Quais sintomas do transtorno de personalidade borderline (TPB) que estão diretamente ligados à falta

Olá! No transtorno de personalidade borderline, a falta de controle inibitório está ligada a sintomas como impulsividade intensa, explosões de raiva, comportamentos autodestrutivos (como automutilação ou abuso de substâncias) e dificuldade em conter reações emocionais muito fortes. É como se a pessoa sentisse tudo “sem filtro”, reagindo antes de conseguir pensar ou se regular. Um abraço!

Oi, tudo bem? Que bom que você trouxe essa pergunta, porque ela toca num ponto muito central do funcionamento emocional no transtorno de personalidade borderline. O controle inibitório — essa capacidade de pausar antes de agir, filtrar impulsos e pensar com clareza em momentos de tensão — costuma ser profundamente afetado quando a emoção chega intensa demais, e isso explica vários sintomas típicos do TPB.

No TPB, alguns sintomas aparecem justamente quando a emoção fica tão forte que o cérebro prioriza proteção, não reflexão. É nesse momento que o controle inibitório “cai” e a pessoa reage antes de conseguir organizar o que está sentindo. Isso está diretamente ligado à impulsividade, às explosões emocionais, às mudanças bruscas de comportamento, aos conflitos intensos nos relacionamentos e à dificuldade de manter coerência entre o que se sente e o que se faz. Não são escolhas conscientes, e sim reações aceleradas por um sistema emocional muito sensível à ameaça, especialmente quando há medo de rejeição ou abandono.

Talvez seja interessante observar como isso se manifesta para você. Em momentos de dor emocional, você sente que age antes de conseguir pensar? Já percebeu situações em que, minutos depois da crise, tudo parece mais claro e você pensa “eu não teria feito isso se tivesse respirado um pouco mais”? E quando alguém importante se afasta, mesmo que minimamente, você sente que algo dentro de você dispara de forma quase automática? Esses sinais mostram exatamente onde o controle inibitório fica mais vulnerável.

Na terapia, trabalhamos isso de maneira muito prática. A DBT ajuda a construir um espaço de pausa entre emoção e ação. A TCC organiza interpretações que aceleram impulsos. A Terapia do Esquema e abordagens focadas no apego ajudam a acessar feridas profundas que tornam essas reações tão intensas. E quando a emoção está muito intensa, o psiquiatra pode ajudar a estabilizar esse terreno para que o cérebro recupere sua capacidade de frear antes de reagir.

Se quiser, posso te ajudar a entender como esses sintomas aparecem no seu dia a dia e como fortalecer esse espaço interno onde você pode escolher — mesmo em momentos difíceis. Caso precise, estou à disposição.