É normal se apaixonar por personagens fictícios? Embora eu já tenha gostado de pessoas reais, desde

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É normal se apaixonar por personagens fictícios? Embora eu já tenha gostado de pessoas reais, desde muito nova eu costumo me apaixonar por personagens de animes ou pessoas famosas. A verdade é que não consigo me imaginar amando uma pessoa real, eu só tenho vontade de viver um amor intenso e verdadeiro com personagens fictícios (geralmente desenhos). Isso é loucura?
Saúde e paz,

minha experiência clínica sugere que não é tão incomum falantes que se fixem principalmente em figuras virtuais. Há casos de pessoas que recorrem aos games e seus avatares (entre seis e doze horas por dia). A captura pela cena virtual assume tal proporção que o sujeito se desinteressa pelo mundo real e passa a ter um gozo intenso em experienciar a virtualidade. Quando isso acontece é possível o desenvolvimento de um "duplo", ou seja, a energia libidinal investida no personagem leva o sujeito a um atravessamento segundo o qual ele ou ela deixa de se distinguir em relação ao personagem ficcional. Dito de outra maneira: o falante passa a viver como se fizesse parte de um desenho ou game, confundindo-se com o próprio personagem. A mesma lógica pode irromper em pessoas que apresentam uma compulsão no que diz respeito à pornografia hentai. Analisando mais detidamente seu caso, desde Platão sabemos que o ser humano se nutre da ilusão de obter a completude a partir do encontro com o outro. Para Lacan, tal ideia de complementaridade é uma fábula, pois os sujeitos são barrados, divididos, cindidos. Nesse sentido, um enlaçamento com um parceiro ou parceira jamais preencherá esta falta. Haverá - em termos lacanianos - sempre um mais de gozar, isto é, uma sobra, um resto, que é irrecuperável. O investimento libidinal em uma pessoa real (objeto erótico inscrito no tecido social) pode trazer consigo muito sofrimento, visto que não temos controle sobre o outro. Assim, o inconsciente pode realizar manobras criativas segundo as quais a pulsão é deslocada para objetos virtuais. E tal fixação - umbilicalmente ligada à fantasia que dá sustentação ao desejo do sujeito - pode gerar cotas generosas de satisfação. Talvez, seja o que acontece com você. Não tenho, contudo, como traçar um diagnóstico, pois você não é minha analisante. Mas algumas questões podem ser colocadas: por que você performa emocionalmente ligando-se a objetos irreais? O que em sua formação subjetiva criou condições para que seu gozo tivesse este direcionamento? Será que você jamais amará uma pessoa real? Do ponto de vista da vinculação libidinal, há diferença para seu inconsciente entre a fixação em pessoas famosas e desenhos? Estas e outras indagações só podem ser respondidas através da análise pessoal. Procure um profissional competente que engendre meios para que você consiga se conhecer melhor. Ou seja, vivenciar um processo de desalienação. É um caminho longo a percorrer, mas há grandes chances de - no final da estrada - você alcançar uma melhor compreensão de seus desejos e sintomas. Nesse estágio você entenderá qual o seu lugar no que Jacques Lacan chamou de "espetáculo do mundo".

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O amor e suas diversas formas de amar!
o que leva o sujeito apaixonar-se por um personagem? Penso que, é na arte que se encontra a possibilidade de ser outro, e a Psicanalise poderá contribuir nesta construção, para melhor entender a sua escolha de amar.
Olá! A manifestação de um desejo, de um afeto, como é o amor podem se dar de variadas formas. Penso que esse é um momento importante na vida, ao descobrir, mesmo que provisoriamente, o que nos atrai em uma pessoa (mesmo que fictícia). Entretanto, se isso fixa-se, e não possui abertura para outras possibilidades de apaixonamento, pode-se ter um problema. Por isso sugiro, caso isso esteja ocorrendo, procurar um psicanalista para poder falar sobre essas construções e o que pode se associar com elas. Abraços
Olá. Apaixonar-se por personagens fictícios pode acontecer. Num processo de psicoterapia você pode trilhar um caminho para descobrir quais características existem nesses personagens que fizeram com que você se atraísse por eles. Há coisas nesses personagens que são importantes para você. Podem ter alguma relação com sua história, com as pessoas da sua origem, com características suas, sejam elas conscientes ou não. Podem ter relação com as coisas pelas quais você deseja viver. Há uma questão importante sobre isso que é a possibilidade de você poder também se apaixonar por pessoas reais e se relacionar com elas. Busque um processo terapêutico para ir mais a fundo disso e poder viver sua vida com mais plenitude, na fantasia e na realidade compartilhada. Boa sorte!
Olá! Para Freud a criança brinca com o brinquedo e o adulto brinca com sua fantasia, parte do que nos faz humanos são as fantasias, então nesse sentido é normal sim. Fantasiar é algo natural, entretanto, o excesso contido nestas fantasias passa a ser preocupante, já que está gerando bloqueios na sua relação com o mundo real, quando iniciamos um relacionamento e normal fazermos uma projeção no outro do que idealizamos, e com o tempo isso vai se desconstruindo, vemos como as coisas realmente são. Essa atração por indivíduos que não existem tem um nome, ficto sexualidade. Todos nós já tivemos uma queda por um personagem fictício em um livro, um filme, uma série, quanto ao diagnostico tem que ser tratado individualmente na sua subjetividade, com muita minúcia técnica. A psicanálise é um método que pode ajudar bastante nessa questão.
Não é loucura. Trata-se de algo que faz parte da complexidade humana. Quando nos apaixonamos estamos em uma busca. Procuramos, de forma inconsciente, certas características que já conhecemos bem e que foram referências importantes na estruturação da nossa psique.

Ou seja, o apaixonar-se, por uma pessoa real ou por um personagem fictício (fictossexualidade) pode significar o sentir-se atraído por características que lembram os nossos pais.

Sem saber, nos apaixonamos pelas nossas próprias expectativas com o bônus, no caso dos personagens, de que nunca seremos contestados, ou nunca nos sentiremos frágeis.

Quando esse tipo de fantasia nos afasta da vida real é preciso buscar ajuda. A análise é muito útil para desemaranhar os fios das experiências que nos constituem.
Você não disse a sua idade. Tenho percebido nos adolescentes essa forma de se relacionar com o amor e os impulsos sexuais. Embora você já tenha amado pessoas reais, as fictícias talvez sejam muito mais fáceis de lidar para você, pois não trazem conflitos, são idealizadas, uma vez que dependem apenas de sua própria imaginação. Porém essa forma de lidar com os seus sentimentos precisa evoluir para uma forma mais madura e realista. Procure ajuda de um profissional para discutir esse e outros aspectos de lidar com a realidade e os desejos amorosos.
Não diria "louca", mas certamente essa idealização de personagem tem como consequência se distanciar da vida real. Hoje pode ser que isso não seja um problema tão grande, mas nada impede de vir a ser. Certamente existem muitas questões mais específicas e importantes sobre o seu caso, mas só poderíamos compreende-lo melhor a partir de uma primeira sessão.
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Se sua paixão por personagens fictícios está causando sofrimento é importante investigar. Recomendo que busque atendimento com uma psicóloga ou um psicólogo.
Olá! Não tem problema se apaixonar por personagens fictícios, geralmente eles são idealizações do que queremos, mas é preciso que haja distinção entre ficção e realidade! Sugiro que faça terapia para autoconhecimento!
Não é loucura, mas tem muita coisa abaixo dessa superfície de paixões por personagens. O que te atrai e o que te repele no mundo real e no da fantasia? A terapia vai lhe ajudar a entender seus conteúdos internos e emoções.
É normal ter interesse por personagens fictícios e até mesmo sentir empatia ou identificação com eles. No entanto, é importante lembrar que os personagens fictícios são justamente isso: fictícios. Eles não são reais e, portanto, não é possível ter um relacionamento verdadeiro e íntimo com eles.

Enquanto é normal ter interesse por personagens fictícios, é importante ter equilíbrio e não deixar que esses interesses afetem sua vida de maneira negativa. Se você está tendo dificuldades para se imaginar amando uma pessoa real ou se sente mais atraída por personagens fictícios do que por pessoas reais, pode ser útil buscar ajuda profissional para explorar esses sentimentos e encontrar maneiras de se conectar com outras pessoas de maneira saudável.
Todos nós criamos enredos, roteiros e fantasias para vivenciarmos a experiência de vida como adultos. Normalmente esse enredo e a forma como vivenciamos esses afetos é re-conduzido e orquestrado por lastros e restos muito infantis. Condensados principalmente em nossa primeira infância.
É através dessa sua forma de enxergar o mundo e uma análise desse jeito de amar que a psicanálise poderia ajudar você a pensar e analisar a forma como enxerga o amor e como o amor poderia ser possível tendo como objeto alguém real.
Espero ter ajudado de alguma forma.
A primeira coisa que sua pergunta me fez pensar é: existe um ganho nos amores idealizados. Veja quantos romances, poemas e filmes foram feitos sobre isso! Apaixonar-se por personagens fictícios e pessoas famosas nada mais é do que apaixonar-se pelo ideal que se faz deles, já que não se pode viver esse amor a dois e, assim, deixar cair as idealizações. A bem da verdade, todo amor é um pouco idealizado, mas em alguns casos é possível ver o que resta quando a idealização que fazemos daquele que amamos se vai - às vezes é possível amar o que resta, às vezes, não. No seu caso - especialmente quando diz que não se vê amando alguém "de verdade" - parece que há um bloqueio nessa possibilidade: a de amar alguém após a queda dos ideais. Uma psicanálise pode ser muito proveitosa para elaborar essas questões e abrir caminhos para uma experiência de encontro amoroso quando alguém "real". Fico à disposição, e boa sorte!
Pode ter certeza que você não é a única. Mas se te incomoda, busque ajuda com psicanalista e entenda o que tem por trás disso.
Não, não é loucura se apaixonar por personagens fictícios. É importante compreender que a atração por personagens fictícios é uma experiência bastante comum, e muitas pessoas compartilham essa vivência. Vou explicar isso com base na psicologia e na psicanálise.
A atração por personagens fictícios, muitas vezes chamada de "waifu" ou "husbando" no contexto de animes, é uma manifestação da nossa capacidade inata de formar conexões emocionais com elementos da ficção. Essas conexões podem ser tão poderosas quanto aquelas que sentimos por pessoas reais e podem proporcionar conforto, entretenimento e até mesmo insights sobre nossas próprias emoções e desejos.
Aqui estão alguns pontos a considerar:
Identificação: A atração por personagens fictícios muitas vezes surge da capacidade de se identificar com características, traços de personalidade ou histórias de vida dos personagens. Isso pode criar uma sensação de conexão profunda.
Ficção e Realidade: É importante lembrar que personagens fictícios existem no mundo da imaginação e da fantasia, enquanto os relacionamentos com pessoas reais envolvem complexidades da vida real. Cada experiência tem seu próprio valor e significado.
Compreensão de Si Mesmo: A atração por personagens fictícios pode ser uma oportunidade de explorar suas próprias emoções, desejos e preferências. Pode ser uma forma de autorreflexão.
Limitações e Expectativas: É importante equilibrar suas atrações com expectativas realistas em relação a relacionamentos com pessoas reais. Os relacionamentos humanos podem ser desafiadores, mas também são recompensadores e valiosos de formas diferentes.
Desde que sua atração por personagens fictícios não prejudique seu bem-estar emocional ou suas relações com pessoas reais, não há motivo para se preocupar. No entanto, se você sentir que essa preferência está afetando negativamente sua vida ou suas relações interpessoais, pode ser útil discutir isso com um psicólogo ou terapeuta. Eles podem ajudá-lo a entender melhor suas emoções e encontrar um equilíbrio saudável entre seus interesses ficcionais e sua vida real. O mais importante é que você seja gentil consigo mesma e permita-se explorar suas emoções de maneira segura e saudável.
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Pode ser.
Apaixonar-se por um personagem fictício é uma coisa, viver um amor intenso e verdadeiro com um personagem fictício é outra coisa. Lamento, mas é impossível viver plenamente essa forma de amor: você jamais será amado ou amada por um personagem fictício.

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