Tenho o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e como posso lidar com a ansiedade de que minhas memór

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Tenho o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) e como posso lidar com a ansiedade de que minhas memórias não são confiáveis?
Dr. Klyus Vieira
Psicólogo, Psicanalista
São Paulo
Olá! Como estás?
Este é um tópico de alta relevância nos fenômenos de nossa vida cotidiana e , como tal, surge muito no ambiente clínico.
É profundamente compreensível que a ansiedade sobre a confiabilidade das suas memórias cause sofrimento e questionamentos.
O TOC, muitas vezes, é uma maneira particular de questionar justamente aquilo que mais valorizamos, isto é, as nossas certezas interiores, as nossas confianças em nossas próprias mentes.
Vejo que você já deu um passo importantíssimo: questionar a própria mente é colocar se em movimento, uma busca de solução para o padecimento, o que pode ser uma experiência profundamente solitária e assustadora mas, já é algo de muita valia e méritos.
Do ponto de vista psicanalítico, podemos pensar que o TOC funciona, parcialmente, como um mecanismo de defesa, em que age com o intuito de proteger você de algum sofrimento ou angústia internalizados, com a criação de rituais e dúvidas para tentar controlar o incontrolável.
A dúvida sobre as memórias não é sobre a memória em si, mas sim sobre o significado e a certeza que você precisa ter em relação a ela.
Você já fez as seguintes perguntas? "E se eu não me lembrar perfeitamente do fato ocorrido? O que ocorrerá?", "E se eu estiver errado? Algo terrível aconteceu porque minha memória falhou?"
A ansiedade surge não da memória em si, mas da necessidade obsessiva de certeza absoluta, um controle indubitável na essência, o qual é inviável, é um ideal. 
Nenhuma memória humana é 100% confiável. Nossos cérebros não são gravadores; são contadores de histórias que editam, condensam e reinterpretam conforme as nossas vivências.
Para a maioria das pessoas, essa flexibilidade é irrelevante. Contudo, para a mente com TOC, ela se torna o campo de uma batalha exaustiva.
Assim, é interessante fazer uns procedimentos para uma reflexão. Quando a dúvida surgir, tente nomeá-la e associar com algum sentido, algum fato histórico ("Esta é a dúvida do TOC. Esta não é uma verdade sobre mim, é um sintoma.").
O objetivo não é se tornar 100% confiante em suas memórias, mas sim é ver os motivos que a colocam em ação. A dúvida do TOC quase sempre se apega a memórias autobiográficas específicas e de significado moral ou afetivo.
"Que angústia mais profunda essa dúvida tenta tampar?" "Que medo original está por trás da necessidade de controle absoluto sobre o passado?" Entender isso não faz o sintoma desaparecer como mágica, mas dá a você um contexto mais rico e menos aterrorizante para ele, enfraquecendo seu poder e fortalecendo a sua consciência com um conteúdo possivelmente ressignificado.
Você não está sozinho nessa jornada.
Se desejar aprofundar tais questionamentos, faço um convite um encontro inicial e até mesmo um processo psicanalítico, em que conversaremos muito sobre este tema e outros que serão do seu desejo de elaborarmos, juntos.
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