Quais são os principais sintomas do transtorno por uso do tabaco?

Sim. A atenção plena pode inclusive ajudar nesse período.
Mesmo com sintomas de abstinência, como irritabilidade, ansiedade ou dificuldade de concentração, é possível praticar mindfulness para observar essas sensações sem reagir automaticamente a elas. Essa prática ajuda a reconhecer que os sintomas são temporários, reduz a impulsividade de buscar o cigarro e fortalece a tolerância ao desconforto, favorecendo a manutenção da cessação.

Olá, como tem passado?
Os principais sintomas reconhecidos envolvem a dificuldade de controlar o consumo, a necessidade de fumar cada vez mais para obter o mesmo efeito o desconforto físico e psíquico quando se tenta parar.
Mas não se trata só do corpo pedindo nicotina. A psicanálise nos ajuda a ver que o cigarro, muitas vezes, ocupa um lugar simbólico na vida do sujeito. Pode funcionar como companhia, como ritual para organizar o tempo, como válvula de escape para a angústia ou até como marca de identidade. Por isso, largar o cigarro não é apenas “deixar de fumar”, mas também enfrentar o vazio que ele preenchia.
Freud já mostrava que o sintoma não é só um problema, mas também uma solução encontrada pelo inconsciente para lidar com conflitos. No caso do tabaco, esse “alívio” vem junto com os riscos à saúde e a sensação de escravidão ao hábito. É uma satisfação paradoxal: ao mesmo tempo que se sabe do mal que causa, há um prazer e um certo apoio na repetição.
Por isso, o tratamento não pode se reduzir a remédios ou força de vontade. Procurar terapia pode ajudar a entender o que o cigarro representa na vida de cada um e a construir outras formas de lidar com a ansiedade, com o tempo e com o desejo. Mais do que abandonar um objeto, trata-se de reinventar o próprio modo de se relacionar com ele e, nesse processo, abrir espaço para respirar de outro jeito.
Espero ter ajudado e sigo à disposição.