Quando a agressividade se torna "patológica" na perspectiva existencial?

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Quando a agressividade se torna "patológica" na perspectiva existencial?
Na perspectiva existencial, a agressividade se torna patológica quando deixa de servir à vida, ao sentido e à liberdade — e passa a ser descarga cega, destrutiva, limitadora.
Canalizada de forma consciente, ela é parte essencial da autenticidade humana; usada de forma distorcida, ela vira aprisionamento e adoecimento.

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 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Oi, tudo bem? A sua pergunta é muito rica, porque traz um olhar que vai além do comportamento e tenta entender o que acontece dentro da pessoa quando a agressividade ultrapassa um limite saudável. Na perspectiva existencial, a agressividade não é vista como patológica por existir, mas por perder sua função original. Ela se torna problemática quando deixa de ser uma expressão legítima de proteção, limite ou autenticidade e passa a substituir todas as outras formas de estar no mundo, como se fosse a única maneira de lidar com vulnerabilidade, medo ou falta de sentido.

O que costuma marcar esse ponto de virada é quando a agressividade deixa de falar de si e começa a ferir o próprio sentido de vida da pessoa. Em vez de proteção, vira prisão. Em vez de força, vira reação automática. Em quais momentos você percebe que sua agressividade parece maior do que a situação pede? Ela surge como defesa do que realmente importa ou como uma descarga contra o que não está claro internamente? Se essa agressividade pudesse explicar o que está tentando proteger, o que você acha que ela diria?

A visão existencial considera “patológica” não no sentido médico, mas no sentido de perda de liberdade. A agressividade se torna um problema quando a pessoa já não decide como agir, porque o impulso decide por ela. Muitas vezes isso acontece quando há um vazio de sentido, um acúmulo de frustrações não elaboradas ou um medo profundo que o corpo tenta esconder atacando antes de sentir. O cérebro, ao interpretar instabilidade emocional como ameaça, reforça respostas rápidas, e isso faz com que a agressividade deixe de ser escolha e vire hábito — é aí que o sofrimento aparece.

Em terapia, trabalhamos para devolver liberdade interna, ajudando a pessoa a compreender o que está na raiz dessa intensidade, a regular o corpo, reorganizar emoções e reconstruir sentido. Quando o significado volta a ganhar espaço, a agressividade perde o caráter destrutivo e pode ser transformada em assertividade, clareza e força vital.

Se você sente que esse movimento está acontecendo, vale olhar para isso com cuidado. É nesse ponto que a psicoterapia costuma ser muito útil, justamente por ajudar a recuperar escolhas que ficaram engolidas pela intensidade emocional. Caso precise, estou à disposição.

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