Porque pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tendem ao hiperfoco ?
2
respostas
Porque pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tendem ao hiperfoco ?
Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) tendem ao hiperfoco porque ele oferece previsibilidade, controle e segurança diante da complexidade e imprevisibilidade do mundo social. Psicanaliticamente, o hiperfoco funciona como mecanismo de defesa, permitindo que o sujeito organize sua atenção e energia psíquica em algo seguro, reduzindo a ansiedade e protegendo-o das dificuldades de lidar com o outro e com situações novas. Além disso, ele representa uma forma de investimento emocional e cognitivo que dá sentido e prazer ao sujeito.
Tire todas as dúvidas durante a consulta online
Se precisar de aconselhamento de um especialista, marque uma consulta online. Você terá todas as respostas sem sair de casa.
Mostrar especialistas Como funciona?
Oi, tudo bem? Essa é uma pergunta muito rica, porque fala diretamente sobre uma das características mais marcantes e, ao mesmo tempo, mais mal compreendidas do TEA. O hiperfoco não aparece por acaso. Ele é resultado de um modo específico de funcionamento da atenção, da sensorialidade e da busca por previsibilidade que muitas pessoas autistas vivem desde cedo.
Uma das razões é que o cérebro autista tende a organizar o mundo por meio de padrões. Quando encontra algo que combina com essa lógica interna, a atenção se fixa de um jeito mais profundo, quase como se dissesse “aqui tudo faz sentido”. Isso não é obstinação. É coerência. Ao contrário da ideia de que pessoas autistas se distraem com facilidade, muitas delas, na verdade, se concentram de forma extraordinária quando algo é significativo. Você já percebeu se a pessoa que você tem em mente se sente mais calma quando está mergulhada em um interesse específico?
Outra razão está ligada à regulação emocional. Para muitas pessoas no espectro, o hiperfoco funciona como uma âncora: ajuda a reduzir ansiedade, acalma o corpo e cria uma sensação de ordem quando o mundo social parece imprevisível. É como se aquele tema oferecesse uma bússola interna, especialmente em dias mais desafiadores. Em que momentos você nota que esse mergulho se intensifica? Ele surge mais em dias de estresse, mudanças ou cansaço sensorial?
E existe também o fator da motivação. O cérebro autista tende a seguir o que faz sentido, não o que é socialmente esperado. Por isso, interesses profundos se tornam mais envolventes do que tarefas que parecem aleatórias ou pouco conectadas. Para fora, pode parecer “fixação”. Por dentro, muitas vezes é curiosidade genuína, prazer intelectual ou sensação de domínio sobre algo.
Se você quiser, posso te ajudar a entender como isso se manifesta na rotina dessa pessoa em específico e o que essa tendência ao hiperfoco pode dizer sobre as necessidades internas dela. Caso precise, estou à disposição.
Uma das razões é que o cérebro autista tende a organizar o mundo por meio de padrões. Quando encontra algo que combina com essa lógica interna, a atenção se fixa de um jeito mais profundo, quase como se dissesse “aqui tudo faz sentido”. Isso não é obstinação. É coerência. Ao contrário da ideia de que pessoas autistas se distraem com facilidade, muitas delas, na verdade, se concentram de forma extraordinária quando algo é significativo. Você já percebeu se a pessoa que você tem em mente se sente mais calma quando está mergulhada em um interesse específico?
Outra razão está ligada à regulação emocional. Para muitas pessoas no espectro, o hiperfoco funciona como uma âncora: ajuda a reduzir ansiedade, acalma o corpo e cria uma sensação de ordem quando o mundo social parece imprevisível. É como se aquele tema oferecesse uma bússola interna, especialmente em dias mais desafiadores. Em que momentos você nota que esse mergulho se intensifica? Ele surge mais em dias de estresse, mudanças ou cansaço sensorial?
E existe também o fator da motivação. O cérebro autista tende a seguir o que faz sentido, não o que é socialmente esperado. Por isso, interesses profundos se tornam mais envolventes do que tarefas que parecem aleatórias ou pouco conectadas. Para fora, pode parecer “fixação”. Por dentro, muitas vezes é curiosidade genuína, prazer intelectual ou sensação de domínio sobre algo.
Se você quiser, posso te ajudar a entender como isso se manifesta na rotina dessa pessoa em específico e o que essa tendência ao hiperfoco pode dizer sobre as necessidades internas dela. Caso precise, estou à disposição.
Especialistas
Perguntas relacionadas
- É mais difícil para um autista realizar várias tarefas ao mesmo tempo?
- Quais são as estratégias eficazes para pessoas autistas que precisam fazer multitarefas?
- A dificuldade na multitarefa e memória de trabalho é a mesma em crianças e adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
- O que é a disfunção executiva e como ela afeta a memória de trabalho e a multitarefa?
- O mutismo seletivo em autistas pode ser uma forma de defesa?
- Qual o papel da memória de trabalho na multitarefa no autismo?
- Como a visão de túnel se manifesta no dia a dia? .
- Como indivíduos com autismo entendem suas emoções? O processo deles é semelhante ao de indivíduos neurotípicos?
- A "confusão mental" é um sintoma da desregulação emocional?
- Os psiquiatras/neuro pedem avaliação neuropsicológica no caso de TEA? Eu aprendi que o laudo só pode ser validado por um psiquiatra ou neurologista... então não compensa mais passar somente com um psiquiatra/neuro do que fazer a avaliação neuropsi? Ou esses profissionais pedem o laudo da avaliação neuropsi…
Você quer enviar sua pergunta?
Nossos especialistas responderam a 1071 perguntas sobre Transtorno do Espectro Autista
Todos os conteúdos publicados no doctoralia.com.br, principalmente perguntas e respostas na área da medicina, têm caráter meramente informativo e não devem ser, em nenhuma circunstância, considerados como substitutos de aconselhamento médico.