Tenho fobia social e, além disso, me sinto anestesiada emocionalmente. Vivo no automático. É como se

24 respostas
Tenho fobia social e, além disso, me sinto anestesiada emocionalmente. Vivo no automático. É como se eu estivesse apenas repetindo os dias, sem presença, sem envolvimento, só existindo.

As coisas que eu costumava gostar de fazer já não me geram mais prazer. Sinto um vazio constante. Não é tristeza o tempo todo, mas um nada – como se algo estivesse desligado dentro de mim.

Eu sei que preciso estudar, cuidar da casa, fazer coisas básicas... Mas parece que dentro de mim não existe senso de urgência. Não sinto aquela voz interna dizendo "isso é importante", "faça isso agora". É como se o alarme de incêndio não tocasse – e por isso eu não me movo.

Eu não sinto que estou sem energia, mas não consigo agir. Assisto vídeos engraçados, às vezes rio, mas não sinto alegria de verdade. Parece tudo automático, como se as emoções estivessem encobertas.

Sei que isso tudo pode ter nome, pode ter explicação. Só queria conseguir entender melhor o que está acontecendo comigo, e se é possível sair disso.
Tem algo que eu possa fazer?
Eii, tudo bem? Meu nome é Daniela.

Que coragem a sua de vir aqui e colocar em palavras tudo o que você está sentindo! Ler o seu relato me tocou profundamente, porque percebo a dor e a exaustão que você descreve, essa sensação de “anestesia emocional”, o “vazio constante” e a vida passando no “piloto automático”.

Sabe, essa experiência de sentir que os dias estão se repetindo, sem presença, sem envolvimento, e com as emoções como que "encobertas", é muito mais comum do que você imagina. Não é frescura, nem falta de vontade; é um sinal claríssimo de que algo dentro de você está pedindo atenção, um cuidado especial, um olhar diferente. Essa ausência daquela "voz interna" que nos impulsiona, a perda do prazer nas coisas que antes gostava, e a fobia social que você menciona, são jeitos que o nosso corpo e a nossa mente encontram de se manifestar. Muitas vezes, são respostas a sobrecargas intensas, estresse acumulado ou até mesmo uma forma de proteção para lidar com dores que, talvez, ainda não foram olhadas de perto. É como se o seu sistema estivesse buscando uma pausa, um "desligamento" para conseguir respirar.

Você perguntou se isso tem nome, se tem explicação e se é possível sair disso. E a resposta para as três perguntas é um sim muito importante! Esses padrões de comportamento e sentimentos não só são reconhecidos na psicologia, como são totalmente compreensíveis. E o mais importante: são pontos de partida para um caminho de autoconhecimento e transformação. O simples fato de você ter se expressado com tanta clareza aqui, buscando entender e buscando uma saída, já mostra uma força interna enorme e um desejo genuíno de mudança. Isso por si só já é um grande passo!

Pensando em algo que você possa começar a "mexer" aí dentro, para sentir um pequeno movimento, que tal tentar um pequeno exercício de "presença" no seu dia? Escolha um momento simples hoje – pode ser ao tomar um café, ao caminhar até a janela, ou até mesmo ao lavar a louça. Tente focar em uma única sensação. Se for o café, sinta o cheiro, a temperatura da xícara na sua mão, o sabor na boca. Se for a caminhada, sinta o chão nos seus pés, o vento no rosto. Não precisa sentir alegria, nem prazer de imediato, só o ato de notar essa única coisa, como se você estivesse "ligando" um sensor que estava desligado. É um pequeno exercício para começar a reacender a chama da sua atenção plena no presente.

Claro que um exercício como esse é apenas um primeiro passo, uma pequena intervenção. Meu papel como profissional é justamente te acolher de forma mais profunda nesse processo. Através de um espaço seguro e de um acompanhamento, podemos juntas explorar as raízes desses sentimentos, entender o que te levou a essa "desconexão" e, aos poucos, te ajudar a se reconectar com suas emoções, com o prazer de viver e com seu próprio senso de urgência. Não é uma solução mágica, mas um caminho de acolhimento, escuta e aprendizado, onde você vai receber ferramentas e apoio para reativar suas paixões e, principalmente, sua presença no próprio dia a dia.

Se você sente que chegou a hora de olhar para isso com mais carinho e de buscar um caminho para sair desse automático, quero te convidar a dar o próximo passo. Que tal agendarmos uma conversa? Juntos, podemos explorar a sua história, entender o que te trouxe até aqui e traçar um plano de cuidado que faça sentido para você, no seu tempo e do seu jeito. Estou aqui para te acolher nesse caminho.

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Obrigado por compartilhar sua experiência de forma tão honesta. O que você descreve — essa sensação de estar anestesiada, vivendo no automático, como se algo estivesse desligado por dentro — revela não só um sofrimento profundo, mas também uma tentativa de se escutar, mesmo quando tudo parece silenciado. E isso, por si só, já diz de um desejo de reencontro consigo mesma.

Será que esse “nada” que você sente — esse vazio que não chega a ser tristeza, mas também não permite presença — não seria uma espécie de resposta do corpo e da mente a algo que foi se tornando difícil demais de sustentar? Como se, para seguir, fosse preciso desligar um pedaço? E nesse desligamento, tudo vai perdendo contorno, inclusive as pequenas urgências do dia a dia, os desejos, os afetos, a vontade de estar.

É possível que essa vivência tenha relação com a fobia social que você menciona, mas também pode ser algo maior, que precisa de tempo, espaço e cuidado para ser escutado. Um processo terapêutico pode ajudar a ir abrindo essa escuta — não para te forçar a voltar a funcionar como antes, mas para que, aos poucos, você possa dar nome ao que sente, entender o que foi se apagando, e talvez se reconectar com o que ainda pulsa aí dentro, mesmo que hoje pareça distante. Há caminhos possíveis, e você não precisa trilhar isso sozinha.
 Michelle Novello
Psicólogo, Psicanalista
Rio de Janeiro
Olá, boa tarde! O que você descreve é um estado psíquico que, embora difícil de nomear, tem sido cada vez mais comum: uma espécie de anestesia da alma, em que viver se transforma em uma sequência de gestos sem presença, de dias que se repetem sem urgência, e de emoções que parecem silenciadas ou distantes.

Na escuta psicanalítica, compreendemos que esse “vazio” constante e essa dificuldade em se mover não são falta de vontade ou preguiça — mas efeitos psíquicos de experiências internas intensas, muitas vezes ligadas a perdas, traumas, silenciamentos e exigências que, ao longo do tempo, foram esvaziando o desejo, até torná-lo quase imperceptível.

A fobia social, a sensação de estar no automático, o não sentir prazer, o “alarme interno” que não soa — tudo isso pode apontar para uma defesa psíquica muito sofisticada e inconsciente, montada para suportar o que, em algum momento, foi demais. Em vez da dor direta, aparece o “nada”. Mas esse nada é, muitas vezes, a forma que o psiquismo encontra de suportar algo que ainda não pôde ser simbolizado.

E sim, há saída. Mas ela raramente é rápida. É preciso tempo, escuta, e um espaço onde você possa falar de si sem ser interrompida, corrigida ou apressada. A psicanálise é, justamente, essa aposta: a de que, ao colocar em palavras o que parece sem nome, algo começa a se mover. O desejo, mesmo quando parece adormecido, pode ser reencontrado.

Começar um processo terapêutico pode ser o primeiro passo — não para resolver tudo de uma vez, mas para começar a sair desse modo automático e abrir espaço para o inesperado de si. O fato de você estar colocando isso em palavras já mostra que algo em você quer viver de outro modo.

Você não está sozinha, nem errada por se sentir assim. E sim: é possível sair disso.
 Cirano Araújo
Psicólogo, Psicanalista
Belo Horizonte
Olá, como tem passado?
Me parece que algo aí está clamando por um momento para elaborar mais, falar mais sobre alguns desses elementos, como as anestesias, a ausência de prazer e seu desejo.
Buscar um psicólogo ou psicanalista, presencial ou online, pode abrir um espaço onde essa anestesia possa ser falada, nomeada e, aos poucos, transformada. A escuta terapêutica pode te ajudar a perceber o que foi silenciado, o que está pedindo para ser dito e o que pode, lentamente, devolver e retomar a vitalidade do desejo que hoje parece perdida.
Alguns desses afetos e sensações que mencionou podem ser defesas contra esses outros sentimentos e pensamentos que ainda não foram tão bem elaborados e pensados sobre.
Na psicanálise, esses vazios e ausências podem ser entendidos como uma espécie de defesa psíquica: ao não sentir ou ao viver no automático, o sujeito se protege de possíveis eventos mais profundos e complexos, de algo que talvez não possa ser simbolizado ainda.
Espero ter ajudado e até mais.
 Carolina Carnino
Psicólogo
Ribeirão Preto
Olá! Sinto muito que você esteja se sentindo desta forma. Vivemos em um mundo onde tudo passa muito rápido, e nem sempre conseguimos transformar os acontecimentos em experiências, ou seja, parar para digerir as coisas, sentir nossos sentimentos, simbolizar os eventos, descobrir como algo nos afeta. Onde não há espaço para existirmos enquanto seres subjetivos e criativos, fica um vazio mesmo e as coisas perdem sentido. Penso que você está precisando cuidar de si, descobrir o que é realmente importante pra você, para além da sobrevivência diária. Parece que você está em uma posição mais passiva atualmente. Talvez fazer terapia possibilite que você olhe para si e construa a sua subjetividade e seu mundo interno. Conseguir se implicar na sua própria vida, se sentir agente, se encontrar com o seu desejo, poderia te ajudar a viver com mais sentido. Se quiser conversar mais sobre o seu vazio e a sua vida, fico à disposição. Abraço!
Olá! O que você está sentindo tem nome e pode ser tratado. Essa sensação de viver no automático, sem prazer, sem motivação e com tudo parecendo “desligado” pode estar relacionada a um quadro de depressão, despersonalização ou esgotamento emocional — e muitas vezes vem associado à fobia social, como você mencionou.

Você não está sozinha, e sim, é possível sair disso com ajuda profissional. A psicoterapia, especialmente a Terapia Cognitivo-Comportamental, pode te ajudar a entender melhor o que está acontecendo e a reencontrar sentido e conexão com o que te cerca. Em alguns casos, o acompanhamento psiquiátrico também pode ser necessário, principalmente se os sintomas estiverem mais intensos.

Buscar ajuda é o primeiro passo, e você já começou. Não desista de você.

Estou disponível para te ouvir, acolher e ajudar a devolver as cores para a sua vida!
É muito válido você buscar entender o que está acontecendo com você. Tudo que você descreveu faz sentido e, sim, isso tem nome, tem explicação e, principalmente, tem caminhos possíveis. A terapia pode ser uma grande aliada nesse momento, justamente porque te ajuda a olhar para tudo isso com mais clareza, entendendo as raízes desse vazio, dessa desconexão e do quanto isso impacta sua vida. Na terapia, você não precisa ter todas as respostas, pelo contrário, ela te ajuda a construir essas respostas no seu tempo, entendendo seus processos, suas dores, seus movimentos e, aos poucos, retomando a conexão com você, com sua vida e com aquilo que te faz sentido. Procurar ajuda já é um passo importante.
A fobia social indica que a sua infância e ou adolescência não foram satisfatórios. O sentimento de ser pertencente, querida, respeitada, etc. é uma necessidade básica de todos nós. Quando não temos isso, podemos, como você falou, "andar no automático", como estratégia de sobrevivência, mas que empobrece nossas vidas. Esse tipo de situação pode ser tratada numa psicoterapia. Para isso é importante ter ajuda de um psicólogo, com quem você se sinta bem e tenha confiança.
Sinto muito por você estar passando por isso.
O que você descreve pode estar relacionado à anedonia, um sintoma comum em quadros depressivos, em que há perda de interesse e dificuldade de se conectar emocionalmente com o que antes fazia sentido.
Nem sempre há tristeza evidente, mas esse vazio e o “modo automático” são sinais importantes. Entender o seu contexto de vida, sua rotina, relações e o que foi se perdendo ao longo do tempo pode ajudar a construir um caminho de retomada. E sim, é possível sair disso — com apoio, cuidado e tempo.
Esse “algo” você observa, questiona e busca compreender já é uma expressão de vida. Você não está completamente alheia — há uma consciência do que está se passando.
Mas há também um distanciamento de si mesma, daquilo que te afeta, que te toca, que te move. E isso pode acontecer por diversos motivos. O mais importante agora talvez não seja “dar um nome” para isso, mas se permitir aos poucos habitar novamente sua própria experiência. Isso pode acontecer através do espaço terapêutico, onde o convite não é para “funcionar melhor”, mas para se aproximar dessas questões.
Você menciona que coisas que antes gostava já não despertam prazer. que coisas eram essas? O que elas representavam para você na época em que faziam sentido? Que outras coisas você ainda deseja vivenciar? Que desejos ficaram esquecidos ou abafados ao longo do caminho? Muitas vezes, ficamos presos tentando recuperar sensações antigas, como se a chave fosse “voltar a ser como antes”. Mas a vida não é estática. Ela é movimento. E talvez não se trate de voltar ao que foi, mas de descobrir o que agora pode emergir.
O sentimento que você traz parece ser anedonia e é um sintoma depressivo. Procure um psiquiatra para analise da necessidade de medicação e um psicólogo para trabalhar o sentido existencial.
O que você está sentindo pode estar ligado a um quadro depressivo, com sintomas como anedonia e despersonalização. Isso é sério, mas tem tratamento. Buscar ajuda psicológica é o primeiro passo para entender e começar a sair desse estado. Você não precisa enfrentar isso sozinho.
O que você descreve é muito mais comum do que parece, e é muito corajoso da sua parte colocar isso em palavras — já é um passo importante! Esse sentimento de viver no “automático”, sem prazer, com uma espécie de anestesia emocional e dificuldade para agir, pode estar relacionado a processos de fobia social, sintomas depressivos ou até mesmo a um estado de esgotamento, e a Psicologia pode te ajudar a compreender melhor tudo isso, com acolhimento e sem julgamentos. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), por exemplo, que é baseada em evidências, pode auxiliar a identificar padrões de pensamento e comportamento que alimentam esse ciclo, e, aos poucos, ajudar a reconstruir o senso de propósito e conexão com as coisas que fazem sentido para você. Sim, é possível sair desse estado e voltar a sentir-se mais presente e envolvida com a vida, mas esse caminho não precisa ser solitário: procurar um psicólogo pode ser um passo muito importante para te apoiar nesse processo, com segurança, ética e respeito ao seu tempo.
O que você descreve é real e merece ser escutado com cuidado.
Esse vazio, essa falta de urgência e desconexão emocional não são frescura — são sinais de um sofrimento psíquico que pode, sim, ser compreendido e cuidado.

Se quiser, podemos conversar mais sobre isso num espaço seguro, no seu tempo.
Você não precisa atravessar isso sozinho(a).
 Cristiane Rodrigues
Psicólogo, Psicanalista
Porto Alegre
Olá! Obrigada por compartilhar com tanta clareza o que está sentindo. O que você descreve — sensação de vazio, perda de interesse, viver no automático, ausência de urgência e essa espécie de "anestesia emocional" — são sinais que merecem acolhimento e cuidado especializado.

Esses sentimentos podem estar relacionados a quadros como depressão, transtornos ansiosos (como a fobia social que você mencionou) ou mesmo a estados psíquicos mais complexos que afetam a forma como você se relaciona consigo mesma e com o mundo. A boa notícia é que há sim caminhos possíveis para compreender e transformar esse estado.

Na psicoterapia, especialmente quando conduzida com escuta atenta e respeitosa, é possível elaborar o que está por trás dessas sensações — inclusive aquelas que parecem sem nome ou sem explicação. O primeiro passo é justamente esse que você já deu: reconhecer e nomear o que está acontecendo.

Se sentir que é o momento, estou à disposição para iniciar esse percurso com você. Atendo online, em um espaço seguro e acolhedor, no seu tempo.

Um abraço,
Cristiane Rodrigues Lopes – Psicóloga (CRP 07/30121)
Atendimento online para adolescentes e adultos
Boa noite!

Pelo que tu descreves antes tinha prazer "as coisas que costumava gostar de fazer já não me geram mais prazer". Seria importante seguires acompanhamento com o médico que deu o diagnóstico de fobia social ou buscar outro. Há algumas formas de trabalhar como lidar com isso.

Mas pelo que descreves, como diz "além disso me sinto anestesiada emocionalmente", parece que talvez exista algo mais, que sugiro avaliar para buscar melhor enfrentamento!
Espero ter auxiliado. Caso tenha uma pessoa próxima de confiança com quem se sinta acolhido (a) o apoio desta pessoa pode ser muito valioso também!

Fico à disposição e desejo sucesso! Seja gentil com si mesmo!
 Indayá Jardim de Almeida
Psicólogo, Psicanalista
Rio de Janeiro
Olá! As fobias de maneira geral para visão psicanalítica surgem como tentativa de evitação da angústia que é um afeto que não mente, tendo forte relação com nossas questões inconscientes, geralmente apresentando sensações corporais de dificuldade de respiração, sudorese, enfim tudo que se relaciona á ideia de que algo ruim possa acontecer e fazer perder o ''controle'' das situações, na fobia como existe objeto que fica nesse lugar de sofrimento, então é plausível que haja uma tentativa de evitá-lo. Diante disso, minha sugestão é que busque um psicólogo/psicanalista para que tenha um espaço de escuta sensível, acolhimento e investigação. Espero ter ajudado, estou á disposição para maiores dúvidas e informações!
 Dan Katz Vieira
Psicólogo
Rio de Janeiro
Olá! Gostaria de dizer que sinto muito por você se sentir dessa maneira. É comum que nós, humanos, nos sintamos tristes e improdutivos em determinados momentos da nossa rotina e vida. Mas, quando isso se torna algo constante, é importante ligar um alerta e se mobilizar para entender esse quadro sintomático. É legítimo se preocupar com sua saúde e seus sentimentos, e, respondendo a sua pergunta, procurar uma psicoterapia para compreender melhor seus sintomas pode ser uma boa saída. Estou a disposição para conversar, caso você tenha interesse. Bjs
 Priscila Yamashita Silva
Psicólogo
Vitória da Conquista
A depressão nos deixa com essa falta de sentido e de prazer na vida. É um lembrete nos comunicando que algo morreu dentro da gente. E para entender o que levou a isso a terapia é um excelente caminho. É um lugar seguro, onde você pode se entender, se encontrar e desenvolver recursos emocionais para lidar com a vida!
 Maisa Guimarães Andrade
Psicanalista, Psicólogo
Rio de Janeiro
O que você descreve é profundo, tocante e muito real — e quero começar dizendo que é muito importante que você tenha conseguido colocar em palavras esse sentir tão silencioso. Às vezes, o que mais dói não é uma dor aguda, mas justamente esse nada, esse vazio que parece apagar a cor da vida, deixar tudo suspenso, sem gosto, sem sentido.

Essa sensação de estar vivendo no automático, como se algo dentro de você tivesse se desligado, pode ser uma forma do psiquismo lidar com algo que, em algum momento, foi demais. A mente, quando sobrecarregada ou ferida de maneiras que talvez nem sempre conseguimos nomear, encontra saídas para suportar — e uma delas pode ser esse desligamento emocional, essa anestesia que, de fora, parece apatia, mas por dentro é uma tentativa de proteção.

Você mencionou a fobia social, e ela pode estar relacionada a esse movimento: se o outro representa um risco — de julgamento, rejeição, invasão — o corpo e a mente podem aprender a se esconder, a se proteger até mesmo do sentir, para evitar mais dor. O isolamento vai crescendo, e com ele, vem o distanciamento de si mesma.

Na psicanálise, olhamos para tudo isso com cuidado e sem pressa. Não buscamos forçar uma mudança rápida, mas sim construir um espaço de escuta onde você possa, aos poucos, se reconectar com sua história, com os afetos adormecidos, com as palavras que talvez tenham faltado lá atrás. Um espaço onde não é preciso saber exatamente o que está acontecendo para começar a falar — porque é justamente no falar que algo começa a fazer sentido.

Você pergunta se é possível sair disso — e sim, é. Não existe fórmula pronta, mas existe caminho. E esse caminho começa com a escuta. Ao contar a sua história, no seu ritmo, algo começa a se mover. A angústia, o vazio, o automatismo — tudo isso tem um sentido, tem um porquê, que pode ser descoberto e elaborado.

Se há uma parte sua que ainda consegue perguntar “o que está acontecendo comigo?”, é porque ainda há vida pulsando aí dentro. E isso é precioso. A psicanálise pode ser um espaço onde essa pergunta encontre solo fértil, onde esse vazio possa ser escutado, nomeado, transformado.

Se você sentir que é hora de começar esse percurso, saiba que não precisa caminhar sozinha. Estou aqui para escutar com empatia, respeito e sem julgamentos. Sua dor tem um lugar, sua história tem valor — e você merece ser acolhida com verdade.








 Alessandro Felippe
Psicólogo, Psicanalista
Rio de Janeiro
Compreendo sua fobia social e o "anestesiamento emocional" que a faz viver no automático, sem prazer ou senso de urgência. Na terapia posso te ajudar a identificar padrões de pensamento que causam isso e a se reconectar com suas emoções, gradualmente. É totalmente possível sair desse estado. Trabalharíamos para que você pudesse gradualmente se reconectar com suas emoções, desenvolvendo ferramentas para lidar com a ansiedade em situações sociais e para encontrar novamente o senso de propósito e prazer na vida. Não se trata de "sentir energia", mas de construir a motivação e os passos necessários para agir, mesmo que pequenos, e ir, aos poucos, reativando suas emoções. Se você quer entender melhor o que está acontecendo e começar a trilhar um caminho para se sentir mais vivo e presente, que tal agendarmos uma primeira conversa? Que tal agendarmos uma conversa para explorarmos isso?
 Enzo Amaral
Psicanalista, Psicólogo
Embu das Artes
Olá.
Para entender melhor o que está acontecendo contigo, é necessário compreender com maior profundidade a sua história de vida e seu contexto atual. A redução ou empobrecimento da expressão emocional, tanto na vivência interna quanto na manifestação externa dos afetos é chamada de embotamento afetivo. Sob a perspectiva da psicanálise, o embotamento afetivo está relacionado a uma defesa psíquica, onde ocorre um bloqueio ou restrição das vivências emocionais por conta de conflitos internos, medos ou experiências traumáticas.
Nesse sentido, a anestesia emocional que você relata pode estar relacionada com a fobia social que foi mencionada, ou outras questões vivenciadas. Além disso é importante compreender o contexto em que essa anestesia se dá.
Dessa forma, fazer psicoterapia é algo que pode te ajudar a responder essas questões para conseguir entender melhor o que está acontecendo contigo. A depender, a psicoterapia alinhada com a psiquiatria pode ser de grande ajuda também. Com isso, é possível encontrar maneiras de lidar com isso e buscar saídas para este quadro.
Espero ter ajudado de alguma forma, e espero que esse primeiro passo que você deu ao compartilhar seu relato possa abrir espaço para um cuidado mais profundo com sua saúde mental.
Atenciosamente,
Enzo C. Amaral
Sim, isso tem nome e explicação. O que você descreve a apatia, falta de prazer, desconexão emocional e sensação de viver no automático, são sintomas comuns de depressão e também podem estar ligados à despersonalização ou ao chamado “vazio existencial”. É possível sair disso, mas é essencial procurar ajuda profissional (psicólogo e, se necessário, psiquiatra). Há tratamento e caminhos de recuperação. Você não está sozinha, e esse estado não é permanente.
 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Olá, tudo bem?

O modo como você descreve sua experiência é, ao mesmo tempo, muito sensível e muito preciso. Essa sensação de estar anestesiada emocionalmente, vivendo no piloto automático, como se estivesse repetindo os dias sem urgência ou envolvimento... soa como alguém que está consciente de si, mas que não consegue acessar suas emoções de forma viva — como se sua vida estivesse acontecendo do lado de fora do seu corpo. E isso, por si só, já mostra que algo dentro de você continua buscando uma resposta.

O que você relatou pode estar ligado a uma combinação de fatores emocionais e neurobiológicos. Em muitos casos, esse “desligamento interno” que você menciona — esse não sentir, essa ausência de prazer, esse vazio — é o jeito que o cérebro encontra para proteger você de uma sobrecarga emocional. É como se, diante de ameaças constantes (como o medo do julgamento social), ele tivesse puxado o freio emocional para que você não se machuque ainda mais. Só que nesse processo de proteção, ele também pode acabar diminuindo a sensibilidade para o prazer, a motivação e até para o senso de urgência. É como se o alarme de incêndio não tocasse... porque o cérebro está ocupado tentando manter você "segura".

Essa forma de viver pode estar associada a estados como despersonalização, anedonia ou desligamento emocional, que não são apenas nomes clínicos, mas formas do cérebro se reorganizar diante de um estresse crônico, como a fobia social. E aqui a neurociência nos ajuda a entender: quando as áreas cerebrais responsáveis pela emoção, motivação e tomada de decisão (como a amígdala, o sistema dopaminérgico e o córtex pré-frontal) ficam desreguladas por muito tempo, o mundo realmente perde a cor, o brilho... e até o som de urgência.

Mas mesmo que agora pareça tudo distante e sem sabor, é possível sim sair desse estado. Só que, diferente de puxar um alarme, esse processo é mais parecido com reaprender a ouvir seus próprios sinais — e às vezes eles começam bem baixinhos. Por isso, te deixo algumas perguntas que talvez ajudem a abrir essas frestas: quando foi a última vez que você sentiu algo minimamente autêntico, mesmo que desconfortável? O que esse “nada” que você sente esconde por trás do silêncio? O que você acha que aconteceria se voltasse a sentir com mais intensidade? E se você começasse não com o que “deveria” fazer, mas com o que ainda desperta curiosidade — mesmo que sem prazer — o que poderia ser?

Não é fácil, mas há caminhos. E você já começou a trilhar um deles ao buscar compreender o que está se passando com você. Caso precise, estou à disposição.

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