Quais são os estudos dentro da psicanálise em geral que poderiam ajudar em questões das quais a espi

Olá! No que tange a espiritualidade e religiosidade, sugiro os seguintes textos freudianos:

Freud, S. (1913) - Totem e Tabu.
Freud, S. (1927) - O futuro de uma ilusão.
Freud, S. (1930) - O mal-estar na civilização.
Freud, S. (1938) - Moisés e o monoteísmo: três ensaios.


Abraço!

Ola! Existem alguns textos dentro da psicanalise que trazem a espiritualidade e a religião.
Seria interessenta e importante que possa conversar sobre as suas questões que tem relação com esse tema, buscar um caminho que encontre uma resposta mais subjetiva para suas questões.
Coloco-me a disposição para podermos pensar e falar sobre suas duvidas.

Ei . Há vários textos e artigos na psicanálise que conversa com a espiritualidade.
Mas acho que mais importante em saber sobre isso, é se perguntar o que você quer com isso?
Quais suas questões com a espiritualidade para ser trabalhadas com um psicanalista.

É interessante compreender, primeiro, o próprio tema da espiritualidade / religiosidade e sua relação com a saúde mental, o bem-estar psicológico e a integração biopsicossocioespiritual do ser humano, particularmente nos estudos da psicanálise.
Se a saúde mental pode ser identificada como uma “mente sã”, o espírito saudável seria o movimento contínuo do sujeito em busca do bem-estar de jeitos de vida que o sustentam diante das adversidades do cotidiano, e que o ajudem em um processo de mudança e produção de subjetividade, o que se abre para reflexão sobre o papel da espiritualidade na saúde mental.
Se o sujeito está em um estado de equilíbrio, entre todos esses fatores (comportamentais, fatores cognitivos, fatores emocionais, fatores familiares, fatores biológicos, fatores espirituais) podem fazer parte desse olhar para uma espiritualidade que conduz à mudança e facilita a mudança.
Como acontece em geral na abordagem psicanalítica, tudo depende da subjetividade do sujeito.

Existe uma dimensão da vida interior de uma pessoa que a espiritualidade é boa em dar conta. A psicanálise tem estudos que vão de encontro com esse entendimento, desde Freud. Também é interessante pensar que, em algumas questões, a psicanálise deve observar e escutar, sem contudo fazer julgamentos - e a fé de cada um é um desses pontos.

O conhecimento psicológico presente nas Filosofias ou Escrituras Antigas concebiam o ser humano como "composto" por corpo (matéria), alma (psique) e espírito. A Alquimia, por exemplo, que era uma sabedoria do Egito Antigo, buscava, em sua origem, promover a transformação psíquica, do homem de chumbo em homem de ouro.

A Psicologia moderna, por outro lado, associada à Ciência, passou a rejeitar a dimensão espiritual do ser humano, por não ser possível observar e manipular dentro dos critérios científicos.

A Psicanálise, por sua vez, ao tomar o Inconsciente como o conceito central em torno do qual todo o seu conhecimento se desenvolve, não se aproxima da ciência, mas também não se aprofunda na dimensão espiritual. Jacques Lacan bebe um pouco do conhecimento budista para desenvolver um conceito pouco compreendido: Ha Um (o som é daquele mantra AOMM). Por outro lado, Freud, quando se refere às Escrituras Sagradas é para explicá-las psicologicamente.

Assim, à partir do que estudei e estudo sobre Psicanálise, considerando que pode haver textos ou interpretações que eu desconheça, o que tenho a dizer para responder à sua pergunta é que, se você tem interesse em aprofundar o conhecimento sobre Espiritualidade e Psicologia de forma profunda e complexa, será preciso encontrar referências menos divulgadas nas academias.

A psicanalise, assim como outras teorias da área da psicologia, sempre consideram as questões relacionadas à religião como um tema importante para pensar a constituição do sujeito. Mas parece que a sua preocupação está relacionada em entender se quando a espiritualidade é mais importante para a pessoa do que o mundo concreto, se a psicanalise compreenderia esta posição e acolheria suas inquietações. Se esta for a questão, sim! com certeza a psicanalise está aberta a pensar sobre este tema também.

Recomendo a leitura dos livros da professora francesa Elisabeth Roudinesco, pois neles há várias passagens de Sigmund Freud sobre a Espiritualidade. Roudinesco diz, no Dicionário de Psicanálise, que Freud participou como médium do fenômeno das "mesas girantes" onde supostos espíritos respondiam perguntas dos participantes. Quando perguntado sobre a Espiritualidade, Freud disse que isso era uma coisa pessoal e que ele não iria misturar com a Psicanálise, pois já havia muita resistência contra ela. Na análise, o analisando costuma falar sobre seus sonhos, premonições, etc., inclusive há sonhos tão reais que podem ser confundidos com delírios. Busque um analista da sua confiança e descubra no divã a razão desse tema da Espiritualidade ter lhe despertado. Será uma experiência inenarrável. Abraços

Olá!
É interessante a tua pergunta, até para voltar aos fundamentos da psicanálise e pensar sobre o que ela trata, com o que ela trabalha, e se ela se orienta a partir de crenças em questões não-materiais de algum tipo, por exemplo, de tipo espiritual, como você diz.
A psicanálise já foi considerada um saber e uma prática clínica pseudo-científica, até porque não é possível isolar materialmente aquilo com o qual ela trabalha, para depois estudá-lo e submetê-lo ao método científico.
Aquilo de não-material com o qual ela trabalha, é com o inconsciente, que só se faz presente ou se evidencia em momentos incalculados, e não previsíveis, não mensuráveis, a través da fala, da linguagem. O inconsciente é aquilo que é reprimido, por ser avaliado como inaceitável do ponto de vista da moralidade cultural do contexto do sujeito, seja familiar, religiosa, ou do seu tempo histórico e nacional, por exemplo.
Na minha experiência, aquilo que é reprimido é uma emoção inaceitável que por isso se torna desagradável do ponto de vista moral que o indivíduo passa a herdar e também a aceitar da parte do contexto cultural que o rodeia. Sem questioná-lo, por exemplo.
A psicanálise fala dos diferentes "discursos" (veja J. Lacan), e antes disso já teorizou sobre as formas de "saberes" que orientam a realidade psíquica e a emocionalidade e escolhas dos indivíduos. Se fala sobre o saber ou o discurso de quem está num lugar de autoridade moral no contexto cultural específico, e ao qual os sujeitos que ali estão inseridos se orientam para "saber" o que é certo e o que é errado, por exemplo. O que é bom, o que é belo, o que não é. O que eles devem fazer. Nesse tipo de lugar se coloca as pessoas e instituições que representam a religiosidade popular, que pode ser cristã, indígena, espírita, astrológica, agnóstica, entre outras.
A psicanálise explica que o lugar do psicanalista é muito distante desse lugar amo ou que tem acesso direto à verdade aplicável a todo mundo da mesma maneira. É muito mais próxima da proposta socrática da mayéutica ou de "parir" as próprias respostas, ao permitir na clínica que cada paciente se autorize a escolher o que faz mais sentido para ele/ela.
Espero ter ajduado, mas fico por aqui se você tiver interesse em falar a respeito.
:)

Os colegas responderam acima várias respostas significativas para sua questão; por isso gostaria apenas de acrescentar, que se sua abordagem tem a ver com a cultura judaico-cristã, lhe indico aprender sobre o Psicanalista Pfister; agora se abordagem for direcionada a cultura oriental e a paranormalidade, indico conhecer o Psicanalista Jung.

Você parece não só querer saber como esta questão foi tratada na literatura psicanalítica, mas também querer esclarecer a sua própria dúvida. Cabe lembrar que esta questão tem sido super polêmica durante séculos em tudo que era filosofia. A palavra-chave é "materialismo." O contrário é o "idealismo."
A resposta mais moderna é que precisa-se mudar de ponto de vista: não raciocinar a partir do indivíduo, mas a partir do conjunto da sociedade. Assim, a questão se há ou não há transcendência desaparece em favor da questão do quê é que se reflete na cabeça da pessoa, sempre e invariavelmente a partir da sua experiência real (da qual faz parte a cultura que, ela, pode refletir coisas não reais). Quanto mais a pessoa está acostumada a seguir autoridades, começando pelos pais, menor a sua liberdade de pensamento. Fantasias acontecem sempre, mas a pessoa julga e o julgamento dela depende de quais as influências culturais que ela segue, inclusive sem se dar conta. Ai, a psicanálise tem o papel de ajudar à pessoa de se livrar das atitudes autoritárias e realizar a liberdade dos pensamentos e dos sentimentos que lhe permite viver sem medo e com as consolações escolhidas por ela, inclusive as fantasias que ela gosta ou não consegue desfazer. O conceito da transcendência, no entanto, por ter uma conotação objetiva, não se aplica na psicanálise. Também não o do "mundo espiritual." O mundo, para a psicanálise, é um só e é real.

Boa tarde ! Embora Freud fosse ateu, ele analisou as questões religiosas em algumas de suas obras como "Totem e tabu" e "O mal-estar na civilização". A Psicologia Junguiana, fundada por C. G Jung, por sua vez, traz o conceito de Self, que de alguma forma se relaciona com a transcendência que você menciona. Para Jung o Self pode ser compreendido como a imagem da totalidade da psique, como seu centro e também como símbolo dessa unidade, abrangendo consciente e inconsciente e o próprio eu. Segundo ele, o principal objetivo de toda Personalidade é chegar à auto-realização e conhecimento do próprio Self, processo este que ele denominou Individuação. A busca pelo autoconhecimento é o único caminho para tal realização.
Nas palavras do próprio Jung : “O Self é a meta da nossa existência, por ser ele a mais completa expressão da combinação a que estamos fadados e que denominamos individualidade.” Vale à pena acrescentar mais esta reflexão de Jung : “O indivíduo não realiza o sentido da sua vida se não conseguir colocar o seu Eu a serviço de uma ordem espiritual e sobre-humana.”

Dentro da psicanálise, a teoria que mais se aproxima do tema da espiritualidade é a teoria da mente inconsciente. A psicanálise sugere que a mente é composta por três níveis: consciente, pré-consciente e inconsciente. O inconsciente é uma parte da mente que não é acessível à consciência do indivíduo, mas que pode influenciar profundamente o seu comportamento, pensamentos e emoções. A psicanálise também sugere que a mente inconsciente é o lugar onde se encontram os conflitos e as experiências traumáticas que o indivíduo pode ter reprimido.

Através da análise psicanalítica, é possível explorar as experiências que podem ter influenciado a busca por uma vida espiritual e entender como essas experiências podem estar afetando o indivíduo no presente. A psicanálise pode ajudar o indivíduo a lidar com traumas e conflitos do passado, que podem estar impedindo-o de experimentar uma conexão mais profunda com o mundo espiritual.

Outra abordagem dentro da psicanálise que pode ajudar em questões espirituais é a teoria dos complexos. Complexos são conjuntos de ideias, pensamentos e emoções que estão ligados a um tema ou experiência específica na vida do indivíduo. Esses complexos podem estar relacionados a experiências espirituais ou a crenças religiosas e podem estar influenciando o comportamento do indivíduo de forma inconsciente. Através da análise dos complexos, é possível entender como as experiências espirituais do indivíduo estão afetando a sua vida e como ele pode trabalhar esses complexos para alcançar uma conexão mais profunda com a sua espiritualidade. Psicanálise é cura, acredite!

O símbolo da Psicanálise é o CADUCEU DE HERMES que representa o equilíbrio cósmico entre duas forças opostas [mente objetiva/razão e mente subjetiva/emoção]; as serpentes enroladas formam o símbolo do infinito [transcendência]. Esotericamente, está associado ao equilíbrio moral, ao caminho de iniciação e ao caminho de ascensão da energia kundalini. A serpente da direita é chamada Od, que representa a vida livremente dirigida; a da esquerda Ob, vida fatal e o globo dourado no cimo Aur, que representa a luz equilibrada. Somos Corpo [Soma], Mente [Psique] e Nous [Espírito/Consciência Pura]. Gosto muito de trabalhar com a Interpretação dos Sonhos, pois evidencia bem esse campo sútil.

Olá!! Obrigado pela sua pergunta! A espiritualidade é, corriqueiramente, testada e discutida na psicanálise. Na formação em Ciências Humanas vemos a todo o momento o embate e a solução a partir do que se crê como verdade e como salvação. Com o método de associação livre podemos retormar sua história e seu insconsciente para que te traga autoconhecimento e conclusões para o que vc precisa para crer e conviver em harmonia. Um abraço e se cuide!

Bom dia. Na psicanálise, a exploração de questões relacionadas à espiritualidade e à transcendência material é um campo complexo e multifacetado. Embora a psicanálise seja tradicionalmente focada na compreensão das dinâmicas psicológicas e inconscientes, ela pode oferecer insights em várias áreas que se sobrepõem à espiritualidade. Aqui estão alguns estudos e conceitos que podem ser relevantes:

Conceito de Sublimação: A sublimação é um conceito psicanalítico que se refere ao processo de direcionar impulsos ou desejos instintivos para atividades socialmente aceitáveis e culturalmente valorizadas. Isso pode ser relevante na compreensão de como as pessoas canalizam sua busca por significado e propósito em atividades espirituais ou criativas.

Estudos sobre a Religião como Defesa: Alguns psicanalistas exploraram a religião como uma forma de defesa psicológica contra a angústia existencial ou a ansiedade. A religião pode fornecer estruturas e crenças que ajudam as pessoas a enfrentar a incerteza e o medo da morte.

Luto e Espiritualidade: A psicanálise pode ser usada para entender como as pessoas lidam com o luto e a perda, especialmente quando as crenças espirituais desempenham um papel importante na experiência de luto.

Complexo de Édipo e Relações Familiares: A psicanálise explora as dinâmicas familiares e as relações parentais. Isso pode ser relevante para compreender como a espiritualidade é transmitida de geração em geração e como as crenças religiosas podem ser influenciadas por relacionamentos familiares.

Desenvolvimento da Identidade: O desenvolvimento da identidade é uma área de estudo na psicanálise que pode ser relevante para entender como as crenças religiosas e espirituais se integram à identidade de um indivíduo.

Sonhos e Simbolismo: A interpretação de sonhos e símbolos desempenha um papel importante na psicanálise. Pode-se explorar como as experiências espirituais e religiosas são representadas nos sonhos e na imaginação inconsciente.

Psicopatologia Religiosa: A psicanálise também examina as manifestações patológicas das experiências religiosas, como a religiosidade obsessiva ou a escrupulosidade moral excessiva.

É importante lembrar que a psicanálise não aborda diretamente questões metafísicas sobre a existência de Deus ou a natureza da espiritualidade em si, mas sim como essas questões se relacionam com a psicologia e a experiência humana. Para uma compreensão mais profunda e abrangente da espiritualidade, muitas vezes é necessário recorrer a outras disciplinas, como a teologia, a filosofia da religião e os estudos religiosos. Além disso, a abordagem da psicanálise pode variar entre os teóricos e terapeutas individuais.

Entendo sua curiosidade em relação à intersecção entre a psicanálise e a espiritualidade, especialmente quando se trata da sensação de que o indivíduo faz parte de um mundo espiritual que transcende o plano material. É uma questão profunda que pode ser explorada dentro do contexto psicanalítico de maneira cuidadosa e respeitosa. Dentro da psicanálise clássica, a ênfase recai principalmente nas dinâmicas psicológicas, nos conflitos internos e nas experiências humanas em um contexto terreno. No entanto, alguns psicanalistas contemporâneos têm se interessado por essas questões transcendentais e buscam uma abordagem mais integrativa. A psicanálise, com sua ênfase na auto exploração e na compreensão das profundezas da mente, pode ser um espaço para explorar como as crenças espirituais e as experiências transcendentais podem afetar nossa psicologia e nosso sentido de identidade. Nesse contexto, alguns aspectos da espiritualidade, como a busca de significado, a conexão com algo maior que nós mesmos e as questões sobre a natureza da existência, podem ser abordados. Se você tem interesse em explorar essas questões, é importante encontrar um terapeuta que esteja disposto a trabalhar nessa direção e que tenha familiaridade com a relação entre psicanálise e espiritualidade. Um espaço terapêutico acolhedor e respeitoso pode ser um lugar valioso para essas reflexões e explorações. Lembre-se de que o processo é pessoal e único para cada indivíduo, e não há respostas definitivas, apenas uma jornada de autodescoberta e compreensão mais profunda.

Dentro da psicanálise, existem áreas de estudo e abordagens terapêuticas que podem se conectar com questões espirituais e transcendentais. A psicanálise, com sua ênfase na exploração do inconsciente e na compreensão das motivações profundas, pode ser aplicada para examinar como as dimensões espirituais e transcendentes influenciam o pensamento, o comportamento e o bem-estar de um indivíduo. Por meio do diálogo e da análise, um psicanalista pode ajudar a pessoa a explorar suas crenças, valores e experiências espirituais, buscando um maior entendimento de si mesma e de como a espiritualidade se encaixa em sua vida. O foco da psicanálise será nas implicações psicológicas dessas crenças e experiências, contribuindo para um enriquecimento da compreensão pessoal e do crescimento emocional.

Olá, como estão as coisas por ai?

A religião toca aquilo que não tem nome, está invisível, no sem sentido. Isso tudo pode ser tema em uma análise, inclusive as imagens e sentimentos que algumas experiências inexplicáveis podem provocar.

Minha pesquisa envolve as manifestações tidas como sobrenaturais no corpo, de pessoas que congregam a religião evangélica de linha pentecostal.

Antes de tudo, o verbo. A palavra para nomear o estranho que é tão humano quanto espiritual.

Ao contrário do que disseram alguns psicanalistas, nenhuma obra de Freud flerta com a espiritualidade. Existem monografias e artigos que tratam daquilo que é chamado de espiritualidade, mas isso não quer dizer que haveria alguma associação entre psicanálise e espiritualidade. A psicanálise é laica.

A intersecção entre psicanálise e espiritualidade é um território rico e complexo que vem ganhando atenção ao longo dos anos. A psicanálise, desde suas origens com Freud, tradicionalmente focou-se nas dinâmicas inconscientes, conflitos psíquicos e o desenvolvimento da personalidade. No entanto, seu escopo tem se expandido para incluir questões existenciais, espirituais e transcendentais, refletindo sobre como esses aspectos influenciam a psique humana. Abaixo, apresento algumas áreas e autores dentro da psicanálise que podem oferecer insights sobre a relação entre a espiritualidade e a experiência humana:

Carl Jung e a Psicologia Analítica
Carl Jung é, talvez, a figura mais proeminente quando se trata da integração da espiritualidade na psicanálise. Jung introduziu conceitos como o inconsciente coletivo, arquétipos e processo de individuação, que são fundamentais para entender a busca do indivíduo pelo significado espiritual e transcendental. Para Jung, a espiritualidade é uma parte essencial da psique humana e sua exploração pode levar à individuação, um processo de realização do Si-mesmo.
James Hillman e a Psicologia Arquetípica
James Hillman, um aluno de Jung, desenvolveu a psicologia arquetípica. Hillman propôs uma volta ao imaginal e ao mítico, enfatizando a importância dos mitos e imagens do inconsciente na vida das pessoas. Para ele, a alma está intrinsecamente conectada ao mundo e fala através de imagens e mitos, que são essenciais para entender nossa conexão com o mundo espiritual.
Psicanálise e Misticismo
Existem estudos que exploram as relações entre a psicanálise e o misticismo ou as práticas espirituais. Autores como Sudhir Kakar investigaram a intersecção da psicanálise com a espiritualidade indiana, enquanto Michael Eigen trabalhou com a ideia do "espaço psíquico" que pode ser compartilhado entre o analista e o analisando, abrindo caminho para experiências transcendentais dentro da terapia.
Wilfred Bion e a Função de Fé
Wilfred Bion abordou a noção de fé dentro do contexto psicanalítico, sugerindo que a capacidade de tolerar a incerteza e a ausência de conhecimento - um estado que ele chama de "sem memória e sem desejo" - é crucial para o processo analítico. Essa abordagem pode ser paralela à abertura necessária para experiências espirituais ou transcendentais.
Psicanálise Existencial
A psicanálise existencial se preocupa com questões de existência, ansiedade existencial, liberdade e isolamento. Embora não se foque exclusivamente na espiritualidade, ela aborda questões que são frequentemente consideradas parte da busca espiritual, como o significado da vida, a mortalidade e a liberdade individual.
Estudos Contemporâneos
Pesquisadores e teóricos contemporâneos continuam a explorar a relação entre espiritualidade e psicanálise. Isso inclui a investigação de como as práticas espirituais podem afetar a saúde mental e o bem-estar psicológico, e como a psicanálise pode integrar essas dimensões em seu trabalho terapêutico.
A inclusão da espiritualidade na psicanálise reconhece que a busca por significado e a conexão com algo maior que si mesmo são componentes intrínsecos à experiência humana. Esse enfoque não apenas expande o escopo da psicanálise mas também oferece um espaço para a exploração profunda das dimensões espirituais e transcendentais do ser.