Qual a relação entre autismo feminino e dismorfia corporal?

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Qual a relação entre autismo feminino e dismorfia corporal?
Mulheres autistas apresentam maior risco de desenvolver Transtorno Dismórfico Corporal (TDC) devido a fatores como hipersensibilidade a estímulos sociais, autoconsciência intensa e dificuldade em interpretar padrões sociais de beleza. A camuflagem social, comum no autismo feminino, também contribui, pois exige esforço constante para se encaixar, aumentando a atenção a imperfeições percebidas. Além disso, a percepção sensorial aumentada e a tendência a pensamentos ruminativos podem intensificar preocupações com a própria aparência, tornando a dismorfia corporal mais frequente ou mais intensa nessas mulheres.

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 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Oi, que bom que trouxe essa questão — ela é profunda e, ao mesmo tempo, muito atual. A relação entre o autismo feminino e a dismorfia corporal tem sido cada vez mais discutida, porque muitas mulheres no espectro descrevem uma sensação de desconexão com o próprio corpo, algo que vai além da simples insatisfação com a aparência.

O cérebro autista tende a processar informações sensoriais e corporais de forma diferente, e isso pode gerar uma percepção corporal mais fragmentada. Imagine como se o corpo enviasse muitos sinais ao mesmo tempo — texturas, ruídos, cheiros, olhares — e o sistema nervoso tivesse dificuldade para integrar tudo isso num todo coerente. Essa confusão sensorial pode favorecer uma sensação de estranhamento, de não “habitar” plenamente o próprio corpo. Quando somada à pressão social sobre a aparência feminina e às tentativas de camuflagem para parecer “adequada”, pode surgir um terreno fértil para distorções da autoimagem e comportamentos ligados à dismorfia.

Além disso, muitas mulheres autistas desenvolvem um olhar altamente detalhista e perfeccionista — o mesmo hiperfoco que ajuda em algumas áreas pode se voltar contra si mesmas, levando a uma observação minuciosa e crítica da própria aparência. Nesse sentido, a dismorfia corporal pode ser uma forma de expressar o sofrimento emocional acumulado pela dificuldade de se sentir pertencente.

Você sente que essa preocupação com o corpo aparece mais em momentos de insegurança social? Ou ela surge mesmo quando, racionalmente, você sabe que não há motivo real para desconforto? Explorar essas nuances pode revelar se a autoimagem está funcionando como um espelho fiel ou como um filtro emocional.

Na terapia, é possível reconstruir essa relação com o corpo de um jeito mais gentil e realista, resgatando a sensação de presença e pertencimento. Quando isso acontece, o corpo deixa de ser um campo de batalha e volta a ser um lar. Caso precise, estou à disposição.
A dismorfia corporal pode aparecer com mais frequência em mulheres autistas porque elas tendem a ser mais sensíveis à crítica, ao julgamento social e às normas de aparência. Muitas também passam anos mascarando comportamentos para se adaptar, o que aumenta autocobrança e comparação social.
Dificuldades sensoriais, rigidez cognitiva e perfeccionismo podem intensificar a percepção distorcida do próprio corpo.
Por isso, é comum que mulheres autistas desenvolvam preocupações corporais excessivas, que precisam ser avaliadas e tratadas em psicoterapia.

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