Meu filho tem 22 anos, foi diagnosticado aos 12 anos como portador de Síndrome de Asperger. Aos 14 a

8 respostas
Meu filho tem 22 anos, foi diagnosticado aos 12 anos como portador de Síndrome de Asperger. Aos 14 anos , em 2010, foi internado com anorexia. Se recuperou mas nos anos seguintes teve outras crises de anorexia precisando usar sonda alimentar durante a internação. Ele ainda não tem diagnóstico de uma comorbidade relacionada a Síndrome de Asperger. Vocês conhecem algum outro caso de Síndrome de Asperger com anorexia?
 Márcia Barbosa
Psicólogo
Brasília
Dentro do espaço clínico, percebo que podemos desencadear alguns processos que podem ser entendidos como sintomáticos para esses pacientes.
Muitas vezes, o paciente jovem adulto não sabe lidar com a complexidade de tomadas de decisões que a vida adulta requer. E muitas vezes, não conseguem fazer uma leitura adequada do ambiente em que vive. Isso gera muitos processos emocionais disfuncionais e confusos para esses pacientes gerando raiva, tristeza, confusão mental... e até mesmo uma ideia distorcida do próprio corpo, como é o caso nas anorexias. Um bom processo psicoterápico pode auxiliar nas demandas do dia-a-dia para os "Aspergers".
Muitas vezes nos prendemos nos diagnósticos e esquecemos o humano que está em sofrimento; e nos percalços da vida... muito dos nossos sofrimentos não são tão racionais.

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 Eduardo Zaidhaft
Psicanalista, Psicólogo
Rio de Janeiro
Já tive contato com quadro como esse.
Por um lado, é possível se refletir que a anorexia pode ser um traço oriundo tanto da fixação em uma certa tarefa, como não raro pacientes diagnosticados com Asperger o fazem, como do distanciamento social típico da condição. Por outro, é preciso se sublinhar que, de acordo com a principal compreensão vigente sobre o assunto, é considerado que os diagnósticos que se ligam ao autismo devem ser vistos como um espectro, o que é válido, assim, em relação à síndrome de Asperger também. Esse quadro é, como praticamente todo diagnóstico psiquiátrico deve ser, uma condição em relação ao qual o contato clínico interpessoal é o único capaz de prover os recursos necessário para se compreendê-lo adequadamente, assim como a possível associação entre as duas condições mentais. Nesse sentido, é por via do foco sobre experiência singular de seu filho que um profissional capacitado pode ajudá-lo a atingir uma melhor qualidade de vida.
 Flávia Gonçalves Ildefonso
Psicólogo
Contagem
Boa Tarde. Por experiência , digo que as disfunções alimentares são comuns nos quadros de TEA. Nem sempre como anorexia ou bulimia ( quadros mais graves) mas também como seletividade alimentar e dificuldades na deglutição ( devido a textura e sabor).
 Maria Olinda Maia
Psicólogo
Curitiba
Disfunções alimentares são comuns aos quadros de TEA... nele se enquadram as anoréxicas, que podem acontecer como uma reação de ansiedade.
Olá! Penso que não é importante ficar preso ao diagnóstico, mas sim tratar e compreender os motivos das crises anoréxicas, é possível que por conta da rigidez de pensamento presente no Asperger o enfrentamento e a elaboração das questões conflitantes sejam mais lentos, no entanto, algumas técnicas podem ajudá-lo a compreender está recusa pelo alimento.
Dra. Patricia De Lucia Nadruz
Psicólogo, Terapeuta complementar
São Paulo
Gostaria de saber se ele sempre recusou algum tipo de alimento. Os autistas podem ser bem seletivos na alimentação. O autista tem um cerebro que funciona diferente, com uma forma peculiar de enxergar o mundo, mas é um ser humano como outro qualquer podendo desenvolver qualquer transtorno como todos nós. É importante que se investigue o que esta por trás desse sintoma. Atrás da aparente indiferença e desinteresse pelo outro o autista também sofre e vive as mesmas mazelas. Uma terapia comportamental ou cognitivo comportamental pode ajudar muito. Procurem o ambulim do hospital das clinicasnou algum profissional que trabalha lá. O transtorno alimentar é muito dificil de tratar e tem muitas recidivas, tem que trabalhar com um profissional que tenha muita experiencia. Se for de São Paulo posso indicar profissionais que trabalham somente com isso.
No TEA é comum ter seletividade alimentar. A Anorexia é um transtorno alimentar e como tal tem um tratamento adequado, em geral medicamentoso + psicoterapia. A primeira coisa a fazer e o diagnóstico. É necessário avaliar o caso para ver se há este transtorno em comorbidade com o TEA. Vocês já conversaram com o médico e psicólogos dele?
Dra. Camila Cirino Pereira
Neurologista, Médico do sono, Psiquiatra
São Paulo
Sim, há diversos relatos clínicos e estudos científicos que descrevem a associação entre a Síndrome de Asperger (atualmente classificada dentro do Transtorno do Espectro Autista – TEA nível 1) e transtornos alimentares, especialmente a anorexia nervosa. Embora essa combinação não seja a mais comum, é reconhecida na literatura médica e merece acompanhamento especializado, pois o padrão cognitivo e emocional característico do autismo pode interferir significativamente na percepção corporal e na relação com o alimento. Pacientes com TEA tendem a apresentar rigidez cognitiva, hiperfoco, sensibilidade sensorial e necessidade de controle — traços que podem contribuir para o desenvolvimento e a manutenção de restrições alimentares severas. Em alguns casos, a recusa alimentar inicialmente motivada por aversão sensorial (textura, temperatura, odor) evolui para um quadro semelhante à anorexia restritiva, especialmente na adolescência, quando surgem preocupações com rotina, corpo e autoimagem. Pesquisas publicadas em revistas como The British Journal of Psychiatry e Molecular Autism mostram que até 20% das pessoas com anorexia apresentam traços autísticos significativos, mesmo sem diagnóstico formal, e que a associação é mais frequente em homens com Asperger do que na população geral masculina. Esses casos costumam ser mais resistentes ao tratamento convencional, pois o foco obsessivo e a dificuldade de insight dificultam o engajamento terapêutico. O manejo ideal deve envolver uma equipe multidisciplinar com neurologista, psiquiatra, psicólogo especializado em TEA e nutricionista com experiência em seletividade alimentar, além de psicoterapia cognitivo-comportamental adaptada ao autismo (TCC-A). Essa abordagem trabalha tanto a regulação emocional quanto a flexibilização de padrões alimentares e pensamentos rígidos. É essencial também monitorar os sinais precoces de recaída, já que as crises de restrição alimentar podem retornar em períodos de estresse, mudança de rotina ou sobrecarga sensorial. Portanto, sim, há casos documentados de Asperger associado à anorexia, e a coexistência entre ambos os quadros é reconhecida como um desafio clínico, mas tratável quando abordada de forma integrada e personalizada. Reforço que esta resposta tem caráter informativo e não substitui uma consulta médica individual. O acompanhamento com seu neurologista é essencial para confirmar o diagnóstico e garantir segurança no uso. Coloco-me à disposição para ajudar e orientar, com consultas presenciais e atendimento online em todo o Brasil, com foco em neurologia clínica, autismo adulto, anorexia, seletividade alimentar e regulação neurofuncional, sempre com uma abordagem técnica, empática e humanizada. Dra. Camila Cirino Pereira - Neurologista | Especialista em TDAH | Especialista em Medicina do Sono | Especialista em Saúde Mental CRM CE 12028 | RQE Nº 11695 | RQE Nº 11728

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