Por que o comportamento disruptivo está ligado à ansiedade?

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Por que o comportamento disruptivo está ligado à ansiedade?
O comportamento disruptivo pode estar ligado à ansiedade porque muitas vezes a pessoa não consegue expressar ou regular bem o que sente. A tensão interna, o medo e a preocupação excessiva podem gerar irritabilidade, impulsividade e até explosões de comportamento. Em crianças e adolescentes, isso é ainda mais comum, já que nem sempre conseguem nomear a ansiedade em palavras.

Na TCC, o trabalho envolve reconhecer esses sinais, entender os gatilhos e ensinar estratégias de regulação emocional, ajudando a transformar essa energia em respostas mais adaptativas. Procurar acompanhamento psicológico pode auxiliar bastante nesse processo.

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O comportamento disruptivo está intimamente ligado à ansiedade porque, em muitos casos, ele não é um problema de mau comportamento, mas sim uma expressão externa de uma angústia interna. Para entender essa conexão, é preciso mudar a perspectiva: o comportamento disruptivo não é a causa, mas sim o sintoma.

A ansiedade provoca uma série de reações no cérebro e no corpo. O cérebro entra em um estado de "luta ou fuga", interpretando o ambiente como perigoso. Como resultado, a pessoa (especialmente crianças e adolescentes, que ainda não têm habilidades para regular suas emoções) pode reagir de maneiras que parecem desproporcionais ou agressivas.

Aqui estão algumas razões principais para essa ligação:

1. Dificuldade de Expressão
Muitas vezes, a pessoa que sente ansiedade não sabe como verbalizar o que está sentindo. O medo, a preocupação e a tensão interna podem se manifestar de forma física e comportamental. Em vez de dizer "Estou com medo" ou "Não me sinto seguro", a pessoa pode gritar, bater, chutar, se isolar ou ter crises de birra. Esse comportamento é uma tentativa, mesmo que ineficaz, de comunicar o desconforto.

2. A Necessidade de Controle
A ansiedade é frequentemente sentida como uma perda de controle. A pessoa sente que não consegue controlar o ambiente ou os eventos. Em resposta a essa sensação, ela pode tentar controlar a situação através de comportamentos disruptivos. Isso pode incluir a recusa em seguir regras, a oposição a mudanças de rotina ou a busca por atenção constante, como uma forma de tentar trazer um senso de previsibilidade de volta para a vida.

3. Evitação como Mecanismo de Defesa
O comportamento disruptivo também pode ser uma forma de evitar o que causa a ansiedade. Por exemplo, uma criança que sente ansiedade social pode ter um ataque de raiva para não precisar ir a uma festa de aniversário. Um adolescente com ansiedade de desempenho pode se recusar a fazer a lição de casa, o que parece um ato de rebeldia, mas na verdade é uma forma de evitar a frustração ou o medo de falhar.

4. Sobrecarga Sensorial e Emocional
A ansiedade coloca o sistema nervoso em alerta máximo. A pessoa fica mais sensível a barulhos, toques, luzes e mudanças no ambiente. Quando essa sobrecarga se torna insuportável, o comportamento disruptivo pode ser uma resposta para tentar liberar essa energia acumulada. A agitação, a hiperatividade ou a agressão são uma forma de extravasar o que o corpo e a mente não conseguem processar de outra forma.

É crucial que, ao observar um comportamento disruptivo, a primeira pergunta a ser feita não seja "Por que você está se comportando assim?", mas sim "O que está te deixando ansioso(a)?". A compreensão de que o comportamento é um sintoma, e não o problema em si, é o primeiro passo para oferecer o suporte adequado.
Boa tarde,

O comportamento disruptivo está frequentemente ligado à ansiedade porque a ansiedade gera um estado de alerta elevado, no qual a pessoa se sente ameaçada ou pressionada, mesmo que não exista um perigo real. Esse excesso de ativação fisiológica e emocional pode se manifestar externamente como irritabilidade, explosões, desobediência ou dificuldade de seguir regras, comportamentos que chamamos de disruptivos.

Na prática, a ansiedade funciona como uma tensão interna intensa, e agir de forma impulsiva ou agressiva pode ser uma tentativa inconsciente de aliviar esse desconforto imediato. Crianças, adolescentes e até adultos podem demonstrar esses comportamentos quando não têm estratégias eficientes para regular a ansiedade ou para comunicar suas necessidades e frustrações de maneira adequada.

A psicoterapia, especialmente abordagens baseadas em evidências como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), ajuda a pessoa a identificar os gatilhos da ansiedade, compreender a ligação entre pensamentos, emoções e comportamentos, e desenvolver ferramentas de autorregulação emocional. Com o tempo, é possível reduzir tanto a intensidade da ansiedade quanto os comportamentos disruptivos, promovendo maior controle emocional e relações mais saudáveis.

Espero ter ajudado, um grande abraço.
Porque a ansiedade aumenta a ativação do corpo e reduz a capacidade de autocontrole. A pessoa reage ao desconforto emocional com explosões, fuga, irritabilidade ou dificuldade em seguir regras.

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