Como o vazio interior se relaciona com o medo existencial no Transtorno de Personalidade Borderline
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Como o vazio interior se relaciona com o medo existencial no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ?
No Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), o **vazio interior** não é apenas a ausência de algo, mas a vivência de um espaço sem forma, sem contorno, onde o sujeito sente que pode se perder de si mesmo. É um buraco psíquico ligado a experiências precoces de falta de holding, de vínculos instáveis ou de ausência de reconhecimento.
Esse vazio se conecta diretamente ao **medo existencial**. Afinal, quando não se sente sustentado internamente, o borderline vive a angústia de aniquilação: o pavor de não existir, de não ser visto, de não ter consistência própria. É um medo que não se limita a perder o outro, mas que toca a sensação de dissolução do próprio ser.
Muitas vezes, para escapar desse abismo, o paciente pode recorrer a comportamentos impulsivos, relações intensas ou até autoagressões — como tentativas desesperadas de preencher ou dar borda ao vazio. Porém, cada preenchimento é passageiro, e a sensação de falta retorna.
Do ponto de vista psicanalítico, o vazio interior e o medo existencial são duas faces da mesma ferida: a dificuldade de simbolizar o desamparo. No espaço terapêutico, essa vivência pode ser acolhida e, pouco a pouco, transformada. A relação transferencial oferece o que faltou lá atrás: um continente psíquico capaz de sustentar a angústia até que ela se converta em palavras, em consciência, em novos modos de existir.
Se você se identifica com esse vazio ou sente que o medo de “não ser” tem te aprisionado, eu te convido a iniciar um processo terapêutico comigo. Juntos, podemos transformar esse espaço de dor em possibilidade de criação e reconstrução de si.
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Olá, tudo bem? Quando falamos de vazio interior no Transtorno de Personalidade Borderline, estamos entrando num território em que a psicologia, a neurociência e a experiência existencial quase se encontram no mesmo ponto. Esse “buraco” que muitas pessoas descrevem não é só uma sensação emocional desagradável; ele costuma funcionar como um indicador profundo de que algo essencial do self foi interrompido, fragmentado ou nunca pôde se organizar plenamente. E é aí que o medo existencial entra em cena.
O vazio interior, no TPB, costuma aparecer como a percepção de “não saber quem sou”, “não sentir nada”, “não me reconhecer”. Do ponto de vista da neurociência, é como se o cérebro ficasse preso num modo de economia extrema de energia emocional, desligando conexões internas para tentar evitar sofrimento — só que o preço disso é uma sensação de apagamento do próprio self. Ao mesmo tempo, a pessoa sente que depende do outro para se sentir viva, vista ou estável, o que cria um paradoxo: quanto mais tenta se conectar para preencher o vazio, mais medo sente de perder essa conexão.
Esse medo existencial surge justamente nesse ponto. Não é só medo de abandono; é medo de deixar de existir, de não ter um “eu” que permaneça quando a relação muda, falha ou é ameaçada. A pergunta profunda que aparece, mesmo que silenciosa, é: “Se eu não sei quem sou, o que acontece comigo quando o outro se afasta?”. O medo existencial nasce dessa incerteza sobre o próprio ser. E ao mesmo tempo, o vazio emocional amplia essa angústia, porque quanto mais vazio, maior a necessidade de algo — ou alguém — que valide aquela existência.
Talvez seja importante se perguntar: em quais momentos esse vazio aparece com mais força? Ele surge mais quando há conflito, quando você está sozinho(a) ou quando sente que decepcionou alguém? E mais: quando esse medo de “não existir” aparece, o que você percebe que a sua mente tenta fazer para lidar com ele? Esses momentos são fundamentais para podermos entender o padrão e começar a reconstruir uma sensação de si mais estável e integrada.
Se desejar aprofundar esse tema, podemos conversar sobre como trabalhar isso dentro da perspectiva do apego, da Terapia do Esquema e de abordagens focadas na emoção. Caso precise, estou à disposição.
O vazio interior, no TPB, costuma aparecer como a percepção de “não saber quem sou”, “não sentir nada”, “não me reconhecer”. Do ponto de vista da neurociência, é como se o cérebro ficasse preso num modo de economia extrema de energia emocional, desligando conexões internas para tentar evitar sofrimento — só que o preço disso é uma sensação de apagamento do próprio self. Ao mesmo tempo, a pessoa sente que depende do outro para se sentir viva, vista ou estável, o que cria um paradoxo: quanto mais tenta se conectar para preencher o vazio, mais medo sente de perder essa conexão.
Esse medo existencial surge justamente nesse ponto. Não é só medo de abandono; é medo de deixar de existir, de não ter um “eu” que permaneça quando a relação muda, falha ou é ameaçada. A pergunta profunda que aparece, mesmo que silenciosa, é: “Se eu não sei quem sou, o que acontece comigo quando o outro se afasta?”. O medo existencial nasce dessa incerteza sobre o próprio ser. E ao mesmo tempo, o vazio emocional amplia essa angústia, porque quanto mais vazio, maior a necessidade de algo — ou alguém — que valide aquela existência.
Talvez seja importante se perguntar: em quais momentos esse vazio aparece com mais força? Ele surge mais quando há conflito, quando você está sozinho(a) ou quando sente que decepcionou alguém? E mais: quando esse medo de “não existir” aparece, o que você percebe que a sua mente tenta fazer para lidar com ele? Esses momentos são fundamentais para podermos entender o padrão e começar a reconstruir uma sensação de si mais estável e integrada.
Se desejar aprofundar esse tema, podemos conversar sobre como trabalhar isso dentro da perspectiva do apego, da Terapia do Esquema e de abordagens focadas na emoção. Caso precise, estou à disposição.
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