Como a "visão de túnel" afeta o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) de superstição?

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Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), o tratamento do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) envolve compreender como pensamentos automáticos, crenças disfuncionais e comportamentos repetitivos se relacionam entre si e mantêm o ciclo do transtorno. A chamada “visão de túnel” e a superstição são manifestações cognitivas típicas desse processo. A “visão de túnel” ocorre quando a pessoa concentra a atenção apenas em um aspecto ameaçador ou em uma possibilidade negativa, desconsiderando outras informações disponíveis. No TOC, isso pode se manifestar como uma busca intensa por certeza, interpretando pequenos sinais como perigosos ou como confirmações de que algo ruim pode acontecer. Essa distorção cognitiva é tratada na TCC por meio de reestruturação cognitiva, que ajuda o paciente a identificar, questionar e substituir pensamentos automáticos e crenças rígidas por interpretações mais realistas e equilibradas. Já as superstições e comportamentos “mágicos” (como achar que pensar em algo pode causar um evento, ou que certos rituais evitam tragédias) são entendidos na TCC como parte das obsessões e compulsões mantidas por condicionamento e crenças de responsabilidade excessiva. A principal técnica utilizada nesses casos é a Exposição com Prevenção de Resposta (EPR), uma forma de exposição gradual e controlada a situações temidas sem realizar os rituais ou comportamentos supersticiosos. Isso permite que o paciente aprenda, por experiência direta, que o temido não acontece e que a ansiedade diminui naturalmente com o tempo. Em paralelo, trabalha-se a aceitação da incerteza e o desenvolvimento de tolerância ao desconforto — aspectos que também são reforçados por técnicas das terapias contextuais, como a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), que complementa a TCC tradicional. A eficácia dessas intervenções é amplamente sustentada por evidências científicas.Em resumo, o tratamento da “visão de túnel” e da superstição na TCC envolve ensinar o paciente a perceber o funcionamento do pensamento obsessivo, ampliar o foco atencional, reduzir a busca por controle absoluto e modificar gradualmente a relação com os próprios pensamentos e rituais, favorecendo maior flexibilidade cognitiva e qualidade de vida.

Oi, tudo bem?
A “visão de túnel” afeta profundamente o TOC de superstição porque os dois compartilham o mesmo mecanismo central: o medo. Quando a pessoa entra nesse estado de foco estreito, o cérebro se comporta como se estivesse diante de uma ameaça iminente, ignorando tudo o que não se encaixa na narrativa do perigo. No TOC de superstição, isso se traduz em pensamentos como “se eu não fizer tal ritual, algo ruim vai acontecer”. A mente se fixa nessa ideia e perde a capacidade de perceber que é apenas uma hipótese — não uma realidade.

Do ponto de vista neurocientífico, é como se o circuito de alerta estivesse preso no modo “ligado”. A amígdala, que detecta ameaças, e o córtex orbitofrontal, que tenta corrigi-las, entram num diálogo sem fim. Enquanto isso, as áreas responsáveis pela reflexão e pelo contexto — aquelas que ajudam a relativizar o medo — ficam temporariamente “silenciadas”. O resultado é uma atenção completamente voltada para o risco imaginado, sem espaço para perceber a incoerência da própria crença supersticiosa.

Essa visão estreita faz com que a pessoa busque rituais ou sinais que tragam uma sensação de alívio imediato. O cérebro, então, aprende que o ritual é uma forma de “abrir” o túnel, quando na verdade está apenas reforçando as paredes dele. O alívio dura pouco, mas o ciclo se fortalece: quanto mais o medo foca no ritual, mais distante fica a percepção da realidade.

Você já reparou como, em momentos de ansiedade, a mente tenta resolver tudo de forma rápida, quase automática? E como, depois, a sensação de segurança nunca é completa — só o medo fica mais exigente? Essas são pistas de que o olhar está aprisionado dentro desse túnel emocional.

A terapia ajuda justamente a abrir esse foco: a desacelerar o impulso de controle, a tolerar a incerteza e a ensinar o cérebro que o medo pode ser sentido — sem precisar ser obedecido. Aos poucos, a visão vai se ampliando, e o que antes parecia um labirinto começa a ganhar saídas.
Caso precise, estou à disposição.

No TOC de superstição, a “visão de túnel” faz com que a pessoa fique excessivamente focada em pensamentos ou sinais que acredita serem perigosos ou “de azar”. Esse foco estreito intensifica a ansiedade e leva à realização de rituais ou superstições para tentar evitar que algo ruim aconteça, reforçando o ciclo obsessivo-compulsivo.