Comecei um namoro a poucas semanas. Sabia desde o inicio que ela tinha um filho, no entanto, não era

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Comecei um namoro a poucas semanas. Sabia desde o inicio que ela tinha um filho, no entanto, não era um problema pra mim. Quando percebi que estava apaixonado e que iria pedi-la em namoro, um diabinho na minha cabeça fez procurar fotos dela com o ex. E achei. Aniversário, eventos escolares do filho, etc. Foi como se algo me mordesse, virou um pensamento obsessivo, as vezes insuportável. Falei com ela, aliviou um pouco. Quero pensar positivo: que é por que ainda não conheço a família, o filho, ou seja, que ainda não faço parte concretamente da vida dela, e que portanto minha cabeça trabalha livre, fantasiando.Mas tenho medo de não passar e, no desespero, jogar tudo isso fora.
 Michelle Novello
Psicólogo, Psicanalista
Rio de Janeiro
O que você descreve é uma vivência bastante humana: o encontro entre o desejo e a angústia. Quando nos aproximamos afetivamente de alguém, entramos também em contato com partes nossas que estavam adormecidas: o medo de não sermos escolhidos, o confronto com a história anterior do outro, a sensação de exclusão. Esses sentimentos podem despertar pensamentos repetitivos, quase como uma tentativa da mente de controlar algo que, na realidade, escapa ao nosso domínio.

Você mesmo percebe algo importante: ainda está se aproximando de um espaço da vida dela que já existia antes de você, e isso pode mobilizar fantasias, inseguranças e comparações. Em psicanálise, mais do que eliminar o incômodo, procuramos compreender o que ele revela. O que essa dor diz sobre o seu modo de amar, sobre as suas experiências anteriores e sobre o que significa, para você, “fazer parte” da vida de alguém.

Um processo analítico pode ajudá-lo a dar sentido a esses sentimentos, transformando essa angústia em algo compreensível e mais leve de sustentar.

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Dra. Mariana Ozório
Psicólogo, Psicanalista
Belo Horizonte
Essa é uma excelente pergunta — e muito mais comum do que parece.
Pela psicanálise, quando algo do passado do outro (como o ex, o filho, a história prévia) passa a ocupar tanto espaço psíquico, pode apontar para um movimento interno de rivalidade e de ferida narcísica — ou seja, não se trata apenas do outro, mas daquilo que esse outro desperta em nós.
O “diabinho” fala justamente de um desejo de controle sobre o que te escapa: a vida anterior dela, o que não te pertence, o que existia antes de você. Esse tipo de curiosidade pode funcionar como uma tentativa inconsciente de reduzir a angústia de não ser o único — uma angústia ligada à falta, ao desejo e à impossibilidade de completude nas relações. Caso você, ainda, não faça terapia, sugiro que faça! Será um espaço para cuidar de você e, logo, de como cuidará do seu relacionamento. A terapia é um espaço importante para nomear essas repetições e incômodos, de forma a elaborar a meneira como você se vincula e se relaciona.
O que você sente é mais comum do que parece. Quando começamos um novo vínculo, podem surgir inseguranças e pensamentos obsessivos ligados ao desejo de pertencimento. O incômodo com o passado do outro geralmente fala menos sobre ele e mais sobre nossas próprias feridas e medos de rejeição.

A psicoterapia ajuda a compreender o que esse sentimento tenta proteger e a transformar o medo em vínculo mais maduro e tranquilo. O amor se fortalece quando o encontro com o outro também se torna um encontro consigo mesmo.
Olá! Obrigada por compartilhar com tanta sinceridade o que está vivendo — isso já mostra um grande nível de maturidade emocional.

O que você descreve é mais comum do que imagina. Quando começamos um relacionamento com alguém que já tem história, especialmente uma história familiar, o nosso cérebro ativa mecanismos de proteção. A neurociência explica que o cérebro é programado para evitar ameaças — mesmo que elas não sejam reais. Então, ele cria cenários, compara, busca “provas” de que estamos seguros naquela relação.

Mas o que acontece no seu caso?

A fantasia tomou um espaço maior do que os fatos.

As imagens do passado dela despertaram em você um medo muito humano: não ser parte importante da vida dela ainda. Isso mexe com sentimentos profundos de pertencimento, valor e segurança afetiva.

Do ponto de vista psicanalítico, costumamos olhar para o que essa dor representa internamente:
– Você teme não ser escolhido?
– Ou teme perder antes mesmo de viver o amor?
– O passado dela aciona algo do seu próprio passado?

E o que você sentiu ao conversar com ela e ser acolhido… mostra que existe ali um espaço de construção de vínculo, mas o pensamento obsessivo ainda aparece para tentar evitar uma possível dor.

Olhe com carinho para si mesmo: você está com medo de perder algo que ainda está florescendo — e isso não significa que você não esteja pronto. Significa que você se importa.

Meu convite é que você não lute contra o sentimento, mas que aprenda a entendê-lo e regular essa intensidade, para que ela não controle suas escolhas.

Se desejar, posso te ajudar nesse caminho de forma profissional — tanto no acolhimento emocional quanto na organização desses pensamentos, para que você viva esse relacionamento com mais paz, confiança e presença no agora.

Estou à disposição para te acompanhar nesse processo.

Um abraço,
Elisângela Lopes
Psicanalista & Inteligência Emocional
Atendimento Online e Presencial
Quando a gente começa a se apaixonar, é comum que apareçam inseguranças, como se uma parte da gente ainda não acreditasse que pode mesmo ser escolhida. Esse “diabinho” que te fez procurar fotos do passado dela não é maldade, é medo disfarçado: medo de ficar de fora, de não ter um lugar certo nessa nova história.

Em psicanálise, especialmente em autores como Winnicott e Ferenczi, entendemos que o ciúme e a obsessão podem nascer desse desejo de pertencimento. É como se a mente tentasse preencher o que ainda não conhece, o filho, a família, o passado, criando fantasias para lidar com o desconhecido.

Faz sentido que doa. Você quer estar presente de verdade, mas ainda está do lado de fora de alguns pedaços da vida dela. A boa notícia é que isso costuma mudar com o tempo e com a confiança. Em vez de tentar apagar os pensamentos, vale escutá-los: eles estão dizendo “quero me sentir seguro aqui”.

O amor começa mesmo quando a gente aguenta esse espaço de não saber tudo e deixa a relação crescer no tempo dela.
Olá. Seria muito produtivo você fazer um acompanhamento psicoterapeutico nesse momento para entender quais são os sentimentos seus, que estão envolvidos nesses pensamentos. Entendendo a origem desses sentimentos e pensamentos, você terá clareza do por que eles surgem, e muita liberdade para pensar e sentir de outra forma. Abraço.
 Felipe Firenze
Psicanalista
Rio de Janeiro
Tudo bem? Obrigado pela sua pergunta. O que acontece em sua grande maioria, é que quando o amor começa a se aprofundar, também despertam medos, inseguranças e fantasias que muitas vezes, não controlamos. Ver essas fotos pode ter ativado algo dentro de você, talvez a sensação de não pertencer ainda totalmente à história dela. Talvez o ciúme e o pensamento obsessivo podem ser formas de tentar lidar com essa angústia de exclusão. Buscar um espaço de escuta, como a análise, pode ajudá-lo a compreender o que esse “diabinho” tenta dizer sobre suas próprias necessidades e medos. Na psicanálise, não buscamos certezas, mas abrimos espaço para entender o que sentimos.
Se sentir que há identificação, será um prazer acompanhá-lo nesse processo.
Esse tipo de sensação é mais comum do que parece. Quando você diz que algo ‘mordeu’ ao ver as fotos, é o seu inconsciente reagindo ao sentimento de exclusão, como se houvesse um lugar que ainda não é seu e que desperta insegurança. Isso não significa que você não está preparado para o relacionamento, mas que está se deparando com partes suas que precisam de cuidado: o medo de não pertencer, de não ser suficiente ou de perder algo importante.

Na psicoterapia, a gente trabalha justamente isso, diferenciar o que é do presente do que é memória emocional. Às vezes, o ciúme e o pensamento obsessivo não estão ligados à parceira em si, mas a experiências antigas de rejeição ou comparação.

O convite é observar sem julgar. O que esse incômodo quer te mostrar sobre você? Em vez de tentar controlar, escute o que sua emoção está pedindo: talvez acolhimento, paciência ou simplesmente tempo para construir pertencimento de verdade.
O que você sente é mais comum do que parece. Quando a gente se envolve e percebe que a pessoa tem um passado, algo dentro de nós sente medo de não ser tão importante ou de perder espaço. Esses pensamentos que voltam o tempo todo mostram uma insegurança que precisa ser olhada com cuidado, não julgada. Na psicanálise, trabalhamos para entender de onde vem esse medo e por que ele ganha tanta força. Assim, você passa a lidar melhor com o ciúme e a viver o relacionamento com mais tranquilidade e confiança. Conte comigo
 Carolina Grana
Psicanalista, Terapeuta complementar
São Caetano do Sul
Um filho gera um vínculo com o pai para sempre, desta forma, precisa compreender que todos possuem um passado e o mesmo é importante para chegarem onde estão.
Faça uma lista de sentimentos e momentos positivos ao lado dela para te fortalecer e ler sempre que o pensamento negativo surgir. Lembre-se: seus sentimentos surgem dos seus pensamentos, mude a forma de pensar e se sentirá melhor.
É importante que procure um auxilio emocional com um profissional.
 Luciana Gantus
Psicanalista
São Paulo
A ansiedade com mudanças se torna um problema sério (ou patológico) quando ela é exagerada em intensidade e duração, começa a prejudicar o dia a dia e a qualidade de vida do indivíduo, e ele não consegue controlá-la.
Quando nos apaixonamos é natural que surja uma ansiedade sobre a importância que temos na vida do outro. Ver fotos do passado dela ativou uma fantasia de "não pertencimento" e que aparentemente deve tocar em alguma insegurança sua de "não ser escolhido". Por ser um relacionamento recente, essa sensação deve diminuir a medida que você for sendo incluído na vida dela. O fato de você ter se aberto foi um fator de alivio então é importante que você continue nomeando o que sente. Esse sentimento é natural porém é importante você não confundir fantasia com realidade e acabar agindo por impulso. Se sentir que não consegue sozinho vale buscar ajuda na terapia. Talvez isso esteja em uma camada mais profunda do seu "eu".
Quando um paciente me traz algo assim, eu costumo responder desta forma, direta e sem rodeios:

O que você descreve não é loucura, nem maldade. É o medo antigo se mexendo por baixo do sentimento novo. Quando o afeto cresce rápido, o inconsciente cutuca: “Será que eu vou caber aqui? Será que tem espaço para mim numa história que já existia antes de eu chegar?”

As fotos com o ex não doem pelo ex em si, mas pelo que representam: a vida dela antes de você. E, quando ainda não existe pertencimento concreto — conhecer o filho, a rotina, o lugar que você ocupa — a cabeça preenche o vazio com fantasia. E fantasia sempre exagera.

Esse pensamento que vira obsessão não diz “há um perigo”; ele diz “tenho medo de não ser suficiente”. É isso que morde. É isso que aperta.

E o maior risco é fazer o que muitos fazem: destruir o vínculo para não enfrentar o próprio medo. Sabotar para não ser ferido. Antecipar o fim para não correr o risco de ser rejeitado depois.

O caminho saudável é o oposto:
– reconhecer que isso é insegurança, não previsão;
– conversar com ela quando necessário, com calma;
– entrar devagar no cotidiano dela, conhecer o filho, deixar a relação ganhar corpo e realidade.

E na análise eu puxaria a raiz: de onde vem esse medo de ser substituível? Por que o amor, quando nasce, aciona essa sensação de falta de lugar?

Quando essas perguntas começam a ser elaboradas, o pensamento perde a força, e o afeto real ocupa o espaço que hoje o medo está tentando dominar.

Fico á disposição
Dra. Patrícia Cozendei
Psicanalista
Duque de Caxias
Precisa se propor a uma análise terapêutica antes de tomar decisões
 Lucas Jerzy Portela
Psicanalista
Salvador
O nome da canção é "Tive sim", de Cartola.
É preciso você ter em mente uma coisa: ela terá sempre contato com o ex por causa do filho, observe bem, POR CAUSA DO FILHO. Ele é ex porque não deu certo o relacionamento deles, então, é preciso você entender que ela agora ESCOLHEU VOCÊ. A sua insegurança e medo pode sim colocar tudo isso a perder, porém, é preciso entender o lugar que você ocupa na vida dela, e nada de atribuir essa insegurança ao "diabinho". Você deve confiar na pessoa que te escolheu. As fotos com o ex fazem parte da vida dela do passado e não do presente. Você é o PRESENTE na vida dela.
 Andriele Barbosa
Psicanalista, Psicólogo
Florianópolis
Oi, esse tipo de ansiedade costuma aparecer quando a relação está ficando importante e você ainda não se sente parte daquele universo; conversar com ela aliviou um pouco porque trouxe realidade para fantasias, mas o restante você trabalha dentro de si, nomeando o medo ao invés de agir pelo desespero — isso tende a se ajustar com o tempo e com maturidade emocional.
Dra. Flavia Egreja
Psicanalista
Rio de Janeiro
O que você descreve é muito mais comum do que parece, especialmente quando um relacionamento começa a ficar significativo e desperta vulnerabilidades. O fato de você ter buscado fotos, sentido como se “algo mordesse” e depois ficado preso em pensamentos repetitivos não significa que haja algo errado com você; significa que esse vínculo novo ativou inseguranças que talvez você ainda não tenha nomeado completamente. No início de um relacionamento, a nossa imaginação trabalha solta mesmo: ela tenta preencher lacunas, prever riscos, entender onde é o nosso lugar. E quando existe um passado visível — como fotos, família, um filho, um ex — isso pode acionar medo de não ser importante, comparação, sensação de ameaça ou de exclusão. A mente, para tentar se proteger, cria cenários, busca informações e às vezes se agarra nessas imagens de um jeito obsessivo. O caminho não é tentar “não sentir”, mas compreender o que essa parte sua está tentando proteger. Espero ter lhe ajudado e que seu relacionamento seja abençoado! Se quiser marcar um acolhimento comigo, este é gratuito e terei o maior prazer em lhe ajudar!

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