As crianças com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) têm visão de túnel mental ?

Olá, como vai? Crianças com TOC podem sim apresentar uma espécie de “visão de túnel” mental, na qual ficam muito presas a ideias, medos ou rituais, perdendo a flexibilidade para brincar, aprender ou variar interesses. Isso pode impactar a escolaridade, a convivência e a liberdade criativa infantil. Na psicanálise, compreendemos esse fenômeno como um enrijecimento psíquico diante de angústias ainda difíceis de simbolizar. O acolhimento precoce é fundamental, e a rede pública conta com serviços como o CAPS infantil (CAPS i) para suporte especializado. Espero ter ajudado, fico à disposição!

Sim, crianças com TOC também podem apresentar uma forma de “visão de túnel” mental. Elas se fixam intensamente em pensamentos obsessivos ou em regras de rituais, o que estreita sua percepção e limita a atenção a outros aspectos da realidade. Esse foco rígido mantém a ansiedade sob controle temporariamente, mas restringe o pensamento e a capacidade de lidar com situações de forma mais flexível.

Oi, tudo bem? Sua pergunta é muito sensível, porque pensar em como uma criança experimenta o TOC exige imaginar o mundo emocional dela, que é muito diferente do de um adulto. E sim, muitas crianças com Transtorno Obsessivo-Compulsivo podem ter algo parecido com uma “visão de túnel mental”. Elas ficam tão focadas na obsessão — seja um medo, uma dúvida ou uma sensação de que “algo está errado” — que o resto do ambiente perde espaço. É como se a mente delas se estreitasse para um único ponto, e tudo o mais ficasse distante ou sem importância naquele momento.

A diferença é que, nas crianças, isso pode ser ainda mais intenso porque elas não têm tantos recursos internos para perceber o que está acontecendo. Em vez de reconhecer o pensamento como intrusivo, elas sentem que precisam obedecer a ele para aliviar o desconforto. Talvez ajude você imaginar como uma criança vive esse processo. O que será que ela sente quando o pensamento aparece? Como ela tenta explicar algo que nem ela mesma entende completamente? E como o corpo dela reage quando tenta resistir à compulsão? Essas perguntas ajudam a visualizar como o TOC pode ocupar o “campo mental” de forma dominante.

É importante destacar que essa visão em túnel não significa teimosia ou desobediência. É um mecanismo emocional real, em que o cérebro da criança interpreta a obsessão como algo urgente e não consegue flexibilizar a atenção. Com o tratamento adequado, especialmente quando há psicoeducação para os pais e intervenções terapêuticas estruturadas, esse foco estreito começa a diminuir e ela aprende a lidar com os pensamentos de outra forma.

Se quiser, podemos conversar mais sobre como esse processo se manifesta em crianças e o que costuma ajudar a ampliar o campo mental delas. Caso precise, estou à disposição.