caso precise, estou à disposição.
A multitarefa social é mais difícil em pessoas com Transtorno do Espectro Autista porque exige realizar várias tarefas ao mesmo tempo, interpretar expressões, manter contato visual, ouvir, responder, regular emoções e acompanhar o contexto. Esse processamento simultâneo demanda muito esforço cognitivo, e é comum que o cérebro no TEA prefira focar em uma informação por vez. Por isso, ambientes sociais podem gerar cansaço, sobrecarga e maior dificuldade de acompanhar todas as demandas ao mesmo tempo.
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