É possível que a pessoa com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) "descarte" a amiga favorita
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É possível que a pessoa com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) "descarte" a amiga favorita ?
Oi, tudo bem? Essa é uma pergunta muito pertinente — e que toca num aspecto central do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB): a oscilação intensa entre idealização e desvalorização nas relações. Sim, é possível que uma pessoa com TPB “descarte” uma amiga que antes era vista como especial, mas esse “descarte” não costuma ser frio ou calculado. Geralmente, é uma reação emocional intensa a um sentimento de dor, rejeição ou frustração que ativa o medo profundo de ser ferido.
O cérebro de alguém com TPB reage a sinais de afastamento com uma sensibilidade enorme. Uma frase mal interpretada, uma ausência, uma discordância — tudo isso pode ser vivido como abandono. Nesse momento, a dor é tão forte que o sistema emocional tenta se proteger rompendo o vínculo antes que o outro o faça. É como se dissesse internamente: “Melhor perder agora do que ser rejeitado depois.” Esse mecanismo tem origem em experiências anteriores de vínculo instável ou traumático, em que amar significava correr risco de se machucar.
Do ponto de vista neurocientífico, há uma hiperatividade da amígdala (que dispara o alerta emocional) e uma menor atuação do córtex pré-frontal, que ajuda a colocar as emoções em perspectiva. Por isso, a decisão de “se afastar” pode parecer repentina, mas é, na verdade, um ato de autoproteção diante de uma emoção que o cérebro não consegue regular naquele instante.
Vale uma reflexão: o que esse afastamento tenta evitar? É rejeição, vulnerabilidade, sensação de impotência? E o que aconteceria se, ao invés de cortar o vínculo, fosse possível expressar a dor de forma segura, sem medo de perder o afeto? Esses são passos delicados, mas que a terapia ajuda a construir, com tempo e segurança emocional.
Quando a pessoa borderline aprende a reconhecer o que sente antes de agir, os vínculos começam a se tornar menos ameaçadores e mais reais — e o amor deixa de ser um campo de batalha para virar um espaço de encontro.
Caso precise, estou à disposição.
O cérebro de alguém com TPB reage a sinais de afastamento com uma sensibilidade enorme. Uma frase mal interpretada, uma ausência, uma discordância — tudo isso pode ser vivido como abandono. Nesse momento, a dor é tão forte que o sistema emocional tenta se proteger rompendo o vínculo antes que o outro o faça. É como se dissesse internamente: “Melhor perder agora do que ser rejeitado depois.” Esse mecanismo tem origem em experiências anteriores de vínculo instável ou traumático, em que amar significava correr risco de se machucar.
Do ponto de vista neurocientífico, há uma hiperatividade da amígdala (que dispara o alerta emocional) e uma menor atuação do córtex pré-frontal, que ajuda a colocar as emoções em perspectiva. Por isso, a decisão de “se afastar” pode parecer repentina, mas é, na verdade, um ato de autoproteção diante de uma emoção que o cérebro não consegue regular naquele instante.
Vale uma reflexão: o que esse afastamento tenta evitar? É rejeição, vulnerabilidade, sensação de impotência? E o que aconteceria se, ao invés de cortar o vínculo, fosse possível expressar a dor de forma segura, sem medo de perder o afeto? Esses são passos delicados, mas que a terapia ajuda a construir, com tempo e segurança emocional.
Quando a pessoa borderline aprende a reconhecer o que sente antes de agir, os vínculos começam a se tornar menos ameaçadores e mais reais — e o amor deixa de ser um campo de batalha para virar um espaço de encontro.
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Olá! Sim, é possível (e até comum) que uma pessoa que apresente Transtorno de Personalidade Borderline "descarte" a amiga ou amigo favorita/o. Como essas pessoas temem o abandono e costumam testar as relações ao extremo, pode acontecer de elas descartarem uma amizade antes de elas mesma serem descartadas (uma vez que costumam viver a ameaça de que isso vai acontecer em algum momento) ou fazerem isso para testar o quanto a amiga ou amigo se esforça para se manter próxima e para preservar a relação.
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