Pais podem notar "visão de túnel" em filhos com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) supersticioso?

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Pais podem notar "visão de túnel" em filhos com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) supersticioso?
Olá, como vai? Sim, os pais podem perceber quando a criança ou adolescente passa a interpretar situações comuns como algo “mágico” ou ameaçador, fixando-se em pensamentos supersticiosos que geram medo e rituais. A visão de túnel se manifesta quando a criança não consegue desviar o foco ou considerar explicações alternativas, ficando rígida na ideia. Na clínica psicanalítica, observamos que isso pode estar ligado a angústias internas que a criança ainda não consegue elaborar simbolicamente. É importante acolher, não julgar e buscar apoio especializado. O CAPS pode ser um espaço de cuidado caso a família esteja em sofrimento. Espero ter ajudado, fico à disposição!

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 Helio Martins
Psicólogo
São Bernardo do Campo
Oi, tudo bem?
Sim, os pais podem perceber sinais da chamada “visão de túnel” em filhos com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) supersticioso — embora, muitas vezes, não saibam nomear o que estão vendo. Esse estado aparece quando a criança ou o adolescente fica completamente tomado por uma ideia obsessiva, incapaz de considerar argumentos lógicos ou tranquilizadores, mesmo vindos de pessoas de confiança.

Nesses momentos, é como se o mundo se resumisse à obsessão. O filho pode insistir repetidamente em fazer um ritual “para evitar algo ruim”, recusar-se a interromper uma sequência de gestos, rezas ou contagens, ou demonstrar pavor se algo não for feito exatamente do “jeito certo”. A atenção fica tão focada na superstição que o resto perde importância: ele não ouve, não negocia, não se distrai. Para os pais, a sensação é de falar com alguém que “não está ali”, porque a mente da criança está presa dentro desse túnel de urgência e medo.

A neurociência ajuda a explicar esse comportamento: nesse estado, o cérebro da criança ativa com força as áreas relacionadas à detecção de perigo, como a amígdala, e diminui a atividade das regiões responsáveis pelo raciocínio lógico e pela flexibilidade cognitiva. Por isso, tentar convencer com argumentos racionais (“filho, isso não faz sentido”) quase nunca funciona naquele momento — o cérebro está reagindo, não raciocinando.

Os pais também podem notar mudanças físicas e emocionais que acompanham o episódio: olhar fixo, respiração acelerada, irritabilidade, choro fácil ou até crises de raiva se o ritual for interrompido. Depois que o comportamento passa, muitas vezes vem o cansaço e, às vezes, vergonha por ter “exagerado”.

Você já percebeu se seu filho parece ficar “preso” a certas ideias, sem conseguir sair delas mesmo com explicações ou carinho? Ou se reage com medo desproporcional quando algo quebra o padrão que ele tenta seguir? Essas observações ajudam muito a identificar o TOC supersticioso precocemente.

O papel dos pais, nesses casos, é oferecer segurança e não reforçar o ritual — o que significa acolher a emoção, mas não o comportamento. E, claro, buscar acompanhamento especializado. A terapia cognitivo-comportamental adaptada para crianças e adolescentes, especialmente com técnicas de exposição e prevenção de resposta, costuma trazer excelentes resultados, ajudando o cérebro a aprender que ele pode sentir medo sem precisar se prender à superstição.

Caso precise, estou à disposição.
Sim, pais podem notar o que chamamos de “visão de túnel” em filhos com Transtorno Obsessivo-Compulsivo supersticioso, especialmente quando a criança fica extremamente focada em rituais, regras ou crenças supersticiosas específicas. Esse foco intenso faz com que ela desconsidere outras informações, perspectivas ou consequências, concentrando-se apenas no que sente que precisa fazer para evitar um suposto perigo ou azar. Pais podem perceber resistência a interrupções, ansiedade intensa se os rituais não forem realizados e dificuldade de atenção em outras atividades. Observar esses padrões é importante para buscar avaliação psicológica ou psiquiátrica precoce, orientar intervenções terapêuticas e ajudar a criança a desenvolver flexibilidade cognitiva e estratégias de enfrentamento mais adaptativas.

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