Quais são os tipos de hiperfoco em homens e mulheres com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?

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Quais são os tipos de hiperfoco em homens e mulheres com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ?
No Transtorno do Espectro Autista, o hiperfoco se manifesta de formas que podem variar entre homens e mulheres, embora os padrões não sejam absolutos. Em homens, é comum que o hiperfoco esteja em temas sistemáticos, detalhados ou técnicos, como números, ciência, tecnologia, transporte ou regras e padrões específicos. Já em mulheres, o hiperfoco frequentemente envolve interesses sociais, artísticos ou relacionados a pessoas e rotinas do dia a dia, como literatura, animais, moda ou cuidados com outras pessoas.

Em ambos os casos, o hiperfoco representa uma atenção intensa e prolongada, podendo favorecer aprendizado e habilidades especializadas, mas também influenciar a socialização, já que a pessoa pode se dedicar quase exclusivamente ao seu interesse, dificultando a interação com outros.

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 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Oi, tudo bem? Essa é uma pergunta muito importante, mas antes de avançar, vale fazer um pequeno ajuste conceitual. Tecnicamente, não existe uma classificação oficial de “tipos de hiperfoco específicos para homens e mulheres” no TEA. O que a literatura descreve é que os interesses hiperfocados podem se expressar de maneiras diferentes entre indivíduos, e muitas dessas diferenças são fruto de fatores culturais, sociais e de experiência de vida — não de diferenças biológicas rígidas entre gêneros. Dito isso, há padrões que costumam aparecer com mais frequência, e entender isso ajuda bastante.

O hiperfoco, de forma geral, é aquele mergulho intenso e profundo em um tema, uma atividade ou um universo específico. Para alguns homens, os interesses costumam ser percebidos como “mais técnicos” porque a sociedade valida esse caminho. Para algumas mulheres, esses interesses podem aparecer em temáticas socialmente vistas como “relacionais” ou “estéticas”, mas com a mesma profundidade e intensidade. O ponto central não é o tema, e sim o modo como a pessoa se envolve nele. Você já observou se o hiperfoco surge mais como fonte de prazer, como forma de organizar o mundo ou como tentativa de regular emoções?

Também é interessante notar que muitos profissionais relatam que mulheres autistas desenvolvem hiperfocos mais “socialmente camuflados”, o que faz com que passem despercebidos por anos. Enquanto alguns homens podem mergulhar em sistemas, mecânica, tecnologia ou padrões, algumas mulheres mergulham em psicologia, idiomas, animais, narrativas profundas, grupos sociais, rotinas estéticas ou universos ficcionais. Mas se olharmos com cuidado, o funcionamento cognitivo por trás disso é bastante semelhante. Na prática, como essa pessoa vive esse interesse? Ela perde a noção do tempo? Tem dificuldade de alternar tarefas quando está envolvida nisso?

Outro aspecto importante é como o hiperfoco funciona internamente. Para alguns, ele é um oásis, uma forma de acalmar o sistema nervoso quando o mundo social fica imprevisível. Para outros, é uma estrutura, quase como uma bússola cognitiva que dá sentido ao dia. A diferença entre homens e mulheres, nesse caso, costuma estar muito mais na forma como cada um aprendeu a expressar e esconder esse funcionamento do que no hiperfoco em si. Você já percebeu se a pessoa tenta disfarçar o hiperfoco para evitar julgamento? Ou se ela se sente mais viva justamente quando está mergulhada nesse interesse?

Se quiser explorar mais como identificar esses padrões e como eles impactam o dia a dia, inclusive a socialização, posso te ajudar a aprofundar essa observação com calma. Caso precise, estou à disposição.

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