Quais são as fases do ciclo de ciúmes no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ?
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Quais são as fases do ciclo de ciúmes no Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) ?
No Transtorno de Personalidade Borderline, o ciúme costuma seguir um ciclo emocional característico, embora possa variar em intensidade entre indivíduos. Inicialmente, surge um sentimento de insegurança ou medo de abandono, desencadeado por interpretações negativas de situações do relacionamento. Esse medo frequentemente evolui para ruminação e suspeita, em que a pessoa passa a interpretar sinais neutros ou ambíguos como ameaças à relação. Em seguida, o ciúme pode levar a reações impulsivas ou confrontos, incluindo cobranças, acusações ou comportamentos de controle, que geram conflito e tensão emocional. Por fim, quando a situação se acalma, pode ocorrer sentimento de arrependimento, culpa ou vergonha, acompanhado de intensa angústia interna, mas o ciclo tende a se reiniciar rapidamente diante de qualquer percepção de ameaça ao vínculo, mantendo a instabilidade típica do TPB.
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O ciúme, em quem vive com o Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), não é apenas um sentimento isolado — ele costuma se manifestar como um ciclo emocional intenso, cheio de contrastes e contradições. No início, a relação é vivida com enorme idealização. O outro se torna o centro do mundo interno, a fonte de segurança e sentido. Há uma sensação de fusão: como se, finalmente, o vazio que sempre acompanhou o borderline tivesse sido preenchido. Essa fase traz uma euforia afetiva que, muitas vezes, é confundida com o amor em sua forma mais pura.
Com o tempo, porém, qualquer sinal de distância — uma demora em responder, um olhar diferente, uma mudança sutil de humor — desperta um medo profundo de abandono. O ciúme começa aí, não como inveja, mas como **pavor de perder o vínculo que dá sustentação à própria identidade**. Pequenas situações passam a ser interpretadas como rejeição, e o corpo reage como se estivesse em perigo. A ansiedade cresce, a mente se desorganiza, e os pensamentos se tornam obsessivos, cheios de interpretações e tentativas de controle.
Nesse ponto, a emoção toma o lugar da razão. O sistema emocional fica em estado de alerta, e a pessoa pode agir por impulso — discutir, testar o outro, cobrar, dramatizar. No fundo, o que se busca é apenas uma confirmação de que ainda se é amado. Quando essa resposta não vem da forma esperada, a dor se transforma em raiva, e a raiva em culpa. Após a explosão, vem o arrependimento: a sensação de ter ido longe demais, de ter afastado justamente quem se queria manter por perto. O corpo se esgota, a mente silencia, e o vazio volta a ocupar o lugar deixado pela tempestade.
Esse é o ciclo do ciúme no borderline: idealização, medo, explosão, culpa e vazio — uma repetição dolorosa que não fala apenas do presente, mas das feridas antigas de amor e abandono. O ciúme, nesse caso, não é sinal de possessividade; é a tentativa desesperada de garantir um amor que, no fundo, se teme perder a qualquer momento. É o inconsciente tentando, mais uma vez, curar uma dor que começou muito antes do relacionamento atual.
Na psicanálise, o trabalho é justamente compreender esse movimento — dar nome ao medo, entender de onde vem essa necessidade de fusão e aprender a sustentar a ausência sem colapsar. Quando o ciúme começa a ser escutado e não apenas reprimido, ele se transforma. Deixa de ser um grito de desespero e passa a ser um convite à consciência: o convite de amar sem se perder, de estar com o outro sem desaparecer em sua presença.
Com o tempo, porém, qualquer sinal de distância — uma demora em responder, um olhar diferente, uma mudança sutil de humor — desperta um medo profundo de abandono. O ciúme começa aí, não como inveja, mas como **pavor de perder o vínculo que dá sustentação à própria identidade**. Pequenas situações passam a ser interpretadas como rejeição, e o corpo reage como se estivesse em perigo. A ansiedade cresce, a mente se desorganiza, e os pensamentos se tornam obsessivos, cheios de interpretações e tentativas de controle.
Nesse ponto, a emoção toma o lugar da razão. O sistema emocional fica em estado de alerta, e a pessoa pode agir por impulso — discutir, testar o outro, cobrar, dramatizar. No fundo, o que se busca é apenas uma confirmação de que ainda se é amado. Quando essa resposta não vem da forma esperada, a dor se transforma em raiva, e a raiva em culpa. Após a explosão, vem o arrependimento: a sensação de ter ido longe demais, de ter afastado justamente quem se queria manter por perto. O corpo se esgota, a mente silencia, e o vazio volta a ocupar o lugar deixado pela tempestade.
Esse é o ciclo do ciúme no borderline: idealização, medo, explosão, culpa e vazio — uma repetição dolorosa que não fala apenas do presente, mas das feridas antigas de amor e abandono. O ciúme, nesse caso, não é sinal de possessividade; é a tentativa desesperada de garantir um amor que, no fundo, se teme perder a qualquer momento. É o inconsciente tentando, mais uma vez, curar uma dor que começou muito antes do relacionamento atual.
Na psicanálise, o trabalho é justamente compreender esse movimento — dar nome ao medo, entender de onde vem essa necessidade de fusão e aprender a sustentar a ausência sem colapsar. Quando o ciúme começa a ser escutado e não apenas reprimido, ele se transforma. Deixa de ser um grito de desespero e passa a ser um convite à consciência: o convite de amar sem se perder, de estar com o outro sem desaparecer em sua presença.
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